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Esportes
Golaço de Carlos Alberto na final da Copa de 1970 já foi descrito como 'o melhor resumo do futebol brasileiro'; entenda
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Gol de Carlos Alberto Torres na final da Copa de 1970 | Reprodução
O placar já estava 3 a 1 para o Brasil na final da Copa de 1970 quando, aos 41 minutos do segundo tempo, o volante Clodoaldo resolveu em seu campo defensivo sair driblando os jogadores italianos, deixando quatro europeus para trás, atônitos. Depois, a bola chegou a Rivellino, que a lançou paralelamente à linha lateral a Jairzinho, já no ataque. O artilheiro do Mundial dominou a redonda e partiu como um cachorro bravo para cima de um marcador qualquer, e tocou para Pelé, já na entrada da área.
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O Rei, sem olhar, rolou a bola pela direita, que, caprichosamente, bateu em um montinho que a elevou um pouco do solo a um milésimo de segundo da bomba indefensável de Carlos Alberto. O Brasil se tornava tricampeão do mundo de futebol dentro do estádio Azteca, no México, e garantia em defitivo a posse da Taça Jules Rimet.
A Gazeta aproveita a proximidade da Copa do Mundo do Catar para relembrar esse tento histórico. Assista:
“É o gol mais impressionante da história do futebol, principalmente por ter sido feito em uma Copa do Mundo", explicou o neurocientista Miguel Nicolelis, um dos cientistas mais conhecidos e respeitados do mundo, à revista Almanaque Brasil. Ele já usou a jogada para descrever o funcionamento do cérebro humano em revistas científicas.
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"A jogada é uma propriedade que emergiu da colaboração dos jogadores. Um gol igual nunca vai sair de novo. No cérebro acontece o mesmo. A combinação de como os neurônios participam para gerar um comportamento ocorre muito provavelmente uma só vez na vida”, completou Nicolelis.
Para o jornalista Sérgio Xavier Filho, “se a gente tivesse que resumir o futebol brasileiro em 40 segundos, a melhor ideia era mostrar o gol de Carlos Alberto”. Para o também jornalista Mauro Beting, “é o gol mais bonito das Copas. Uma obra coletiva tão bonita quanto aquela nunca mais vai ter”.
Antes, Pelé, Gérson e Jairzinho haviam feito os tentos que garantiram a folga no placar. Mas, não tem jeito: a finalíssima ficou marcada pelo golaço impressionante de Carlos Alberto Torres. Ele morreu em 25 de outubro de 2016, e seu gol foi passado e repassado à exaustão como uma homenagem a um dos melhores - senão o melhor - lateral direito da história do futebol.
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O craque, modestamentou, em 2012, descreveu como foi seu golaço à Rádio 730: "O chute foi normal, mas a jogada que originou o gol foi realmente muito bonita”.
O próximo jogo da seleção brasileira após a morte de Carlos Alberto foi um Brasil e Argentina, no Mineirão, pelas eliminatórias da Copa da Rússia. O técnico Tite resolveu usar o gol como exemplo a ser seguido pelos seus comandados.
"Terminei a palestra com gol de Carlos Alberto em 1970. Essa imagem nos ensina muito", disse Tite aos jornalistas em entrevista coletiva, após o jogo.
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"O Tostão veio dobrar a marcação do lado com o Everaldo até embaixo. Na sequência, quase todos os jogadores do Brasil tocaram a bola. Na sequência, Jairzinho ficou no um contra um. Quando a bola rodou [chegou a Pelé], o Carlos Alberto apareceu de trás. Resumi assim: isso nos mostra o quão é importante o senso de equipe", revelou Tite.
Em campo, a seleção deu show e venceu a Argentina por 3 a 0. A maior homenagem que Carlos Alberto poderia ter tido.
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