Entenda por que o gol mais bonito de Pelé não foi filmado

Pelé sempre disse que o gol mais bonito que fez na carreira foi contra o Juventus, no estádio da Rua Javari, na Mooca, em 2 de agosto de 1959. Um detalhe aumentou a lenda sobre o lance: não havia qualquer câmera em campo, e não há nenhum registro sobre a pintura.

O jogo, porém, era válido pelo Campeonato Paulista (o mais importante da época para equipes do Estado) e tinha parte das estrelas que havia sido campeã mundial pela seleção brasileira um ano antes. Por que, afinal, nenhuma emissora de TV se predispôs a enviar uma equipe para o estádio da zona leste de São Paulo?

A resposta é simples. A TV Record tinha apenas uma câmera disponível para eventos futebolísticos. Como o dono da Record, Paulo Machado de Carvalho, era são-paulino, a emissora preferiu filmar a partida entre São Paulo e Ferroviária, realizada no estádio do Pacaembu, no mesmo dia.

Naquela partida não aconteceu nada que entrou para a história.

Em 2004, o gol não filmado do Rei do Futebol foi reconstituído por meio de computador para o documentário Pelé Eterno, de Anibal Massaini Neto. Já o estádio ganhou uma estátua do atleta e um vereador até sugeriu que a via em frente passasse a se chamar rua Javari Rei Pelé.

Como foi o gol

Juventus e Santos estavam em campo no estádio da Rua Javari, em 2 de agosto de 1959, em partida válida pela 10ª rodada do Campeonato Paulista.

No fim do segundo tempo, o santista Dorval cruzou a bola rasteira para Pelé na entrada da área. O craque começou uma coleção de chapéus: um em Homero, outro em Clóvis, outro mais em Julinho e, por fim, um no goleiro Mão-de-Onça, para estufar as redes em uma cabeçada forte.

“Foi o gol mais bonito da minha carreira”, garantiu o Rei.

O melhor registro foi, para sempre, a visão das 10 mil pessoas que superlotaram o pequeno estádio naquela tarde de inverno na zona leste de São Paulo.