A+

A-

Alternar Contraste

Quarta, 18 Setembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Esportes

Deu Brasil: Na Copa de 1958 Pelé iniciou seu eterno reinado no futebol

Veja detalhes e curiosidades sobre a Copa do Mundo de 1958, a primeira das cinco conquistas mundiais do Brasil

Leonardo Sandre

20/09/2022 às 11:00  atualizado em 11/12/2023 às 13:51

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Aos 17 anos de idade, Pelé já fazia os olhos dos amantes do esporte brilharem, e o Brasil mostrava que ainda trataria de conquistar o mundo algumas outras vezes.

Aos 17 anos de idade, Pelé já fazia os olhos dos amantes do esporte brilharem, e o Brasil mostrava que ainda trataria de conquistar o mundo algumas outras vezes. | Reprodução/Editora On-line

A Copa do Mundo de 1958, realizada na Suécia, foi a primeira conquistada pelo Brasil, e foi a primeira Copa do rei Pelé, onde de cara já mostrou toda sua magia ao decidir a final contra os anfitriões e trazer a primeira das cinco taças para nosso País. Veja abaixo alguns detalhes sobre a Copa de 1958:

Continua depois da publicidade

16 seleções nacionais foram qualificadas para participar desta edição do campeonato, sendo 12 delas europeias (Suécia, Alemanha Ocidental, Áustria, França, Tchecoslováquia, Hungria, União Soviética, Iugoslávia, Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales) e 4 americanas (Brasil, Argentina, Paraguai e México). O formato era de quatro grupos de quatro equipes, no qual todos se enfrentavam pelo menos uma vez.

As seleções favoritas:

Campeã em 1954, a Alemanha chegava como uma incógnita, havia perdido sete dos últimos 10 amistosos realizados antes do torneio, e havia uma interrogação sobre qual seria o futebol que os atuais campeões poderiam entregar.

Continua depois da publicidade

A Hungria, então vice-campeã, mas consideradas por muitos a melhor seleção da Copa passada, passava por problemas em seu território, onde tanques soviéticos dominaram o território de Budapeste. Graças a isso, sua maior estrela e um dos maiores jogadores da história, Ferenc Puskas, e mais algumas lendas do país se exilaram na Espanha e não participaram na competição, deixando assim a seleção hungára muito enfraquecida.

A União Soviética era uma das grandes favoritas, chegando como a campeã olímpica de 1956 do Torneio de Futebol, em Melbourne. O time tinha toda a base que ganhara àquele torneio. Yashin, o goleiro soviético na Copa foi o primeiro da história a utilizar luvas em uma Copa do Mundo, equipamento hoje obrigatório para todos na posição.

A Inglaterra, quatro meses antes do início do torneio, fatalmente sofreu com um acidente que vitimou 23 pessoas, sendo oito jogadores do Manchester United, dois deles (Tommy Taylor e Duncan Edwards) titulares absolutos da seleção inglesa. Entre os sobreviventes, estava Bobby Charlton, reserva da Inglaterra em 1958, e campeão da Copa do Mundo de 1966. A Inglaterra acabou eliminada ainda na fase de grupos com três empates e uma derrota. Um dos empates foi com a seleção brasileira, 0x0, o primeiro jogo sem gols das histórias das Copas do Mundo.

Continua depois da publicidade

Dona da casa, a Suécia era grande favorita, e contava com atletas experientes, que jogavam na Série A italiana, como Nils Liedholm, Agne Simonsson, Gunnar Gren e Kurt Hamrin.

O artilheiro

O francês Just Fontaine é ate hoje o artilheiro com mais gols em uma única Copa, com 13 gols marcados em 1958.

Continua depois da publicidade

Destaques brasileiros

Pelé, aos 17 anos, foi o jogador mais novo a vencer uma Copa. Contundido pouco antes da Copa e com dores no joelho, pediu diversas vezes para ser mandado embora para o Brasil. Após uma conversa com o massagista Mário Américo, Pelé, que usava a camisa 10, começou a ganhar confiança.

Edson Arantes do Nascimento, nosso lendário Pelé se tornou o mais jovem jogador a marcar um gol na Copa do Mundo quando balançou a rede na partida contra País de Gales. Ele tinha 17 anos e 239 dias. Pelé também é o mais jovem jogador a ser campeão do mundo.

Continua depois da publicidade

Foi a primeira vez na história que um campeão levantou a taça, acima de sua cabeça, e foi Bellini quem eternizou esse feito, hoje repetido quase que todas as vezes que algum time é campeão de alguma competição. Na ocasião, o capitão recebeu a Taça Jules Rimet das mãos do rei da Suécia Gustav VI Adolf. Uma multidão de fotógrafos chamavam Bellini para fazer uma boa imagem dele com a taça. Solidário, levantou o caneco. A foto rodou o mundo e eternizou um gesto repetido pelos campeões do futebol.

Segundo Pelé, a equipe de 58 foi mais forte do que a seleção de 1970: "Individualmente, acho que a de 58 tinha muito mais jogadores que a de 70. Se você for ver, Didi, Nilton Santos, Garrincha, Pelé, Bellini, excelente em bola alta, Zito no meio. Se comparar o número de jogadores, 58 tinha a melhor equipe."

Preparação brasileira

Continua depois da publicidade

Após bater na trave nas edições de 1938 (3º lugar) e de 1950 (vice-campeonato), além do fracasso no Mundial de 1954, a seleção brasileira montou para o campeonato mundial na Suécia um esquema que priorizava pela organização, comparado à completa bagunça dos anos anteriores. O empresário paulista Paulo Machado de Carvalho (homenageado futuramente com seu nome escolhido para o estádio do Pacaembu) chefiou a delegação que viajou para a Suécia.

O esquema tático do técnico brasileiro Vicente Feola fazia com que Zagallo atacasse e recuasse para marcar no meio-campo, dando origem ao 4-3-3. Com isso, o Brasil mostrou a mais sólida defesa do Mundial (quatro gols sofridos, ao lado do País de Gales). Na frente, o trio Pelé-Garrincha-Vavá fez história.

A Final

Continua depois da publicidade

O Brasil entrou na final com: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Pelé, Vavá e Zagallo. 

Reprodução do põster feito pelo Lance! em homenagem ao título de 1958

A Final da Copa do Mundo FIFA de 1958 foi disputada em 29 de junho no Estádio Råsunda, na cidade de Solna na Suécia, entre a Suécia e o Brasil. Foi a primeira vez que uma final de Copa do Mundo ocorreu entre uma equipe européia contra uma equipe Sul-americana. Foi também a primeira vez que ambas as equipes chegaram a uma final de Copa do Mundo, já que em 1950 não houve uma final de fato, e sim uma rodada final de um quadrangular.

O Brasil derrotou a equipe anfitriã por 5 x 2, e se tornou pela primeira vez campeão do mundo de futebol. Desta forma, essa foi a primeira vez - e por enquanto única - que a equipe anfitriã foi derrotada numa Final de Copa do Mundo (já que em 1950 não houve uma final mas sim uma rodada final de um quadrangular), e também a única vez que uma equipe européia não conquistou uma Copa do Mundo disputada na Europa.

Continua depois da publicidade

Dois dias antes da final contra a anfitriã Suécia., os jogadores da seleção brasileira estavam aflitos, alguns quase aos prantos. Como as cores dos uniformes coincidiam, um sorteio decidiu que os donos da casa iriam a campo de amarelo.

Como o Brasil não tinha outro uniforme oficial, houve indefinição sobre a cor da camisa a ser usada na partida. Para os jogadores, supersticiosos, certamente um sinal de mau agouro, ainda mais com a lembrança da derrota em 1950, quando os atletas nacionais entraram em campo com o uniforme branco.

O chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, percebeu o abatimento e procurou alguma solução para animar os atletas. Nos céus. Trancou-se no quarto e, diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida, começou a rezar. Daí deu o estalo. Dirigiu-se de imediato à concentração e, com todos os jogadores a sua frente, disse com voz serena e segura: “Está decidido: vamos jogar de azul, a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida. Ela vai dar a força que precisamos para ganhar o título”. O entusiasmos foi geral e a nova camisa foi encomendada às pressas a uma confecção sueca. Os números e distintivos foram costurados pelo massagista Mário Américo e o roupeiro Francisco Alves durante a viagem de trem de Gotemburgo, onde time jogou a semifinal contra a França, para Estocolmo. Na grande final, os suecos mal viram a cor da bola. Foram goleados por 5 a 2, o mundo passou a conhecer os garotos Pelé e Garrincha. De azul, o Brasil conquistou o primeiro dos cinco títulos mundiais.

Continua depois da publicidade

Acostumados a jogarem de amarelo, o Brasil demorou a se acostumar que naquela final os amarelos na verdade seriam os suecos, resultado: gol da Suécia. Nils Liedholm logo no ínicio. Este gol sueco que inaugurou o placar, porém, não abalou a equipe

Numa das cenas mais emblemáticas desta Copa, Didi, certamente uma das peças mais importantes do time brasileiro, pegou a bola de dentro do gol brasileiro e, enquanto os suecos ainda comemoravam, foi calmamente andando com ela debaixo dos braços.

Ainda na primeira etapa o Brasil virou: Garrincha na linha de fundo, na área para Vavá, que marcara duas vezes, aos 9 e 32.

Continua depois da publicidade

No segundo tempo o Pelé marca um dos gols mais bonitos da história do futebol, repercutido até os dias atuais, fazendo 3 a 1 com direto a um chapéu no marcador, aos 10. Zagallo aumentou aos 23. A Suécia diminuiu com Agne Simonsson, aos 35. Aos 45, Pelé deu numeros finais a partida.

Aos 17 anos de idade, Pelé já fazia os olhos dos amantes do esporte brilharem, e o Brasil mostrava que ainda trataria de conquistar o mundo algumas outras vezes. Foi naquela Copa que o eterno Rei começava a fazer a camisa 10, usada por ele naquele Mundial, ser a mais importante do esporte.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados