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Estádio de 30 mil lugares no coração de SP está em desuso; descubra o motivo

Construído para ser um marco do esporte universitário, o Estádio Olímpico da USP hoje enfrenta o abandono e o esquecimento em meio à cidade

Raphael Miras

18/02/2025 às 16:04

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Construído para sediar os Jogos Pan-Americanos de 1975, o estádio nunca recebeu o evento planejado

Construído para sediar os Jogos Pan-Americanos de 1975, o estádio nunca recebeu o evento planejado | Divulgação/CEPEUSP

Localizado próximo da Marginal Pinheiros, no meio da vegetação densa da USP, fica escondido um dos maiores estádios da cidade.

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O Estádio Armando de Salles Oliveira, conhecido como Estádio Olímpico da USP, tem capacidade para aproximadamente 30 mil pessoas e carrega uma história pouco conhecida para a maioria dos paulistanos.

Projetado em 1971 pelo arquiteto Írcaro de Castro Mello, o estádio foi concebido em formato de "U", remetendo à primeira letra de "Universidade" e inspirado nos antigos anfiteatros gregos e romanos. Foto: Divulgação/CEPEUSP
Projetado em 1971 pelo arquiteto Írcaro de Castro Mello, o estádio foi concebido em formato de "U", remetendo à primeira letra de "Universidade" e inspirado nos antigos anfiteatros gregos e romanos. Foto: Divulgação/CEPEUSP
Apesar da mudança de planos, o Estádio Olímpico da USP teve seu auge nas décadas seguintes. Em 1988, foi palco da abertura e da final da Copinha, com a conquista do Nacional-SP em cima do América-SP. Foto: Divulgação/CEPEUSP
Apesar da mudança de planos, o Estádio Olímpico da USP teve seu auge nas décadas seguintes. Em 1988, foi palco da abertura e da final da Copinha, com a conquista do Nacional-SP em cima do América-SP. Foto: Divulgação/CEPEUSP
Apesar de seu potencial, o estádio foi gradualmente caindo em desuso. A estrutura sofreu com a falta de manutenção, e sua arquibancada superior foi interditada. Foto: Julio Cesar Bazanini/USP Imagens
Apesar de seu potencial, o estádio foi gradualmente caindo em desuso. A estrutura sofreu com a falta de manutenção, e sua arquibancada superior foi interditada. Foto: Julio Cesar Bazanini/USP Imagens
Atualmente, o local sedia principalmente eventos universitários e partidas de menor porte, como jogos de rúgbi. Foto: Julio Cesar Bazanini/USP Imagens
Atualmente, o local sedia principalmente eventos universitários e partidas de menor porte, como jogos de rúgbi. Foto: Julio Cesar Bazanini/USP Imagens
Em 2019, o Estádio Olímpico da USP foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Foto: Julio Cesar Bazanini/USP Imagens
Em 2019, o Estádio Olímpico da USP foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Foto: Julio Cesar Bazanini/USP Imagens

Construído para sediar os Jogos Pan-Americanos de 1975, o evento acabou sendo transferido para a Cidade do México devido a um surto de meningite. 

Mas, o estádio recebeu outras grandes competições como a Copa São Paulo de Futebol Júnior e a Copa Pelé nos anos 1980.

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Origens e auge

Projetado em 1971 pelo arquiteto Írcaro de Castro Mello, o estádio foi concebido em formato de "U", remetendo à primeira letra de "Universidade" e inspirado nos antigos anfiteatros gregos e romanos. 

Apesar da mudança de planos, o Estádio Olímpico da USP teve seu auge nas décadas seguintes. Em 1988, foi palco da abertura e da final da Copinha, com a conquista do Nacional-SP em cima do América-SP.

Já no ano seguinte, recebeu a Copa Pelé, um torneio organizado pelo jornalista Luciano do Valle que reunia seleções de jogadores veteranos, trouxe nomes como Paolo Rossi, campeão mundial pela Itália e carrasco do Brasil na Copa de 1982.

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De grande palco esportivo ao abandono

Apesar de seu potencial, o estádio foi gradualmente caindo em desuso. A estrutura sofreu com a falta de manutenção, e sua arquibancada superior foi interditada. 

Atualmente, o local sedia principalmente eventos universitários e partidas de menor porte, como jogos de rúgbi. 

A vegetação que cerca o estádio esconde a sua estrutura. E, ao mesmo tempo, demonstra o contraste entre a beleza natural e o desgaste das instalações.

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Já a parte interna do estádio segue preservada pela USP, abrigando alojamentos, vestiários, auditórios e salas de aula. 

No entanto, a parte externa apresenta sinais evidentes de deterioração, com concreto desgastado e corrimões enferrujados. Segundo especialistas, o desuso contribui para a degradação do espaço, tornando as reformas ainda mais onerosas.

Tombamento e futuro incerto

Em 2019, o Estádio Olímpico da USP foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). 

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O tombamento permite reformas e modernizações, desde que respeitem as diretrizes arquitetônicas originais.
No Plano de Obras 2022-2025 da USP, há uma solicitação para avaliação e recuperação estrutural do estádio, com um investimento estimado de R$ 300 mil. 

No entanto, a revitalização das arquibancadas superiores não é considerada prioridade pela Universidade, que tem outras demandas mais urgentes. 

Segundo o diretor do Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp), propostas de parcerias e projetos de reforma são especuladas, mas até o momento nenhuma iniciativa concreta foi tomada.

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Embora o Brasil tenha vivido momentos de entusiasmo pelo esporte, como durante a Olimpíada, a falta de incentivo e investimentos na área segue sendo um problema crônico. 

O estádio, que já foi apontado como um possível centro de treinamento, chegou a receber delegações internacionais em eventos passados, mas nunca teve um projeto consistente de revitalização.

O Estádio Olímpico da USP segue como um gigante adormecido, escondido entre árvores e lembranças de um passado glorioso. 

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Sua preservação e possível requalificação dependem de um comprometimento maior com o esporte e a cultura na cidade de São Paulo.

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