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Construído para sediar os Jogos Pan-Americanos de 1975, o estádio nunca recebeu o evento planejado | Divulgação/CEPEUSP
Localizado próximo da Marginal Pinheiros, no meio da vegetação densa da USP, fica escondido um dos maiores estádios da cidade.
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O Estádio Armando de Salles Oliveira, conhecido como Estádio Olímpico da USP, tem capacidade para aproximadamente 30 mil pessoas e carrega uma história pouco conhecida para a maioria dos paulistanos.
Construído para sediar os Jogos Pan-Americanos de 1975, o evento acabou sendo transferido para a Cidade do México devido a um surto de meningite.
Mas, o estádio recebeu outras grandes competições como a Copa São Paulo de Futebol Júnior e a Copa Pelé nos anos 1980.
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Projetado em 1971 pelo arquiteto Írcaro de Castro Mello, o estádio foi concebido em formato de "U", remetendo à primeira letra de "Universidade" e inspirado nos antigos anfiteatros gregos e romanos.
Apesar da mudança de planos, o Estádio Olímpico da USP teve seu auge nas décadas seguintes. Em 1988, foi palco da abertura e da final da Copinha, com a conquista do Nacional-SP em cima do América-SP.
Já no ano seguinte, recebeu a Copa Pelé, um torneio organizado pelo jornalista Luciano do Valle que reunia seleções de jogadores veteranos, trouxe nomes como Paolo Rossi, campeão mundial pela Itália e carrasco do Brasil na Copa de 1982.
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Apesar de seu potencial, o estádio foi gradualmente caindo em desuso. A estrutura sofreu com a falta de manutenção, e sua arquibancada superior foi interditada.
Atualmente, o local sedia principalmente eventos universitários e partidas de menor porte, como jogos de rúgbi.
A vegetação que cerca o estádio esconde a sua estrutura. E, ao mesmo tempo, demonstra o contraste entre a beleza natural e o desgaste das instalações.
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Já a parte interna do estádio segue preservada pela USP, abrigando alojamentos, vestiários, auditórios e salas de aula.
No entanto, a parte externa apresenta sinais evidentes de deterioração, com concreto desgastado e corrimões enferrujados. Segundo especialistas, o desuso contribui para a degradação do espaço, tornando as reformas ainda mais onerosas.
Em 2019, o Estádio Olímpico da USP foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).
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O tombamento permite reformas e modernizações, desde que respeitem as diretrizes arquitetônicas originais.
No Plano de Obras 2022-2025 da USP, há uma solicitação para avaliação e recuperação estrutural do estádio, com um investimento estimado de R$ 300 mil.
No entanto, a revitalização das arquibancadas superiores não é considerada prioridade pela Universidade, que tem outras demandas mais urgentes.
Segundo o diretor do Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp), propostas de parcerias e projetos de reforma são especuladas, mas até o momento nenhuma iniciativa concreta foi tomada.
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Embora o Brasil tenha vivido momentos de entusiasmo pelo esporte, como durante a Olimpíada, a falta de incentivo e investimentos na área segue sendo um problema crônico.
O estádio, que já foi apontado como um possível centro de treinamento, chegou a receber delegações internacionais em eventos passados, mas nunca teve um projeto consistente de revitalização.
O Estádio Olímpico da USP segue como um gigante adormecido, escondido entre árvores e lembranças de um passado glorioso.
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Sua preservação e possível requalificação dependem de um comprometimento maior com o esporte e a cultura na cidade de São Paulo.
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