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Entretenimento
Livro organizado por Guilherme Tauil traz 185 crônicas de Antônio Maria, figura marcante para a cultura nacional a partir da década de 1950
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O escritor e compositor Antônio Maria | Folhapress
Organizado pelo escritor, pesquisador e editor Guilherme Tauil, o livro "Vento Vadio: As Crônicas de Antônio Maria" será lançado em 8 de novembro pela Editora Todavia, e já está disponível para pré-venda. A obra traz uma seleção de 185 textos do escritor recifense radicado no Rio de Janeiro, que marcou a cultura popular nacional a partir da década de 1950, seja nas palavras impressas, seja na música popular.
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Maria era uma espécie de faz-tudo da comunicação carioca. Ele distribuía seu imenso talento para o rádio, a nascente TV, a música popular, as crônicas esportivas e, claro, a literatura. Tão surpreendente quanto desorganizado, o pernambucano nunca se preocupou em guardar seus textos para a posteridade.
“Maria está, sem favor algum, ao lado dos maiorais. Uma pena que o próprio autor nem sequer desconfiasse disso: não guardava os recortes de seus textos e nunca publicou um livro enquanto esteve correndo para cumprir os prazos das redações”, explica Tauil, escritor da cidade de Taubaté e radicado em São Paulo há alguns anos.
Ouça uma das crônicas de Maria, narrada por Tauil:
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Em 185 textos, a imensa maioria inédita em livro, o leitor de "Vento Vadio..." vai entrar em contato com um autor que escrevia com bossa e inteligência singulares. Entre crônicas sobre a noite carioca, os amigos e as amarguras de amores reais e impossíveis, descortina-se um outro Maria, pouco visto nas seleções produzidas depois de sua morte: sua origem numa rica família pernambucana que perdeu tudo com a inevitável falência dos engenhos e o preconceito com nordestinos naquele Rio de Janeiro do pós-guerra.
O escritor também se destacava pelo seu estilo sofredor, quase sempre se colocando como o mais miserável dos homens – apesar de que muitos diziam que isso era só para fazer tipo com as mulheres. É dele, por exemplo, o samba-canção Ninguém Me Ama, o clássico maior da dor-de-cotovelo nacional: “Ninguém me ama, ninguém me quer / Ninguém me chama de meu amor...”.
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Ele sabia, porém, que tinha suas qualidades. "Preciso de duas horas de papo para que as mulheres esqueçam da minha cara", disse certa vez, sem esclarecer se estava se auto-elogiando ou se rebaixando.
De acordo com Tauil, Maria era o único afrodescendente entre os cronistas mais célebres da época, e era chamado pejorativamente de “mulato” por seus desafetos. Com "Vento Vadio...", título, aliás, que o próprio Maria aventava para seu primeiro livro (nunca publicado), um dos grandes autores nacionais está de volta à praça — dessa vez em definitivo. Talvez com a mesma mistura de euforia e espanto com que o próprio autor anotou na crônica que abre este volume: “E com vocês, por mais incrível que pareça, Antônio Maria”.
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Maria morreu no Rio em 1964, aos 43 anos, de infarto do miocárdio. Pouco antes de partir, escreveu: “A gente vive, passa por milhares de experiências (as mais intensas) para, afinal, convencer-se de que as melhores coisas da vida são comer e dormir”.
Dados técnicos:
Lançamento: 8/11
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Capa: Mariana Newlands
Páginas: 496
Preço: R$ 89,9
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Preço e-book: R$ 54,90
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