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'Vento Vadio': Escritor lança coletânea de crônicas de Antônio Maria

Livro organizado por Guilherme Tauil traz 185 crônicas de Antônio Maria, figura marcante para a cultura nacional a partir da década de 1950

Bruno Hoffmann

26/10/2021 às 14:24

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O escritor e compositor Antônio Maria

O escritor e compositor Antônio Maria | Folhapress

Organizado pelo escritor, pesquisador e editor Guilherme Tauil, o livro "Vento Vadio: As Crônicas de Antônio Maria" será lançado em 8 de novembro pela Editora Todavia, e já está disponível para pré-venda. A obra traz uma seleção de 185 textos do escritor recifense radicado no Rio de Janeiro, que marcou a cultura popular nacional a partir da década de 1950, seja nas palavras impressas, seja na música popular.

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Maria era uma espécie de faz-tudo da comunicação carioca. Ele distribuía seu imenso talento para o rádio, a nascente TV, a música popular, as crônicas esportivas e, claro, a literatura. Tão surpreendente quanto desorganizado, o pernambucano nunca se preocupou em guardar seus textos para a posteridade.

“Maria está, sem favor algum, ao lado dos maiorais. Uma pena que o próprio autor nem sequer desconfiasse disso: não guardava os recortes de seus textos e nunca publicou um livro enquanto esteve correndo para cumprir os prazos das redações”, explica Tauil, escritor da cidade de Taubaté e radicado em São Paulo há alguns anos.

Ouça uma das crônicas de Maria, narrada por Tauil:

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Em 185 textos, a imensa maioria inédita em livro, o leitor de "Vento Vadio..." vai entrar em contato com um autor que escrevia com bossa e inteligência singulares. Entre crônicas sobre a noite carioca, os amigos e as amarguras de amores reais e impossíveis, descortina-se um outro Maria, pouco visto nas seleções produzidas depois de sua morte: sua origem numa rica família pernambucana que perdeu tudo com a inevitável falência dos engenhos e o preconceito com nordestinos naquele Rio de Janeiro do pós-guerra.

O escritor também se destacava pelo seu estilo sofredor, quase sempre se colocando como o mais miserável dos homens – apesar de que muitos diziam que isso era só para fazer tipo com as mulheres. É dele, por exemplo, o samba-canção Ninguém Me Ama, o clássico maior da dor-de-cotovelo nacional: “Ninguém me ama, ninguém me quer / Ninguém me chama de meu amor...”.

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O pesquisador Guilherme Tauil - Bernardo Ceccantini/Divulgação

Ele sabia, porém, que tinha suas qualidades. "Preciso de duas horas de papo para que as mulheres esqueçam da minha cara", disse certa vez, sem esclarecer se estava se auto-elogiando ou se rebaixando.

De acordo com Tauil, Maria era o único afrodescendente entre os cronistas mais célebres da época, e era chamado pejorativamente de “mulato” por seus desafetos. Com "Vento Vadio...", título, aliás, que o próprio Maria aventava para seu primeiro livro (nunca publicado), um dos grandes autores nacionais está de volta à praça — dessa vez em definitivo. Talvez com a mesma mistura de euforia e espanto com que o próprio autor anotou na crônica que abre este volume: “E com vocês, por mais incrível que pareça, Antônio Maria”.

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Maria morreu no Rio em 1964, aos 43 anos, de infarto do miocárdio. Pouco antes de partir, escreveu: “A gente vive, passa por milhares de experiências (as mais intensas) para, afinal, convencer-se de que as melhores coisas da vida são comer e dormir”.

Dados técnicos:

Lançamento: 8/11

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Capa: Mariana Newlands

Páginas: 496

Preço: R$ 89,9

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Preço e-book: R$ 54,90

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