Túmulo de Eunice Paiva poderá ser visitado no aniversário de São Paulo

Para recordar a história da capital paulista no fim de semana em que a cidade completa 471 anos, dois dos mais importantes cemitérios de São Paulo promoverão visitas mediadas gratuitas no sábado (25/1), dia do aniversário, e no domingo (26/1). 

Administrados pela Cortel SP, o Araçá e o São Paulo receberão, respectivamente, a historiadora Viviane Comunale e o pesquisador Thiago de Souza, idealizador do projeto “O que te assombra?”, mediadores do passeio que busca contar as memórias da cidade e do País, além de celebrar o legado de importantes personalidades e escultores renomados. 

Detalhes da visita

No sábado (25/1), a partir das 18h, o projeto “Necrópole São Paulo e Suas Vozes”, no Cemitério São Paulo, na região de Pinheiros, explicará ao público a importância do espaço, que apresenta obras de arte de artistas como Galileu Emendabili (“A ausência- pão”), (“Capela São Francisco”) e (“Mausoléu Família Varam Keutenedjian”); Alfredo Oliani (“Último Adeus”) e (“Triste separação”); e Victor Brecheret (“Prece anjos”).

Entre as celebridades enterradas no local estão: José Mojica Marins, ator e cineasta; Antônio Abujamra, dramaturgo; e Arthur Friedenreich, a primeira grande estrela do futebol brasileiro. 

Já no domingo (26/1), às 10h, a visita “Araçá e Suas Vozes”, no Cemitério do Araçá, localizado na região de Cerqueira César, apresentará aos visitantes um dos mais antigos e conhecidos cemitérios paulistanos. 

Parte da visita ao Araçá será dedicada à memória de Eunice Paiva. Ela morreu há seis anos, em 13 de dezembro de 2018, e tem sua história contada no premiado filme “Ainda Estou Aqui”.

Eunice foi mulher do deputado Rubens Paiva, desaparecido político após ter sido preso, torturado e assassinado nos porões do DOI-CODI no Rio de Janeiro em janeiro de 1971. Ela se tornou símbolo da luta contra a ditadura militar.

“A vida de Eunice Paiva mostra a importância da memória. Visitando a sua história, entendemos muitas coisas sobre a formação do nosso País, passagens importantes, especialmente sobre regimes ditatoriais. Ela e tantos outros sofreram por não terem o direito de sepultar seus entes queridos, além de toda a violência e de tudo o que tinham para viver após tantos desaparecimentos”, pontua Thiago de Souza.

O filme sobre a história da família Paiva, inclusive, foi indicado ao Globo de Ouro de “Melhor Filme de Língua Estrangeira” e ao BAFTA de 2025 na categoria de “Melhor Filme em Língua Não-Inglesa”, conquistou o feito de maior bilheteria do cinema brasileiro pós-pandemia e venceu o prêmio de “Melhor Roteiro” no Festival de Cinema de Veneza. 

Além disso, a performance de Fernanda Torres na trama - a atriz foi responsável por interpretar Eunice Paiva - lhe rendeu o Globo de Ouro de “Melhor Atriz em Filme de Drama”. 

Também em comemoração aos 471 anos de São Paulo, “Ainda Estou Aqui” será exibido gratuitamente no sábado (25/1) no Centro Cultural São Paulo (CCSP). 

Inaugurado em 1897, o Cemitério do Araçá abriga obras de artistas como Victor Brecheret, Eugênio Prati, Gildo Zampol, entre outros.

Por lá, estão enterrados, além de Eunice, o milagreiro “Menino Guga”, o policial em processo de canonização Sargento Barbosa, sepultado no mausoléu da PM, e algumas personalidades como as atrizes Cacilda Becker e Nair Bello, além do empresário da comunicação Assis Chateaubriand.

Serviço
“Necrópole São Paulo e Suas Vozes”
Quando? Sábado (25/1), às 18h

Onde? Cemitério São Paulo, Rua Cardeal Arcoverde, 1250 - Pinheiros
“Araçá e Suas Vozes”
Quando? Domingo (26/1), às 10h
Onde? Cemitério Araçá, avenida Doutor Arnaldo, 666 - Pacaembu