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São Paulo recebe peças que revivem a ditadura e a disputa entre Mary Stuart e Elizabeth I

Espetáculos de Nelson Baskerville estreiam com reflexões históricas e conflitos reais em teatros da capital paulista

Mariana Ribeiro

08/10/2024 às 16:30

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Virginia Cavendish dá vida à Mary Stuart na peça 'Mary Stuart'

Virginia Cavendish dá vida à Mary Stuart na peça 'Mary Stuart' | Divulgação

A cidade de São Paulo receberá na quinta (10/10) e na sexta-feira (11/10) a estreia dos espetáculos “Memorial do Futuro Recente” e “Mary Stuart”, respectivamente, ambos com direção de Nelson Baskerville. 

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Com dramaturgia de Diones Camargo, a primeira peça, que discute a questão da memória sobre a Ditadura Militar 60 anos após o golpe, iniciará sua temporada gratuita no Teatro de Arena, na região central de São Paulo, e depois seguirá para o Teatro Cacilda Becker, na Lapa. 

Já a segunda, uma montagem moderna, vibrante e acessível do clássico escrito em 1.800 pelo autor alemão Friedrich Schiller, estrelada pelas atrizes Virginia Cavendish e Ana Cecília Costa, que dão vida às monarcas Elizabeth I (1533-1603) e Mary Stuart (1542-1587), estreiará a temporada popular no Teatro Paulo Eiró, zona sul da Capital, com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). 

“Memorial do Futuro Recente” ficará em cartaz no Teatro de Arena de quinta (10/10) a sexta (25/10), partindo em seguida para o Teatro Cacilda Becker, onde ficará de quinta (21/11) a domingo (24/11).

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Com atuação de Thiago Brianti, o solo 'Memorial do Futuro Recente' propõe questionamento filosófico. Foto: Jennifer Glass/Divulgação
Com atuação de Thiago Brianti, o solo 'Memorial do Futuro Recente' propõe questionamento filosófico. Foto: Jennifer Glass/Divulgação
Espetáculo tem como principal inspiração uma matéria sobre crianças sequestradas pela ditadura militar. Foto: Jennifer Glass/Divulgação
Espetáculo tem como principal inspiração uma matéria sobre crianças sequestradas pela ditadura militar. Foto: Jennifer Glass/Divulgação
Já 'Mary Stuart', espetáculo indicado ao Prêmio Shell (figurino e luz), tem como tema a sombria disputa travada entre as rainhas Elizabeth I (1533-1603) e Mary Stuart (1542-1587). Foto: Priscila Prade/Divulgação
Já 'Mary Stuart', espetáculo indicado ao Prêmio Shell (figurino e luz), tem como tema a sombria disputa travada entre as rainhas Elizabeth I (1533-1603) e Mary Stuart (1542-1587). Foto: Priscila Prade/Divulgação
A peça, que já esteve em cartaz no Teatro SESI-SP em 2022, já passou por São José dos Campos, São José do Rio Preto, Campinas, Ribeirão Preto e ABC. Foto: Priscila Prade/Divulgação
A peça, que já esteve em cartaz no Teatro SESI-SP em 2022, já passou por São José dos Campos, São José do Rio Preto, Campinas, Ribeirão Preto e ABC. Foto: Priscila Prade/Divulgação
Ana Cecília Costa dá vida à Rainha Elizabeth I, filha ilegítima de Henrique VIII com a famosa Ana Bolena. Foto: Divulgação
Ana Cecília Costa dá vida à Rainha Elizabeth I, filha ilegítima de Henrique VIII com a famosa Ana Bolena. Foto: Divulgação
Virginia Cavendish, além de interpretar Mary Stuart, é diretora de produção do espetáculo. Foto: Priscila Prade/Divulgação
Virginia Cavendish, além de interpretar Mary Stuart, é diretora de produção do espetáculo. Foto: Priscila Prade/Divulgação
A disputa pelo trono, que não era só uma guerra entre primas, mas entre religiões e países, causou diversos atentados, conspirações e mortes. Foto: Ligia Jardim/Divulgação
A disputa pelo trono, que não era só uma guerra entre primas, mas entre religiões e países, causou diversos atentados, conspirações e mortes. Foto: Ligia Jardim/Divulgação
Os atores e atrizes Ana Abbott, Letícia Calvosa, Adilson Azevedo, Anderson Müller, Gustavo Machado, Joelson Medeiros, Iuri Saraiva, Fernando Vitor/Giovani Tozi, Alef Barros e Julia Terron participam da peça. Foto: Luiz Aureo/Divulgação
Os atores e atrizes Ana Abbott, Letícia Calvosa, Adilson Azevedo, Anderson Müller, Gustavo Machado, Joelson Medeiros, Iuri Saraiva, Fernando Vitor/Giovani Tozi, Alef Barros e Julia Terron participam da peça. Foto: Luiz Aureo/Divulgação

Na sexta-feira (11/10), será a vez do Teatro Paulo Eiró receber “Mary Stuart” e a peça será encenada lá até domingo (3/11). A temporada do espetáculo será de quinta a sábado, às 21h, e aos domingos, às 19h. 

Confira detalhes sobre “Memorial do Futuro Recente”

Com atuação de Thiago Brianti, o solo “Memorial do Futuro Recente” propõe um questionamento filosófico sobre o conceito de memória a partir de uma ferida aberta nacional: a ditadura civil-militar brasileira. 

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O espetáculo tem como principal inspiração, de acordo com o dramaturgo Diones Camargo, uma matéria sobre crianças sequestradas pela ditadura militar que foram obrigadas a presenciar seus pais sendo violentamente torturados pelos agentes da repressão.

Tais horrores vivenciados em cativeiro causariam traumas psicológicos severos nelas, levando algumas até mesmo ao suicídio, anos depois. 

“Esses relatos de horror e desumanidade que atestam a perversidade do Estado e de todos os envolvidos com a ditadura no Brasil se tornaram a faísca para que eu imaginasse a trajetória fictícia desse menino desde seu nascimento - período que coincidiria com a instauração do regime no País, com o Golpe de 1964, até seu término em 1985, com a redemocratização”, explica o autor.

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A peça retrata justamente essa existência marcada pelo abandono, luto, perda e pelos horrores de uma Ditadura Militar que perseguia, torturava e apagava qualquer traço de humanidade daqueles que insistiam em confrontá-la. Um trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos de uma voz inconformada que, apesar de tudo, ainda insiste em se lembrar.

“Acreditamos que os culpados pelos crimes precisam ser punidos pela lei. Mas em paralelo, acho que a cultura e a arte não podem parar de falar da ditadura, suas causas e efeitos. Trabalhar o tema artisticamente é uma das formas de abordar o problema nas consciências individuais, lembrar do que não pode ser esquecido, dar voz às vítimas e aos seus familiares e ainda tocar de maneira subjetiva, como só a arte consegue”, comenta o ator Thiago Brianti, que participa do primeiro monólogo de sua carreira.

Já a encenação, como antecipa Nelson Baskerville, é bem fiel à dramaturgia: “como se trata de um memorial, estamos resgatando a história do personagem através de fotografias, vídeos e áudios originais da ditadura. Além disso, sua memória também será resgatada através dos desenhos que o personagem teria feito quando criança."

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“O Teatro de Arena e o Teatro Oficina foram, até serem proibidos, grandes aliados da reação ao golpe de 64. Acredito que o teatro poderia formar toda uma geração consciente das violências que vivemos”, afirma o diretor.

Ficha Técnica
Idealização: Nelson Baskerville e Thiago Brianti
Dramaturgia: Diones Camargo
Direção: Nelson Baskerville
Diretora assistente e colaboração criativa: Anna Zêpa
Atuação: Thiago Brianti
Cenário: Nelson Baskerville
Ilustrações do cenário: Nelson Baskerville
Pintura da lona: Eluzai Goulart - ZUZA
Aderecista banheira: Ludoviko Bütcher
Figurino: Marichilene Artisevskis
Desenho de luz: Felipe Tchaça
Direção musical: Daniel Maia
Direção de imagem e video mapping: André Grynwask e Pri Argoud [Um Cafofo]
Operação de som: Gabriel Müller
Operação de luz: Felipe Tchaça e Paula Selva
Operação de vídeo: Allyson Lemos
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Diagramação e filmagem: João Paulo Melo
Redes sociais: May Nimmy
Fotos: Jennifer Glass
Direção de produção: Iza Marie Miceli
Realização: ADAAP - Associação dos Artistas Amigos da Praça

Sinopse
No corredor das memórias esquecidas, uma criança cujos pais foram torturados, volta, já adulto aos porões da ditadura. Seu corpo fora do tempo percorre o trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos da voz inconformada que, apesar de tudo, insiste em se lembrar.

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Diante dos olhos fechados dos interlocutores, sua história familiar se confunde com um período sombrio da história do Brasil. Um memorial da existência marcada por abandono, perda, luto e pelos horrores de um regime de exceção. 

Serviço
Memorial do Futuro Recente, de Diones Camargo
Classificação: 16 anos
Duração: 70 minutos

Teatro de Arena
Onde? Rua Dr. Teodoro Baima, 94 - Vila Buarque
Temporada: De 10 a 25/10*, às quintas e sextas, às 20h
*Sessões extras nos dias 18 e 25/10, às 18h
Ingressos: Gratuitos
Capacidade: 99 lugares

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Teatro Cacilda Becker
Onde? Rua Tito, 295 - Lapa, São Paulo
Temporada: De 21 a 24/11, quinta a sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
Ingressos: Gratuitos
Capacidade: 198 lugares

Gosta de artes cênicas? Então não deixe de conferir o espetáculo com Isabel Teixeira e direção de Marcos Caruso que vai estrear em São Paulo e que 'Hairspray' acaba de prorrogar sua temporada em São Paulo; veja até quando musical ficará em cartaz

Veja detalhes de “Mary Stuart”

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Indicado ao Prêmio Shell (figurino e luz), o espetáculo tem como tema a sombria disputa travada entre as rainhas Elizabeth I (1533-1603) e Mary Stuart (1542-1587), aqui interpretadas por Ana Cecília Costa/Ana Abbott (alternante) e Virginia Cavendish, pelo trono da Inglaterra no século XVI. 

A peça, que já esteve em cartaz no Teatro SESI-SP em 2022, já passou por São José dos Campos, São José do Rio Preto, Campinas, Ribeirão Preto e ABC, e emprega um olhar contemporâneo para narrar o conflito entre as rainhas.   

Com tradução assinada por Ricardo Lísias e adaptação de Robert Icke, dividem o palco com Virginia Cavendish e Ana Cecília Costa os atores e atrizes Letícia Calvosa, Adilson Azevedo, Anderson Müller, Gustavo Machado, Joelson Medeiros, Iuri Saraiva, Fernando Vitor/Giovani Tozi, Alef Barros e Julia Terron. 

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A história

Única herdeira legítima do rei Jaime V da Escócia, Mary Stuart assumiu o trono aos seis dias de vida, após a morte de seu pai. Ainda muito criança foi exilada para a França, fugindo das constantes ameaças de morte. Lá, cresceu e se casou com James Hepburn, se tornando também rainha da França. Aos 18 anos, ela era rainha da Escócia e França, o centro da Europa de então.

Elizabeth I, por sua vez, teve um sucesso inverso. Filha ilegítima do rei da Inglaterra Henrique VIII, era prima de Mary Stuart e, ao contrário dela, viveu até seus 25 anos presa em uma torre, por indicação de sua irmã, Mary I, católica, que temia que a presença de Elizabeth, pudesse ameaçar sua coroa.

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Com a morte de Mary I, Elizabeth finalmente assume o trono e, mais uma vez, a religião de estado na Inglaterra muda para o Protestantismo (Anglicanismo), religião criada por Henrique VIII, pai da rainha Elizabeth I.

É quando começa a disputa entre as primas. Afinal, Elizabeth era uma filha ilegítima, de Henrique VIII com a famosa Ana Bolena, e Mary Stuart estava, em tese, em primeiro lugar na linha de sucessão.

Na época, existia na Europa uma sangrenta guerra religiosa entre católicos e protestantes, e o trono da Inglaterra era o alvo desta disputa. Se Mary Stuart assumisse o reinado, o catolicismo voltaria a dominar a Inglaterra, que, com a coroação de Elizabeth I, estava sob domínio dos protestantes.

A disputa, que não era só uma guerra entre primas, mas entre religiões e países, causou diversos atentados, conspirações e mortes. 

A história no espetáculo

"Mary Stuart" conta as últimas 24 horas de vida de Mary Stuart, presa há 18 anos a mando de Elizabeth I, que repete o gesto de sua irmã, Mary I, porque teme que a presença da prima escocesa ameace seu trono.

A forma como o espetáculo foi escrito resulta em diversas cenas de suspense e ação, levando o público para uma trama que mistura conspiração, traição e jogos de poder. 

Nelson Baskerville explica que a proposta da peça é fazer com que um texto escrito em 1.800 se comunique de forma contemporânea com o público de hoje, de modo que a plateia reconheça as mazelas atuais nesta disputa.
 
Ficha Técnica
Adaptação: Robert Icke
Tradução: Ricardo Lísias
Direção: Nelson Baskerville
Elenco: Virginia Cavendish, Ana Cecília Costa/Ana Abbott, Letícia Calvosa, Adilson Azevedo, Anderson Müller, Gustavo Machado, Joelson Medeiros, Iuri Saraiva, Fernando Vitor/Giovani Tozi, Alef Barros e Julia Terron
Cenografia original: Marisa Bentivegna
Figurinos: Marichilene Artisevskis
Iluminação original: Wagner Freire
Trilha sonora: Daniel Maia
Direção de imagem e video mapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)
Ilustrador: Luciano Feijão
Direção de produção: Virginia Cavendish
Produção executiva: Lilian Damasceno e Felipe Calixto
Assistência de direção: Anna Zêpa
Assistência de produção: Nayara Rocha
Camareira: Angela de Lima
Técnico de luz e projeção: Júnior Docini
Técnico de som: Anderson Franco
Maquinista: Sidnei Viana
Interpretação em libras: Luccas Araújo e Juliana Sena
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Redes sociais: Jéssica Fioramonte
Direção de arte gráfica: Papilio D&C
Fotografia: Priscila Prade, Lígia Jardim e Luiz Aureo
Apoio administrativo e prestação de contas: LD Cultural
Coordenação de projeto: Casa Forte SP Produções Artísticas
Assessoria jurídica: Martha Macruz
Assessoria contábil: Eliane Azevedo Contabilidade
Idealização: Virginia Cavendish
Realização: SESI-SP
 
Serviço

Onde? Teatro Paulo Eiró - Avenida Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro
Temporada: De 11/10 a 03/11 
Sessões: Quinta a sábado*, às 21h e domingo às 19h *sessões com interpretação em libras aos sábados
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Venda online: bilheteriaexpress.com.br 
Venda presencial: Bilheteria do teatro 2 horas antes do início do espetáculo‎
Duração: 100 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

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