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São Paulo recebe peça gratuita que revisita a ditadura militar

Espetáculo 'Memorial do Futuro Recente', de Nelson Baskerville, será apresentado no Teatro Cacilda Becker, na Lapa

Mariana Ribeiro

15/11/2024 às 17:45

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Peça discute a questão da memória sobre a ditadura militar 60 anos após o golpe

Peça discute a questão da memória sobre a ditadura militar 60 anos após o golpe | Jennifer Glass/Divulgação

O Teatro Cacilda Becker, na região da Lapa, em São Paulo, receberá a peça gratuita 'Memorial do Futuro Recente', que aborda a memória da ditadura militar 60 anos após o golpe, entre quinta (21/11) e domingo (24/11

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Com atuação de Thiago Brianti, o solo “Memorial do Futuro Recente” propõe um questionamento filosófico sobre o conceito de memória a partir de uma ferida aberta nacional: a ditadura civil-militar brasileira. 

O espetáculo tem como principal inspiração, de acordo com o dramaturgo Diones Camargo, uma matéria sobre crianças sequestradas pela ditadura militar que foram obrigadas a presenciar seus pais sendo violentamente torturados pelos agentes da repressão.

Tais horrores vivenciados em cativeiro causaram traumas psicológicos severos, levando algumas até mesmo ao suicídio, anos depois.

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“Esses relatos de horror e desumanidade que atestam a perversidade do Estado e de todos os envolvidos com a ditadura no Brasil se tornaram a faísca para que eu imaginasse a trajetória fictícia desse menino desde seu nascimento - período que coincidiria com a instauração do regime no país, com o Golpe de 1964, até seu término em 1985, com a redemocratização”, explica o autor.

Com atuação de Thiago Brianti, o solo 'Memorial do Futuro Recente' propõe um questionamento filosófico sobre o conceito de memória a partir de uma ferida aberta nacional: a ditadura civil-militar brasileira. Foto: Jennifer Glass/Divulgação
Com atuação de Thiago Brianti, o solo 'Memorial do Futuro Recente' propõe um questionamento filosófico sobre o conceito de memória a partir de uma ferida aberta nacional: a ditadura civil-militar brasileira. Foto: Jennifer Glass/Divulgação
O espetáculo tem como principal inspiração, de acordo com o dramaturgo Diones Camargo, uma matéria sobre crianças sequestradas pela ditadura militar que foram obrigadas a presenciar seus pais sendo violentamente torturados pelos agentes da repressão. Foto: Jennifer Glass/Divulgação
O espetáculo tem como principal inspiração, de acordo com o dramaturgo Diones Camargo, uma matéria sobre crianças sequestradas pela ditadura militar que foram obrigadas a presenciar seus pais sendo violentamente torturados pelos agentes da repressão. Foto: Jennifer Glass/Divulgação
A peça retrata justamente essa existência marcada pelo abandono, luto, perda e pelos horrores de uma Ditadura Militar que perseguia, torturava e apagava qualquer traço de humanidade daqueles que insistiam em confrontá-la. Um trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos de uma voz inconformada que, apesar de tudo, ainda insiste em se lembrar. Foto: Jennifer Glass/Divulgação
A peça retrata justamente essa existência marcada pelo abandono, luto, perda e pelos horrores de uma Ditadura Militar que perseguia, torturava e apagava qualquer traço de humanidade daqueles que insistiam em confrontá-la. Um trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos de uma voz inconformada que, apesar de tudo, ainda insiste em se lembrar. Foto: Jennifer Glass/Divulgação

A peça retrata justamente essa existência marcada pelo abandono, luto, perda e pelos horrores de uma Ditadura Militar que perseguia, torturava e apagava qualquer traço de humanidade daqueles que insistiam em confrontá-la. Um trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos de uma voz inconformada que, apesar de tudo, ainda insiste em se lembrar.

“Acreditamos que os culpados pelos crimes precisam ser punidos pela lei. Mas em paralelo, acho que a cultura e a arte não podem parar de falar da ditadura, suas causas e efeitos. Trabalhar o tema artisticamente é uma das formas de abordar o problema nas consciências individuais, lembrar do que não pode ser esquecido, dar voz às vítimas e aos seus familiares e ainda tocar de maneira subjetiva, como só a arte consegue”, comenta o ator Thiago Brianti, que participa do primeiro monólogo de sua carreira.

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Já a encenação, como explica Nelson Baskerville, é bem fiel à dramaturgia: “como se trata de um memorial, estamos resgatando a história do personagem através de fotografias, vídeos e áudios originais da ditadura. Além disso, sua memória também será resgatada através dos desenhos que o personagem teria feito quando criança.”

“O Teatro de Arena e o Teatro Oficina foram, até serem proibidos, grandes aliados da reação ao golpe de 64. Acredito que o teatro poderia formar toda uma geração consciente das violências que vivemos”, afirma o diretor.

Sinopse

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No corredor das memórias esquecidas, uma criança cujos pais foram torturados, volta, já adulto, aos porões da ditadura. Seu corpo fora do tempo percorre o trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos da voz inconformada que, apesar de tudo, insiste em se lembrar.

Gosta de artes cênicas? Então não deixe de conferir que espetáculo inédito celebra ancestralidade preta no Teat(r)o Oficina, em São Paulo

Ficha Técnica
Idealização: Nelson Baskerville e Thiago Brianti
Dramaturgia: Diones Camargo
Direção: Nelson Baskerville
Diretora assistente e colaboração criativa: Anna Zêpa
Atuação: Thiago Brianti
Cenário: Nelson Baskerville
Ilustrações do cenário: Nelson Baskerville
Pintura da lona: Eluzai Goulart - ZUZA
Aderecista banheira: Ludoviko Bütcher
Figurino: Marichilene Artisevskis
Desenho de luz: Felipe Tchaça
Direção musical: Daniel Maia
Direção de imagem e video mapping: André Grynwask e Pri Argoud [Um Cafofo]
Operação de som: Gabriel Müller
Operação de luz: Felipe Tchaça e Paula Selva
Operação de vídeo: Allyson Lemos
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Diagramação e filmagem: João Paulo Melo
Redes sociais: May Nimmy
Fotos: Jennifer Glass
Direção de produção: Iza Marie Miceli
Realização: ADAAP - Associação dos Artistas Amigos da Praça

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Serviço
Memorial do Futuro Recente, de Diones Camargo

Direção: Nelson Baskerville
Classificação: 16 anos
Duração: 70 minutos

Onde? Teatro Cacilda Becker - Rua Tito, 295 - Lapa, São Paulo
Temporada: De 21 a 24/11; quinta a sábado, às 21h, e no domingo, às 19h
Ingressos: Gratuito
Capacidade: 198 lugares

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