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Imagem meramente ilustrativa | Reprodução/Meta IA
É preciso ser forte para receber a notícia: o Centro Histórico de São Paulo já foi o cenário para a atuação de um perigoso lobisomem. E não um qualquer. O seu nome era Rolão, que entrou para a história (ou para o folclore) como o Lobisomem Paulistano.
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O caso foi registrado no livro Os Fantasmas da São Paulo Antiga (editora De Mão em Mão), de Miguel Milano, e voltou a ganhar luz recentemente, após Thiago de Souza, criador do projeto O Que Te Assombra, gravar um vídeo sobre a criatura de outro mundo.
Segundo a publicação, Rolão, que viveu na Capital no século 19, era alto, elegante e “quase bonito”, além de ter boa prosa. Só era péssimo na cantoria. Por isso ganhou o apelido, já que a sua voz grossa e desafinada se assemelhava a uma sucessão de pedras a rolar.
Ele era o sétimo filho homem de uma linha de seis homens, o que, segundo algumas lendas, seria o pré-requisito para se tornar um lobisomem. A sua sina era a mesma: transformava-se em uma figura parecida com um cão, ou com um lobo, nas sextas-feiras à meia-noite, saía pela cidade para assustar transeuntes e voltava altas da madrugada. Depois, não se lembrava de nada.
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No dia a dia, com a sua figura humana convencional, Rolão era um escrivão de um juiz de paz do Juizado da Consolação por conta de ter uma letra bonita, o que na época era atestado de capacidade intelectual. Era considerado pacato, boa-praça mesmo.
O sujeito acabou se casando com Belinha, a filha do chefe, e teve um filho com ela. Depois, se mudou para a casa do sogro após ele se tornar viúvo.
Numa noite de lua cheia, Belinha percebeu que as faixas que enrolavam o seu bebê (um costume da época) estavam todas estraçalhadas pelo chão do quarto.
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Belinha ficou apavorada, e foi conversar com a tia para entender o acontecido. A senhora mais velha explicou que essa atitude era coisa de lobisomem e explicou os pressupostos para alguém ser um deles
Foi aí então que a jovem, estupefata, percebeu que o marido deveria ser a figura sobrenatural.
A tia, então, contou o que ela deveria fazer: ferir o lobisomem com um objeto cortante, como um canivete, para que ele readquirisse a forma humana.
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Só que tinha que ter cuidado, já que nesses casos os lobisomens agradecem e dizem que vão buscar um presente para a pessoa. Na volta, porém, descarregam um revólver em cima dela.
Na primeira sexta-feira de lua cheia seguinte, Rolão voltou a sumir, e, quando retornou, Belinha fez o combinado, ferindo-o com um canivete. Ele, então, tomou novamente sua forma humana.
Como esperado, ele agradeceu à mulher e disse que ia buscar um presente para ela. O rapaz retornou armado e fez uma série de disparos contra a cama em que a amada estaria.
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Contudo, com o alerta da tia, Belinha colocou travesseiros para fingir que estava deitada esperando o presente.
Foi quando toda a família entrou no quarto, e Rolão ficou assustado, sem entender o que estava acontecendo, já que a sua última lembrança é de ter ido dormir.
Só dias depois a mulher conta que ele era um lobisomem.
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“Lobisomem?! Esquisito... E eu sem saber!”, retrucou Rolão, admirado.
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