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Rodrigo França estrela monólogo 'Eu sou um Hamlet' e desafia questões raciais

Dirigida por Fernando Philbert, a peça explora as relações humanas e as condições da existência

Mariana Ribeiro

06/01/2025 às 15:10  atualizado em 06/01/2025 às 15:24

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Espetáculo ficará em cartaz a partir de quinta-feira (9/1)

Espetáculo ficará em cartaz a partir de quinta-feira (9/1) | Márcio Farias/Divulgação

Após uma aclamada temporada no Rio de Janeiro, com direito a três indicações aos prêmios Shell (música) e Cenym (monólogo e texto adaptado), a peça “Eu sou um Hamlet” estreia em São Paulo. O espetáculo ficará em cartaz a partir de quinta-feira (9/1) no Auditório do Sesc Pinheiros, com ingressos a partir de R$ 15. 

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Com Rodrigo França no papel de Shakespeare e sob direção de Fernando Philbert, o monólogo propõe uma releitura contemporânea da obra do bardo. A tradução foi assinada por Aderbal Freire-Filho, Wagner Moura e Barbara Harrington.

A montagem, que utiliza as falas de Hamlet para refletir sobre um mundo violento e segregado, aborda as questões da sociedade atual e as condições humanas de um homem negro no Brasil. Aqui, este Hamlet questiona o mito da democracia racial e enfrenta o desafio de criar um discurso que provoque reflexão sobre o presente.

Ampliando os dilemas da história clássica, o monólogo, protagonizado por um artista preto, reflete sobre o impacto da tragédia colonial na identidade do homem negro, forçado a lidar com uma humanidade fragmentada e constantemente questionada.

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Após uma aclamada temporada no Rio de Janeiro, com direito à três indicações aos prêmios Shell (música) e Cenym (monólogo e texto adaptado), a peça "Eu sou um Hamlet" faz sua estreia em São Paulo. Foto: Márcio Farias/Divulgação
Após uma aclamada temporada no Rio de Janeiro, com direito à três indicações aos prêmios Shell (música) e Cenym (monólogo e texto adaptado), a peça "Eu sou um Hamlet" faz sua estreia em São Paulo. Foto: Márcio Farias/Divulgação
Com Rodrigo França no papel de Shakespeare e sob direção de Fernando Philbert, o monólogo propõe uma releitura contemporânea da obra do bardo. Foto: Márcio Farias/Divulgação
Com Rodrigo França no papel de Shakespeare e sob direção de Fernando Philbert, o monólogo propõe uma releitura contemporânea da obra do bardo. Foto: Márcio Farias/Divulgação
A tradução do espetáculo é assinada por Aderbal Freire-Filho, Wagner Moura e Barbara Harrington. Foto: Márcio Farias/Divulgação
A tradução do espetáculo é assinada por Aderbal Freire-Filho, Wagner Moura e Barbara Harrington. Foto: Márcio Farias/Divulgação
A montagem, utilizando as falas de Hamlet para refletir sobre um mundo violento e segregado, lança luz sobre as questões da sociedade atual e as condições humanas de um homem negro no Brasil. Foto: Márcio Farias/Divulgação
A montagem, utilizando as falas de Hamlet para refletir sobre um mundo violento e segregado, lança luz sobre as questões da sociedade atual e as condições humanas de um homem negro no Brasil. Foto: Márcio Farias/Divulgação
Aqui, este Hamlet questiona o mito da democracia racial e enfrenta o desafio de criar um discurso que provoque reflexão sobre o presente. Foto: Márcio Farias/Divulgação
Aqui, este Hamlet questiona o mito da democracia racial e enfrenta o desafio de criar um discurso que provoque reflexão sobre o presente. Foto: Márcio Farias/Divulgação

“Shakespeare foi popular em sua época ao encenar peças que se comunicavam com os mais diferentes tipos de pessoas, de nobres aos populares. Não será diferente em nossa montagem. Não gosto da arte para poucos, com muros. Quero que a tia do Complexo do Alemão saia do teatro contemplada, assim como a madame do Leblon”, diz Rodrigo França. 

França ainda menciona que estar à frente desta montagem é significativo, sobretudo por mostrar que artistas negros podem interpretar qualquer personagem.

Para o ator, a população negra continua em busca de ser humanizada no Brasil:

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“Só é tratado como humano aqueles que têm dignidade em suas estruturas. Estamos longe de uma equidade para existir uma reparação de nossas mazelas causadas pela escravização. Contextualizando ‘Hamlet’, os nossos fantasmas (ancestrais) ainda clamam. O Hamlet de Shakespeare quer vingança; no Brasil, os diversos ‘Hamlets’ só querem justiça. Imagina se quisessem vingança? Não posso dispersar, pois os meninos estão morrendo lá fora. E temos muito o que fazer.”

Fernando Philbert, diretor do monólogo, explica que a ideia da montagem é abordar o racismo e o dilema do homem comum em uma sociedade que ameaça direitos e liberdades. 

“Nosso Hamlet reflete sobre a tensão do mundo e busca entender como chegamos aqui. A peça coloca o ser humano no centro do pensamento, mostrando como enfrentar um sistema que oprime negros, LGBTs, pobres e quem luta por justiça. Em cena, Rodrigo enfrenta essa batalha solitária, mas encontra coragem nas vozes dos ancestrais para desafiar as regras do poder”, explica Philbert.

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Ficha técnica 
Dramaturgia:
William Shakespeare;
Tradução: Aderbal Freire-Filho, Barbara Harrington e Wagner Moura;
Adaptação: Fernando Philbert, Jonathan Raymundo e Rodrigo França;
Direção: Fernando Philbert;
Elenco: Rodrigo França;
Assistente de direção: Jonathan Raymundo;
Dramaturgia sonora e trilha original: Dani Nega;
Cenografia: Natália Lana;
Assistente de cenografia: Alessandra Rodrigues;
Cenotécnico: André Salles;
Iluminação: Pedro Carneiro;
Assistente de iluminação: Thaysa Carvalho e Jéssica Barros;
Operadora de iluminação: Dara Duarte;
Operador de som: André Papi;
Figurino: Rodrigo Barros;
Assistente de figurino: Layza Dias;
Preparação de elenco: Kennedy Lima;
Coreografia: Valéria Monã;
Pesquisa Yorubá: Gui Leal;
Preparação física: Bia Black;
Camareira: Cacierly Tiengo;
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Carol Zeferino e Daniele Valério;
Relações públicas: Anderson Oliveira;
Fotos: Márcio Farias;
Fotos de cena: Nil Caniné;
Videomaker: Jonatas Marques;
Direção de producão: Gabrielle Araújo [Caboclas Produções];
Produção executiva: Deborah Oliveira;
Produtores associados: Fernando Philbert e Rodrigo França;
Realização: Diverso Cultura e Desenvolvimento, Caboclas Produções, Mar Aberto Produções Artísticas e Orí Conhecimentos
 
Serviço "Eu sou um Hamlet”
Temporada:
De 9/1 a 22/2 - quinta a sábado, às 20h; feriado (25/01), às 18h
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 60 minutos
Onde? Sesc Pinheiros - Auditório - Rua Pais Leme, 195 - Pinheiros, São Paulo
Ingressos: R$ 50 (inteira) / R$ 25 (meia entrada) / R$ 15 (credencial plena)

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