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Rincón Sapiência anuncia álbum para falar da vida a partir de um corpo preto

Novidade do rapper paulistano pretende passar por questões humanas, como relacionamento, comunicação e dinheiro, mas com visão negra de cada tema

Bruno Hoffmann

05/03/2025 às 20:41  atualizado em 05/03/2025 às 21:50

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Rapper e produtor musical Rincon Sapiência foi entrevistado no podcast Direto da Gazeta

Rapper e produtor musical Rincon Sapiência foi entrevistado no podcast Direto da Gazeta | Leo Rocha

O rapper Rincón Sapiência anunciou que o seu terceiro álbum de estúdio, "Um Corpo Preto", será lançado ainda em 2025. A revelação foi feita ao podcast Direto da Gazeta.

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Segundo ele, a novidade pretende passar por questões humanas, como relacionamento, comunicação e dinheiro, mas com uma visão negra de cada tópico

O rapper e produtor musical Rincon Sapiência durante entrevista à Gazeta/Leo Rocha
O rapper e produtor musical Rincon Sapiência durante entrevista à Gazeta/Leo Rocha
O rapper e produtor musical Rincon Sapiência durante entrevista à Gazeta/Leo Rocha
O rapper e produtor musical Rincon Sapiência durante entrevista à Gazeta/Leo Rocha

“Todo mundo se relaciona, mas se pensar o relacionamento na perspectiva do corpo preto, você pode mergulhar em coisas específicas da nossa vivência. Tudo ganha uma narrativa e um viés mais complexo quando se trata de um corpo preto”, contou.

O artista, nascido e criado em Itaquera, na zona leste de São Paulo, detalhou como as reflexões sobre o tema foi se formando na sua cabeça.

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"Um Corpo Preto" será o terceiro álbum de estúdio de Rincón, que já lançou Galanga Livre (2017) e Mundo Manicongo (2019). Ainda não há uma data fechada para a novidade chegar às plataformas digitais.

Mais profundidade na música

Na entrevista, Rincón revelou empolgação em se envolver em produção musical, seja para novos artistas, seja para obras de teatro, espetáculos de dança, cinema ou publicidade.

O rapper tem dois artistas pelo selo MGoma, criado por ele: F7França, Bren9ve. A sua produtora tem uma produção quase fabril. No escritório, Rincón e sua equipe produziram mais de 200 músicas em pouco tempo, incluindo faixas para seu casting e participações de outros artistas.

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Hoje, disse, se considera um artista bem mais completo do que no início da carreira, por conseguir cada vez mais ter uma visão macro sobre a produção musical. Ele só se queixou de ser ainda pouco acionado para projetos especiais.

"Vejo um monte de projetos dos outros, e fico pensando: 'Pôxa, como eu poderia contribuir', já que sou um cara que compõe e que produz. Mas tijolinho por tijolinho estou ganhando força como produtor musical".

Lei Anti-Oruam

O rapper também criticou a "Lei Anti-Oruam", projeto apresentado inicialmente pela vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil) na Câmara Municipal de São Paulo, que pretende proibir que haja recurso público para apresentações artísticas que façam apologia às drogas ou ao crime.

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“Não vejo ele [Oruam] fazendo incitação ao crime. Honestamente, não tenho hábito de escutar o trabalho dele, mas quando chegam coisas é ele dançando, é influencer dançando a música dele, numa coisa leve”, afirmou.

“O sucesso dele, os números que ele alcança, não estão ligados a fazer algum tipo de apologia. O que eu consigo ver é racismo mesmo [no projeto da vereadora]”, completou.

Ele também destacou que outros países sabem vender bem a própria produção cultural, enquanto o Brasil demonstra ter vergonha de obras de pessoas negras e vindas das periferias do País.

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“O Brasil quando tem coisas incríveis, que são de origem preta, fica um pouco ‘de segunda’, em vez de falar: ‘Olha o que a gente está fazendo, que incrível’”, destacou.

Para ele, o funk nacional ajudou a botar a música brasileira em evidência no mundo inteiro, tal qual a bossa nova fez entre o fim da década de 1950 e o início da de 1960.

“O funk está muito forte globalmente, e as pessoas não têm ideia disso. Eu acompanho as minas e os caras que dançam, inclusive danças afro, e dizem: ‘as trends do Brasil são as melhores’”.

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“O ‘brazilian funk’, esse funk mais eletrônico, de favela mesmo, o mundo inteiro está consumindo. E é um negócio nosso, criado e sustentado por aqui. Sinto que parte do povo brasileiro não tem muito orgulho disso, pela origem das pessoas envolvidas”, analisou.

Nova cabeça negra

Rincón contou que os jovens negros atuais têm bem mais autoestima em comparação a gerações anteriores. Ele acredita, porém, que por vezes, falta profundidade nos temas propostas pelas redes sociais.

Segundo o artista, a juventude vem produzindo muito conteúdo interessante, com mais confiança do que negros de gerações passadas, só que muitas vezes o tema está mais em cima de relacionamento ou de outros temas mais leves.

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“Eles falam sobre raça de forma pouco profunda , em geral, e isso não significa que eles sejam rasos. É uma juventude preta muito inspiradora, inclusive para mim”, disse.

“Mas na minha época tinha mais o lance do movimento preto, de você buscar os pensadores, acessar os livros, saber o que aconteceu em determinado momento da história, saber o que aconteceu no continente africano”, destacou.

Viagem à África

O artista disse que ter conhecido o continente africano foi fundamental para entender melhor o próprio Brasil. Ele esteve, em viagens diferentes, em três países: Senegal, Mauritânia e Cabo Verde.

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Em Senegal, teve a oportunidade de vivenciar uma nação preta. Já na Mauritânia encontrou pessoas com traços árabes.

“Ninguém falava comigo em Senegal, porque achava que eu era um deles, só com um cara e uma menina que estavam comigo e eram mais claros”, lembrou.

Ídolo do Corinthians?

Torcedor do Palmeiras, Rincon foi questionado sobre a sensação de ser conhecido por um apelido relacionado a um ídolo do Corinthians. Ele destacou que o colombiano Freddy Rincón também foi ídolo palmeirense, mas admitiu que, de fato, o craque é mais associado ao clube da zona leste da cidade.

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O apelido pegou mesmo em 1998, quando o meio-campista já estava no Corinthians. Mais para frente, quando se tornou artista, resolveu adotar o “Sapiência” para se diferenciar.

Ele também se disse empolgado pela contratação de Vitor Roque pelo seu clube de coração.

“Precisava de um nome de peso. O elenco do Palmeiras é bom, mas vários jogadores precisam de uma sombra. Alguém para falar assim: 'ó, se eu não estiver entregando, tem o outro ali já espumando para chegar'”, afirmou, esperançoso.

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