A+

A-

Alternar Contraste

Quarta, 16 Abril 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Entretenimento

Raphael Morone lança 'Navios Imaginados' e reinventa a poética do porto

Projeto nasceu da pesquisa em jornais antigos de Santos, no litoral de São Paulo

Bruno Hoffmann

14/04/2025 às 16:00

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Livro nasceu de anúncios de companhias marítimas que operaram entre o início do século 20 e os anos 1980

Livro nasceu de anúncios de companhias marítimas que operaram entre o início do século 20 e os anos 1980 | Nair Bueno/ DL

O artista visual Raphael Morone lançará em maio o livro “Navios Imaginados", inicialmente em formato digital. A publicação independente mistura poesia, arquivo fictício e paisagens portuárias inventadas.

Continua depois da publicidade

Segundo Morone, nascido em Santos e radicado em Belo Horizonte, o projeto nasceu da pesquisa em jornais antigos da cidade paulista, acessados pela Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, onde o autor encontrou anúncios de companhias marítimas que operaram entre o início do século 20 e os anos 1980.

Esses anúncios, explicou, reuniam nomes de embarcações, horários de partida, rotas e um vocabulário publicitário que convidava o leitor a embarcar rumo a outras margens. O artista entendeu que esse material formava um léxico poético — uma linguagem do deslocamento, da travessia e do porto como lugar de imaginação.

“Percebi que, a partir desse material pesquisado e reunido, formava um glossário que me dava ferramentas para pensar uma poética do movimento, uma poética do porto”, contou.

Continua depois da publicidade

Desse ponto de partida, o autor se apropriou das rotas, dos estilos e da linguagem desses documentos para criar o seu próprio mundo. A obra será lançada com apoio da Lei Paulo Gustavo – Santos.

Por que 'Navios Imaginados'?

O título, “Navios Imaginados”, disse, carrega dois significados principais: além de refletir os navios criados ao longo do livro, também presta homenagem ao romance Navios Iluminados, de Ranulpho Prata (1896–1942).

Publicado em 1937, este livro, que completa 88 anos em 2025, narra a dura realidade dos trabalhadores do Porto de Santos, como o protagonista Severino, um estivador nordestino que enfrenta as dificuldades da vida no cais enquanto é fascinado pelos navios iluminados que cruzam o canal.

Continua depois da publicidade

Quem é o artista

Raphael Morone é artista visual, escritor e designer gráfico. Nascido e criado em Santos (SP), vive em trânsito entre sua cidade natal e Belo Horizonte (MG) desde 2015.

Sua trajetória é marcada por uma prática híbrida entre pintura, desenho, escrita e edição. É formado em Design Gráfico pelo Centro Universitário São Judas Tadeu (UNIMONTE) e em Licenciatura em Artes Visuais pela Escola de Design da UEMG. Atualmente, é mestrando em artes pela UEMG.

Morone iniciou sua atuação no campo cultural como cofundador do coletivoACTION, onde produziu cartazes sobre a cidade de Santos e textos sobre música negra e arte. Sua produção atual parte de uma condição migrante e investiga os vestígios da presença humana e da relação entre memória e paisagem.

Continua depois da publicidade

Seu primeiro livro, “Pãozin de Cará: entre o porto e as montanhas” (Margem Edições, 2021), reúne poemas, prosas, pinturas e observações que conectam Santos e Belo Horizonte, cidades que atravessam sua vivência e obra. É também autor de ilustrações para projetos como o álbum “Narciso Deu um Grito”, de Marcelo Veronez, e tem poemas publicados em revistas e coletâneas independentes.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados