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Projeto gratuito questiona limites entre dança e trabalho no Sesc Pompeia

Coletivo Pérfida Iguana traz espetáculo inovador e provoca reflexão a partir de terça-feira (18/2)

Mariana Ribeiro

09/02/2025 às 13:00

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Toda a programação do projeto é gratuita

Toda a programação do projeto é gratuita | Tetembua Dandara/Divulgação

O coletivo Pérfida Iguana, que desde 2014 faz pesquisas na área da dança, apresentará o espetáculo Reconhecer e Perseguir, a série de vídeos Manejo e a roda de conversas Sem conteúdo de Dança, no Sesc Pompeia, na zona oeste de São Paulo, entre terça-feira (18/2) e sexta (21/2).

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Com toda a programação gratuita e livre para todos os públicos, as atividades do coletivo terão o intuito de promover questionamentos sobre o que é dançar no mundo de hoje.

O Sesc Pompeia tem recebido diversos espetáculos e apresentações, como a mostra de espetáculos e oficinas gratuitas e o show do rapper BK, ambas em agosto de 2024. 

Detalhes do projeto 

O grupo Pérfida Iguana, por meio do trabalho continuado dos artistas Carolina Callegaro e Renan Marcondes, ao lado da produtora Tetembua Dandara, atua há 10 anos como um polo de pesquisa e produção. 

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Ao longo dessa trajetória, uma questão tem sempre pairado pelos pensamentos dos integrantes do coletivo: “o que eles fazem é dança?”.

Coletivo 'Pérfida Iguana' apresentará o espetáculo 'Reconhecer e Perseguir', a série de vídeos 'Manejo' e a roda de conversas 'Sem conteúdo de dança', no Sesc Pompeia, na zona oeste de São Paulo, a partir de terça-feira (18/2). Foto: Tetembua Dandara/Divulgação
Coletivo 'Pérfida Iguana' apresentará o espetáculo 'Reconhecer e Perseguir', a série de vídeos 'Manejo' e a roda de conversas 'Sem conteúdo de dança', no Sesc Pompeia, na zona oeste de São Paulo, a partir de terça-feira (18/2). Foto: Tetembua Dandara/Divulgação
Atividades do coletivo terão o intuito de promover questionamentos sobre o que é dançar no mundo de hoje, com programação gratuita, que ocorrerá até sexta (21/2). Foto: Tetembua Dandara/Divulgação
Atividades do coletivo terão o intuito de promover questionamentos sobre o que é dançar no mundo de hoje, com programação gratuita, que ocorrerá até sexta (21/2). Foto: Tetembua Dandara/Divulgação
O grupo 'Pérfida Iguana', por meio do trabalho continuado dos artistas Carolina Callegaro e Renan Marcondes, ao lado da produtora Tetembua Dandara, atua há 10 anos como um polo de pesquisa e produção. Foto: Tetembua Dandara/Divulgação
O grupo 'Pérfida Iguana', por meio do trabalho continuado dos artistas Carolina Callegaro e Renan Marcondes, ao lado da produtora Tetembua Dandara, atua há 10 anos como um polo de pesquisa e produção. Foto: Tetembua Dandara/Divulgação
Ao longo dessa trajetória, uma questão tem sempre pairado pelos pensamentos dos integrantes do coletivo: 'o que eles fazem é dança?'; assim surgiram as montagens. Foto: Tetembua Dandara/Divulgação
Ao longo dessa trajetória, uma questão tem sempre pairado pelos pensamentos dos integrantes do coletivo: 'o que eles fazem é dança?'; assim surgiram as montagens. Foto: Tetembua Dandara/Divulgação

E é justamente este questionamento que deu origem ao novo espetáculo, como conta Renan Marcondes, explicando que a pergunta se transformou durante a pandemia. Foi neste ano que o coletivo recebeu um parecer de gestores de edital público do estado questionando a autenticidade da série de vídeos Manejo.

O parecer afirmava que as obras tinham “conteúdo inexpressivo, enigmático e irreconhecível como dança para o público”.

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Após um longo processo jurídico, o caso foi resolvido, não sem transformar radicalmente a visão dos artistas sobre o contexto de produção no Brasil e os modos possíveis ou necessários de se relacionar com ele. 

Carolina Callegaro explica que ter recebido esta resposta em 2021, após sete anos de pesquisa continuada, diz muito sobre o tempo em que vivemos. 

“Um trabalho experimental e de pesquisa, como o que o Pérfida Iguana tem realizado, talvez tenha pouco respaldo mercadológico, o que torna as políticas públicas essenciais para viabilizar sua produção e a de trabalhos com interesses similares, a fim de que a produção cultural se mantenha em constante atualização e renovação.”

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A artista finaliza respondendo o questionamento sobre se o que o coletivo está fazendo é dança ou não é dança: “Estamos pesquisando dança. E estar pesquisando dança nos projeta para situações incertas, de risco e de possível indefinição da linguagem, sempre confiando na capacidade do público de refletir e discordar - e não apenas de entender e gostar.”

Os trabalhos 

Feita no primeiro ano da pandemia de Covid-19, sob as condições adversas do momento, a série de quatro vídeos intitulada Manejo reúne as diversas tentativas simbólicas de Callegaro e Marcondes de enterrar aquilo que permite a expressão humana.

Em cena, câmeras, livros e conteúdos diversos de dança vão para debaixo da terra e são seguidos por seus próprios corpos, a fim de que eles possam servir de matéria decomposta para adubar um novo chão ou cultivar uma nova dança.  

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Já em Reconhecer e Perseguir, um grupo de pessoas tenta criar, repetidamente, um chão para dançar. Para produzi-lo, lançam mão de fragmentos de uma história, que podia ser da dança ou não. A cada tentativa, um novo chão surge, abrindo caminho para outro futuro possível.

No entanto, o chão, assim como o futuro, é instável, e se transforma constantemente, revelando o poder do trabalho humano de construir coisas e destruí-las simultaneamente. 

Na conversa Sem Conteúdo de Dança, os artistas do Pérfida Iguana e as convidadas Daniele Sampaio e Paula Petreca falarão sobre o processo criativo do espetáculo e o trabalho de pesquisa que o grupo desenvolve desde 2014. 

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