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Primeira doutora preta do Brasil é tema de ocupação no CCBB SP

Ocupação totalmente gratuita reúne espetáculos, oficinas, cinema, música, mesas de debates, palestras e uma exposição em homenagem à atriz Léa Garcia

Mariana Ribeiro

03/01/2025 às 21:30

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Helena Theodoro é filósofa, historiadora e primeira doutora preta do Brasil

Helena Theodoro é filósofa, historiadora e primeira doutora preta do Brasil | Thiago Lontra/Agência Brasil

O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP), no centro histórico da capital paulista, recebe até o domingo (23/2) a ocupação “Trilogia Matriarcas”, uma homenagem à vida e obra de Helena Theodoro, filósofa, historiadora e primeira doutora preta do Brasil.

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A programação, totalmente gratuita, celebra os 80 anos de trajetória da profissional, marcada pela defesa da cultura afro-brasileira e pelo enfrentamento ao racismo estrutural.

Com uma agenda que inclui teatro, exposições e debates, o evento, que ocorre no prédio anexo do CCBB São Paulo, oferece ao público uma imersão no legado multifacetado da ativista.

O principal destaque da ocupação é a trilogia “Matriarcas”, composta por três peças teatrais inspiradas nas vivências de Helena Theodoro e em histórias de mulheres negras que enfrentaram desafios e transformaram suas realidades.

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'Para mim, essa é uma oportunidade incrível de celebrar e difundir a filosofia africana, especialmente por meio de espetáculos que exaltam as múltiplas dimensões da mulher: política, sagrada e secreta', diz Helena Theodoro sobre a Ocupação. Foto: Jessyca Alves/Divulgação
'Para mim, essa é uma oportunidade incrível de celebrar e difundir a filosofia africana, especialmente por meio de espetáculos que exaltam as múltiplas dimensões da mulher: política, sagrada e secreta', diz Helena Theodoro sobre a Ocupação. Foto: Jessyca Alves/Divulgação
O principal destaque da ocupação são os espetáculos da trilogia 'Matriarcas', composta por três peças teatrais inspiradas nas vivências de Helena Theodoro e em histórias de mulheres negras que enfrentaram desafios e transformaram suas realidades. Foto: Roberto Carneiro/Divulgação
O principal destaque da ocupação são os espetáculos da trilogia 'Matriarcas', composta por três peças teatrais inspiradas nas vivências de Helena Theodoro e em histórias de mulheres negras que enfrentaram desafios e transformaram suas realidades. Foto: Roberto Carneiro/Divulgação
'Mãe de Santo', com dramaturgia de Renata Mizrahi e direção de Luiz Antônio Pilar, é o primeiro espetáculo da sequência e traz a premiada atriz Vilma Melo no papel principal. Foto: Guga Melgar/Divulgação
'Mãe de Santo', com dramaturgia de Renata Mizrahi e direção de Luiz Antônio Pilar, é o primeiro espetáculo da sequência e traz a premiada atriz Vilma Melo no papel principal. Foto: Guga Melgar/Divulgação
A peça, escrita a partir de textos e relatos de Helena Theodoro, reflete sobre os muitos papéis desempenhados por mulheres negras ao longo da vida, evocando questões de ancestralidade e espiritualidade. 'Mãe de Santo' ficará em cartaz até domingo (5/1). Foto: Guga Melgar.
A peça, escrita a partir de textos e relatos de Helena Theodoro, reflete sobre os muitos papéis desempenhados por mulheres negras ao longo da vida, evocando questões de ancestralidade e espiritualidade. 'Mãe de Santo' ficará em cartaz até domingo (5/1). Foto: Guga Melgar.

“Mãe de Santo”, com dramaturgia de Renata Mizrahi e direção de Luiz Antônio Pilar, é o primeiro espetáculo da sequência e traz a premiada atriz Vilma Melo no papel principal. 

A peça, escrita a partir de textos e relatos de Helena Theodoro, reflete sobre os muitos papéis desempenhados por mulheres negras ao longo da vida, evocando questões de ancestralidade e espiritualidade. “Mãe de Santo” ficará em cartaz até domingo (5/1). 

“Esse espetáculo é a expressão da minha felicidade e do meu compromisso com a nossa ancestralidade. Um projeto que nasceu em 2018, após a descoberta do Alzheimer da minha avó materna Maria (que é mãe de santo) e da reconexão com a minha fé, que me permitiu vislumbrar esta montagem trazendo à cena histórias de tantas mulheres que admiro, que me inspiram e me orientam”, conta Bruno Mariozz, idealizador da montagem. 

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Já “Mãe Baiana”, segunda peça da sequência, estrelada por Dja Martins e Luiza Loroza, trata do luto e da memória afetiva por meio da relação entre avó e neta. O espetáculo estreia na sexta-feira (10/1) e segue em cartaz até domingo (26/1). 

No enredo, uma avó lida com a perda de um filho, situação que Helena Theodoro viveu quando seu menino de quatro anos morreu afogado.

Embora a premissa seja marcada por tristeza, a obra retrata a dor com sensibilidade e também com a serenidade que a personagem da avó - e de certa forma, Helena - adquire ao longo do tempo. 

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“Me ressinto com a dramaturgia nacional que quando vai falar do negro, principalmente o urbano, é sempre no conflito da violência. A questão nunca é contraditória ou está na diferença de perspectiva. É sempre no jovem negro matando ou morrendo, da família desconstruída, da falta de afeto. Em ‘Mãe baiana’ o conflito está inserido numa sociedade cotidiana e na família geracional, constituída por mulheres, convivendo no mesmo espaço”, explica Luiz Antonio Pilar, diretor da montagem, sobre a perspectiva racial presenta na peça. 

O terceiro e último espetáculo, “Mãe Preta”, com dramaturgia de Valesca Lins, destaca a jornada de uma mulher negra que, ao superar grandes perdas, reconstrói sua vida, reafirma sua independência e se fortalece como pilar de sua comunidade.

A peça, que ficará em cartaz de quinta (30/1) ao domingo (23/2), conta a trajetória de “Helena” de volta ao seu lar. Mulher empreendedora, independente e muito consciente de sua capacidade de atuar na comunidade, cuidando dos filhos e suprindo as necessidades econômicas dos seus, com sua mãe e filha.

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O texto inédito retrata uma das últimas revelações da doutora: “Antes do meu filho nascer, meu casamento já estava no fim, e eu como mulher morta há muito tempo. Foi após a morte do meu filho Brício, que ao chegar no fundo do poço, tive que me reerguer e reencontrar a Helena Theodoro que hoje todos conhecem. Que não é a metade da laranja de ninguém, muito menos a costela de adão. Nós mulheres somos 51% da sociedade, os outros 49% são nossos filhos”, explica Helena.

Além dos espetáculos, a exposição “Baobá de Memórias - uma homenagem à Léa Garcia”, uma das grandes damas do teatro negro brasileiro, irá complementar a experiência da ocupação. 

A mostra presta um tributo à atriz em seu último trabalho, a versão audiovisual de “Mãe Baiana”, também dirigida por Luiz Antônio Pilar.

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Nela, o público poderá conferir fotos de cena e de bastidores, além de áudios, figurinos da peça e uma grande estante de referências de livros de pessoas pretas, especialmente mulheres.

Ao entrar na exposição, o visitante atravessa um labirinto de turbantes, até se deparar com um grande baobá com mais de 300 flores em formato pendular, que saem do teto em várias camadas.

A exibição do filme “Mãe Baiana”, com participação de Léa Garcia e Luana Xavier, também faz parte da programação. 

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Para a filósofa, a ocupação em sua homenagem representa uma verdadeira celebração da filosofia africana e da mulher negra:

“Estou profundamente feliz e honrada com essa ocupação no CCBB. Para mim, essa é uma oportunidade incrível de celebrar e difundir a filosofia africana, especialmente por meio de espetáculos que exaltam as múltiplas dimensões da mulher: política, sagrada e secreta. Essas diferentes facetas coexistem em uma única mulher, e isso reflete a visão africana de que a mulher não se limita a um papel preestabelecido. Ela pode ser política, espiritual, e desempenhar muitas outras funções”, ressalta a doutora Theodoro. 

A “Trilogia Matriarcas” também conta com uma programação de palestras, oficinas e música, buscando ampliar a vivência cultural do público; confira abaixo a programação completa:

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Ocupação “Trilogia Matriarcas” - Programação totalmente gratuita 

Até domingo (23/2) 
Exposição | Baobá de Memórias - Uma Homenagem À Léa Garcia | Térreo Anexo | Livre 
Todos os dias, exceto às terças, das 9h às 20h - Até domingo (23/2) 

Cinema | Exibição do filme “Mãe Baiana”, com Léa Garcia e Luana Xavier | 1ª andar Anexo | 40 min | 12 anos | 70 lugares
Todos os dias, exceto às terças | Exibição de hora em hora - Até terça-feira (25/1) 

Teatro
Mãe de Santo | 50 minutos | 12 anos | Teatro | 120 lugares

Até domingo (5/1) 
Quinta e sexta, às 19h | sábado e domingo, às 18h
Sessão extra 26/jan às 15h 

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Mãe Baiana | 50 minutos | 12 anos | Teatro| 120 lugares
De sexta-feira (10/1) ao domingo (26/1). 
Sexta, às 19h | sábado e domingo, às 18h

Mãe Preta | 50 minutos | 12 anos | Teatro| 120 lugares 
De (30/1) a domingo (23/2)
Quinta e sexta, às 19h | sábado e domingo, às 18h

Debates 
Mediação de  Maitê Freitas

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Dia 9/1, quinta-feira - “Mulheres Sagradas”, com Mãe Márcia Marçal e Luana Xavier | Das 17h às 19h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 16/1, quinta-feira - “Mulheres Políticas”, com Sueli Carneiro e Katiuscia Ribeiro | Das 17h às 19h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 23/1, quinta-feira - “Diversidade Feminina”, com Sara York e Sanara Santos | Das 17h às 19h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares

Oficinas 
Dia 5/1, domingo - “Eu, o Outro, o Espaço e a Comunidade: práticas teatrais para a infância”, com Graciana Valladares | Das 14h às 16h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 12/1, domingo - “O Encanto das Ervas”, com Mãe Márcia Marçal | Das 10h às 12h | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 19/1, domingo - “Artesanato: Ancestralidade pelas mãos”, com Andreia da Silva Luiz | Das 10h às 11h30 | Livre | 1º andar Anexo | 70 lugares

Música 
Dia 8/01
, quarta-feira - Atração musical com Maryzélia Conceição (voz, violão e percussão) | Das 19h às 20h | 12 anos | Teatro | 120 lugares
Dia 17/1, sexta-feira - Atração musical com Fabiana Cozza (voz e cavaco) | Das 20h às 20h30 | 12 anos | Teatro | 120 lugares
Dia 18/1, sábado - Discotecagem com Evelyn Cristina | 19h às 20h | 12 anos | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 19/1, domingo - Cortejo da Escola de samba Mocidade Unida da Mooca | Das 16h às 17h | Livre | Trajeto Praça do Patriarca até Rua da Quitanda, 70 
Dia 22/1, quarta-feira - Atração musical com Marina Iris (voz e violão) | Das 19h às 20h | 12 anos | Teatro | 120 lugares
Dia 25/1, sábado - Discotecagem com Evelyn Cristina | 19h às 20h | 12 anos | 1º andar Anexo | 70 lugares
Dia 5/2, quarta-feira - Atração musical com Fabíola Machado (voz, violão e percussão)| Das 19h às 20h | 12 anos | Teatro | 120 lugares

Quer aproveitar mais programações que celebrem a cultura preta no centro cultural? Então não deixe de conferir que um musical infantojuvenil sobre autoestima negra chega ao CCBB São Paulo

Serviço
Trilogia Matriarcas
Onde?
 Teatro CCBB SP e Anexo| Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP
Entrada gratuita
Ingressos: Retirada de ingressos em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB 
Restante da programação: Anexo | Rua da Quitanda, 80 – Centro Histórico/SP

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