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Pelé usa jogo da Ucrânia para pedir a Putin que pare a invasão

'Eu vivi oito décadas, nas quais testemunhei guerras e vi líderes bradando ódio em nome da segurança do próprio povo. Não podemos regredir a esses tempos', disse o Rei do Futebol

Bruno Hoffmann

01/06/2022 às 17:38  atualizado em 01/06/2022 às 17:46

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Pelé

Pelé | Ricardo Stuckbert/CBF

Pelé fez um apelo ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, para que encerre a guerra com a Ucrânia. Com a seleção ucraniana de volta aos gramados, em briga por uma vaga na Copa do Mundo, o ex-jogador aproveitou a ocasião para publicar uma carta ao político, divulgada em suas redes sociais.

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"Vladimir Putin, hoje [quarta-feira] a Ucrânia tenta esquecer, ao menos por 90 minutos, a tragédia que ainda acontece em seu país. Competir por uma vaga na Copa do Mundo já uma tarefa difícil. E se torna quase impossível com tantas vidas em jogo", escreveu o craque brasileiro, que afirmou ter redigido "pessoalmente" o texto.

"Eu quero utilizar a partida de hoje como uma oportunidade de fazer um pedido: pare com essa invasão. Não existem argumentos que justifiquem a violência. Este conflito, assim como todos os outros, é perverso, injustificável e não traz nada além de dor, medo, terror e angústia. Não há razão para que ele perdure ainda mais tempo", acrescentou.

O ex-atleta de 81 anos recordou que teve encontro com Putin há cinco anos, antes da Copa do Mundo de 2018. E reiterou o apelo para que o político encerre a ofensiva iniciada em 24 de fevereiro, quando ele ordenou a invasão da Ucrânia, afirmando que a ação militar tinha como objetivo apoiar enclaves separatistas no leste do país.

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Ataques foram registrados, no entanto, em várias partes do território ucraniano -particularmente em suas maiores cidades, Kiev e Kharkiv. Diante dessa situação, a Fifa adiou a partida da Ucrânia contra a Escócia, prevista inicialmente para março. Ela foi reagendada para esta quarta (1º), em Glasgow, na Escócia.

"Quando nos conhecemos no passado e trocamos um grande sorriso acompanhado de um longo aperto de mão, era inimaginável que poderíamos um dia estar tão divididos quanto estamos hoje", escreveu Pelé. "O poder de dar um fim a este conflito está nas suas mãos. As mesmas que apertei em Moscou, no nosso último encontro, em 2017."

O craque, por fim, disse ter estabelecido o compromisso de fazer o possível em nome da paz, enquanto seu corpo permitir. Aos 81, ele sofre com problemas de saúde e faz tratamento contra um tumor no cólon, com visitas periódicas ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para sessões de quimioterapia e exames.

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"Eu vivi oito décadas, nas quais testemunhei guerras e vi líderes bradando ódio em nome da segurança do próprio povo. Não podemos regredir a esses tempos. Devemos evoluir. Anos atrás, eu prometi para mim mesmo que, enquanto eu conseguir, sempre levantarei minha voz a favor da paz", declarou.

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