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Com Natalie Portman e Julianne Moore, 'Segredos de Um Escândalo' foi um dos grandes injustiçados da premiação
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As vencedoras do Oscar, Natalie Portman e Julianne Moore, em cena do filme 'Segredos de Um Escândalo' | Diamond Films/Divulgação
Sem dúvidas estamos falando de um dos mais injustiçados filmes nesta edição do Oscar 2024, pois no mínimo deveria ter figurado entre os selecionados na categoria principal e não apenas em roteiro original. Depois de ter trabalhado com Julianne Moore em "O Mal do Século" e "Longe do Paraíso", o cineasta Todd Haynes repete a parceria com ela no suspense dramático "Segredos de Um Escândalo". O enredo é levemente inspirado em uma história real, um tanto quanto bizarra. Uma mulher de 36 anos que se apaixonou por um menino de 12 anos, que chegou a engravidar dele, e após cumprir pena na prisão se casou com o próprio.
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Bebendo bastante desta fonte, a trama acompanha a atriz Elizabeth (Natalie Portman) que irá realizar um filme sobre a vida de Gracie (Moore), que se envolveu romanticamente com Joe (Charles Melton) quando ele tinha 13 anos. Casados e com filhos que estão prestes a irem para faculdade, ela começa a estudar a vida do casal diariamente e descobre que existem coisas muito mais perturbadoras do que pensava.
Haynes sabe que está lidando com uma história pesada e polêmica, por isso é nítido o enorme cuidado e direção que ele toma em algumas horas. Tanto que o roteiro de Samy Burch (cuja indicação ao Oscar foi merecida) procura estabelecer um arco beirando mais para o suspense psicológico, ao invés do drama. Nas mãos erradas a narrativa poderia cair em dois contextos banais e deploráveis, que são a novela mexicana e a pornochanchada. Felizmente, isso não ocorre.
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Isso acaba funcionando, em grande parte, pela naturalidade colocada nas atuações de Portman, Moore e Melton (que sofreram uma grande injustiça, por não serem indicados ao Oscar 2024). Existe uma química entre este trio, que vai muito além do que é mostrado, uma vez que o próprio diretor é breve ao explanar isso. Inclusive, não duvido que estas performances sejam estudadas em faculdades e cursos de psicologia, futuramente.
Intermediando com a sutileza na direção, onde ele sempre fez questão de colocar enquadramentos entre Elizabeth e Gracie, para simbolizar que ambas estavam com uma divisória entre elas (que era o próprio Joe), pelas quais aos poucos começamos a entrar na mente de cada um dos personagens. Não entrarei em spoilers, mas os detalhes em algumas cenas que parecem banais refletem o que realmente está acontecendo.
Intermediando com a sutileza na direção, que sempre fez questão de colocar enquadramentos entre Elizabeth e Gracie, para simbolizar que ambas estavam com uma divisória entre elas (que era o próprio Joe), pelas quais aos poucos começamos a entrar na mente de cada um dos personagens. Não entrarei em spoilers, mas os detalhes em algumas cenas que parecem banais refletem o que realmente está acontecendo.
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Outro destaque é a fotografia de Christopher Blauvelt ("First Cow"), que transparece a sensação de estarmos vendo uma produção dos anos 90/2000, por conta das tonalidades acinzentadas e os filtros que se assemelham a gravação ter sido feita com câmeras Panavision (que eram usadas no passado, nas produções cinematográficas).
"Segredos de um Escândalo" é um retrato audacioso, corajoso e reflexivo, que por conta do talento dos envolvidos, consegue ser um ótimo suspense dramático.
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