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Nova bandeira LGBT+ inclui símbolos trans, intersexo e antirracismo

O emblema foi lançado oficialmente no último dia 27 durante a 27ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro

Natália Brito

06/12/2022 às 10:54  atualizado em 06/12/2022 às 10:57

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Nova bandeira LGBT+.

Nova bandeira LGBT+. | Divulgação/Parada LGBT+

A bandeira do arco-íris, símbolo do movimento LGBTQIA+, ganhou mais cores. Sua nova versão inclui a gravura do orgulho intersexo –pessoas que não se enquadram nas definições biológicas típicas de masculino ou feminino–, a paleta do orgulho trans e listras representando o antirracismo.

O emblema foi lançado oficialmente no último dia 27 durante a 27ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.

Fruto de discussão iniciada há quatro anos, a atualização do tradicional símbolo do arco-íris é a favor da representatividade de todos os que compõem a comunidade LGBTQIA+.

Em 2018, o designer Daniel Quasar, natural de Portland, nos Estados Unidos, criou uma alternativa que já incluía os símbolos trans e do movimento pela igualdade racial. Rapidamente, a proposta de Quasar ganhou adeptos em todo o mundo.

Ele redesenhou a bandeira tradicional com as novas cores representadas em listras como setas à direita, simbolizando, segundo ele, o progresso.

Três anos depois, em 2021, Valentino Vecchietti, designer ítalo-britânica, atualizou a versão de Quaser com a gravura do orgulho intersexo, classificação com a qual ela se identifica.

Após um ano sendo adotada esporadicamente em paradas LGBTQIA+ de todo o mundo, o novo símbolo desembarcou no Brasil para debutar oficialmente em um grande evento sob tutela do Grupo Arco-Íris, ONG responsável pela organização e promoção da parada carioca.

A flâmula estendida em Copacabana teve 24 metros de comprimento e 10 de largura, sendo, segundo os organizadores, a maior do mundo.

Grande símbolo do movimento LGBTQIA+, a bandeira do arco-íris foi lançada em 1978 para o Dia de Liberdade Gay de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos. A data é considerada a percursora das paradas atuais.

O desenhista por trás da bandeira, Gilbert Baker, morreu em 2017, aos 65 anos.

Originalmente, o emblema tinha oito cores: rosa para sexualidade; vermelho para vida; laranja para cura; amarelo para luz do sol; verde para natureza; turquesa para magia e arte; azul para harmonia e serenidade; e violeta para representar o espírito humano.

Trinta voluntários ajudaram Baker a pintar as duas primeiras bandeiras arco-íris. Em 2015, o MoMa (Museu de Arte Moderna de Nova York) adquiriu uma delas para a sua coleção de obras e a apresentou como poderoso marco histórico do design.

A bandeira do arco-íris tem sido, quase diariamente, alvo de discussões por todo o mundo no último mês em razão da Copa do Mundo do Qatar.

Seleções da Europa desejavam entrar em campo com braçadeiras nas cores do arco-íris em manifestação contra a homofobia, mas foram barradas pela Fifa. A entidade ameaçou punir com cartões amarelos quaisquer demonstrações sobre o tema e lançou braçadeiras de capitão oficiais, impedindo versões personalizadas pelas equipes.

Durante o evento, também foram relatados casos de torcedores que tiveram suas bandeiras apreendidas. Até a flâmula do estado de Pernambuco, que possui um arco-íris, foi visada pela rigorosa fiscalização. Os organizadores do evento negam vetar a exibição do símbolo.

A Pantone, referência mundial em sistemas de cores e tecnologias para sua reprodução precisa, lançou uma bandeira LGBTQIA+ branca, substituindo as cores pelos códigos de referência para driblar a proibição da bandeira no Qatar.

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