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Edy estava internado em estado grave em um hospital de São Paulo | Andres Costa/Divulgação
Morreu nesta quinta-feira (24/4) o cantor, compositor, ator e performer baiano Edivaldo Souza, mais conhecido pelo nome artístico Edy Star, ícone da contracultura, aos 87 anos. Edy estava internado em estado grave em um hospital de São Paulo após sofrer um acidente doméstico na última semana.
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O anúncio da morte do artista foi feito por sua assessoria, que explica que a morte foi causada por insuficiência respiratória, insuficiência renal e pancreatite, todas em estágio agudo, condições que, apesar dos cuidados intensivos, não puderam ser revertidas.
Edy Star foi uma figura singular na música brasileira, conhecido por sua irreverência, talento multifacetado e coragem artística.
Integrante do icônico álbum “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10” (1971), ao lado de Raul Seixas, Miriam Batucada e Sérgio Sampaio, Edy deixou sua marca como um dos primeiros artistas brasileiros a desafiar abertamente as normas de gênero e comportamento em cena.
Figura emblemática da música e do teatro brasileiro, o baiano teve sua trajetória celebrada em duas importantes obras: um filme e uma biografia que resgatam sua ousadia, irreverência e contribuição artística ao longo das décadas.
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Paralelamente, o artista gravou um disco em homenagem ao amigo e parceiro Raul Seixas; um projeto íntimo e afetuoso que agora tenta ser viabilizado por meio de financiamento coletivo, convidando fãs e admiradores a apoiar esse tributo à música brasileira.
A assessoria divulgará em breve as informações sobre o velório e homenagens ao artista.
Em São Paulo, um musical imersivo celebra 80 anos de Raul Seixas, amigo pessoal e parceiro de trabalho de Edy Star, com clássicos e histórias.
Edy Star: a trajetória do multiartista brasileiro que rompeu barreiras
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Edivaldo Souza, mais conhecido pelo nome artístico Edy Star, foi uma figura icônica da cultura brasileira, destacando-se como cantor, compositor, ator, dançarino, produtor teatral, apresentador de televisão e artista plástico.
Nascido em Juazeiro, Bahia, em 10 de janeiro de 1938, Edy iniciou sua carreira ainda na adolescência, no programa “A Hora da Criança”, da Rádio Sociedade da Bahia. Desde cedo, ele demonstrou um estilo irreverente, influenciado pela chanchada, pelo cabaré e pelo teatro de revista, gêneros que moldaram sua trajetória.
No final dos anos 1960, Edy iniciou sua transição para os grandes centros culturais do Rio de Janeiro e São Paulo, em busca de novas oportunidades.
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Nos anos 1970, envolveu-se em projetos vanguardistas, incluindo o revolucionário álbum “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10”, em parceria com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada.
Com performances audaciosas que questionavam as normas sobre sexualidade, Edy conquistou o público, se apresentando desde os espaços marginais da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, até as boates sofisticadas da alta sociedade carioca, como a Number One e a Up's.
Sua carreira expandiu-se com a participação na versão brasileira do musical “The Rocky Horror Show”, que abriu caminho para o lançamento de seu álbum autoral, Sweet Edy. Durante as décadas seguintes, Edy se dividiu entre o teatro e a televisão no Brasil.
Na década de 1990, mudou-se para a Espanha, onde continuou sua trajetória artística no teatro e como produtor de boates.
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Após quase 20 anos na Europa, Edy retornou ao Brasil, retomando sua carreira musical com o relançamento de seu álbum original e o lançamento de “Cabaré Star”, em 2017 (produzido por Zeca Baleiro) e “Meu amigo Sergio Sampaio”, em 2023.
Em 2017, lançou seu segundo álbum solo, “Sweet Edy”, 44 anos após o primeiro, com participações de Ney Matogrosso e Caetano Veloso.
Pioneiro na cena artística brasileira, Edy Star foi o primeiro artista a assumir publicamente sua homossexualidade, tornando-se um símbolo de resistência e liberdade.
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