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Série de animais vive solta na segunda maior ilha do litoral paulista; entenda o motivo desse fenômeno único em São Paulo
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Ilha Anchieta, em Ubatuba, no litoral norte paulista | Bruno Hoffmann
A Ilha Anchieta, em Ubatuba no litoral de São Paulo, é a casa de diversas espécies de animais.
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O lugar abriga macacos-prego, saguis-de-tufos-pretos, cutias, quatis, serpentes e uma série de outros mamíferos e répteis, que vivem soltos pela segunda maior ilha do litoral paulista – só perde em tamanho para Ilhabela.
O ecoturismo local é gerido desde 2023 por uma permissionária, que construiu o Green Haven Ilha Anchieta para receber os visitantes. A empresa também tem a responsabilidade de preservar a fauna do local.
Os animais são vistos por toda a parte do parque estadual e a alguns até já se acostumaram com os turistas. Não é permitido, claro, encostar ou alimentar os animais, sob o risco de incorrer em crime ambiental.
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O principal motivo para a variedade de bichos no espaço, porém, não é tão natural assim. Na década de 1980, o Zoológico de São Paulo enviou a pedido do governo paulista espécies exóticas para a ilha – ou seja, que não eram nativas.
A medida, como era de se esperar, causou desequilíbrio ecológico, com aumento rápido demais de algumas espécies e extinção de outras.
Um grupo de pesquisadores do Laboratório de Biologia da Conservação (LaBiC) do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Rio Claro, decidiu estudar a situação. Segundo os pesquisadores, em 1983, o governo paulista soltou 160 animais, pertencentes a 15 espécies de mamíferos e algumas de répteis.
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Capivaras, cutias, macacos-prego, saguís-de-tufo-preto, quatis, bichos-preguiça, ratões-do-banhado, tamanduás-mirins, tatus, tatupebas e veados-catingueiros foram soltos na ilha, sem que fosse conduzido qualquer estudo prévio em relação a impacto ambiental.
Algumas espécies se multiplicaram de forma quase exponencial. Outras, desapareceram.
A população de saguis-de-tufos-pretos saltou de cinco em 1983 para 624 em 2022. Das oito cutias introduzidas em 1983 resultou uma população estimada em 947 indivíduos em 2022.
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Por outro lado, espécies como o tatu-galinha, a paca, o tamanduá-mirim e o gambá-de-orelha-preta foram observadas ocasionalmente. Já a preguiça, o veado-catingueiro, o ratão-do-banhado, o tatu-de-rabo-mole e o tatu-peba não foram mais vistos desde 2002, e por isso classificados como possivelmente extintos.
Os pesquisadores da Unesp sugeriram controle reprodutivo para algumas espécies do parque. Porém, dizem que os serviços ecológicos que desempenham permanecem muito importantes para o ecossistema, e não há por que pensar em remover os animais em definitivo da área.
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