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Adoniran Barbosa tinha devoção por Peteleco, e até assinou sambas com o nome do cachorrinho; entenda essa história
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Adoniran Barbosa não se importava em dizer que um de seus melhores amigos era Peteleco. Não se tratava de qualquer companheiro do samba, mas do cachorrinho vira-lata tratado com amor pelo compositor. Peteleco era tão sabido que buscava os pães na padaria e costumava entrar no mar de Santos com o dono, deitado sobre seu peito.
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A devoção pelo bichinho era tamanha que Adoniran resolveu torná-lo também compositor. Há pelo menos seis sambas feitos por Adoniran assinados por Peteleco, entre os quais É da Banda de Lá (com Irvando Luiz), Nóis Não Usa as Bleque Tais (com Gianfrancesco Guarnieri), Morro do Piolho (com Carlos Silva e Jacob de Brito) e Mãe, Eu Juro (com Marques Filho, como o cantor Noite Ilustrada assinava suas músicas à época).
A “Revista do Long-Play”, na edição de julho de 1957, não entendeu nada quando viu que o cãozinho entrou como autor único de Deus Te Abençoe, gravado pela dupla Ouro e Prata. “Por que não teria o conhecido cômico usado seu próprio nome? Tem exclusividade com os Demônios da Garoa ou achou que o samba tão bonito não era digno de seu nome?”, questionou o jornalista Francisco D. Silva na publicação.
Não era isso. A história que se conta é que, além de homenagear seu amigo de quatro patas, Adoniran tomou a atitude para poder assinar sambas ao lado de artistas de outras associações de direitos autorais, ou até para não colocar seu nome ao lado de novos desafetos.
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Em uma viagem a Santos, Peteleco comeu um alimento estragado e morreu, para grande tristeza de Adoniran. Acredita-se que o samba Não Quero Entrar, lançado em 1968, tenha sido composto em sua homenagem: “Eu voltei somente pra buscar / Meu cachorrinho, meu cobertor e meu violão...”
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