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Espetáculo inédito celebra ancestralidade preta no Teat(r)o Oficina, em São Paulo

Montagem fica em cartaz na capital paulista de sexta (22/11) a domingo (8/12)

Mariana Ribeiro

07/11/2024 às 18:00

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A montagem coloca em cena as contribuições de artistas e culturas pretas na trajetória da emblemática companhia teatral paulistana

A montagem coloca em cena as contribuições de artistas e culturas pretas na trajetória da emblemática companhia teatral paulistana | Guto Muniz/Divulgação

O Teat(r)o Oficina, na região do Bixiga, em São Paulo, se prepara para receber o espetáculo-rito inédito “BORI”, da companhia Oficina Uzyna-Uzona, com estreia marcada para sexta-feira (22/11).

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A montagem, dirigida por Marília Piraju, Rodrigo Andreolli e Fernanda Taddei, coloca em cena as contribuições de artistas e de culturas pretas na trajetória da emblemática companhia teatral paulistana, em diálogo com diversas “re-existências” dos povos pretos ao longo da história.

“BORI” tem como fio condutor o ritual de oferenda à cabeça, o Ori, e conta uma (re)volta transatlântica, que aporta em São Paulo, no Bixiga da década de 1970, e chega até hoje. A dramaturgia aborda um elenco de tragédias coloniais contadas e cantadas no fio do roteiro, superadas em cena pela imaginação coral, dos cantos de trabalho, da partilha da comida, da festa e da tecnologia nascida do Teat(r)o Oficina: a alegria como arma de desmassacre!”, explica Marília Piraju.

Como todos os espetáculos da companhia, “BORI” é marcado por provocações de interação com o público. Durante a encenação, os espectadores são convidados a participar e a se envolver com a dramaturgia:

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"É um rito propriamente coletivo e popular, e o público-atuador é nossa maior inspiração, protagonista deste espetáculo!”, reforça Marília. 

O Teat(r)o Oficina, localizado na região do Bixiga, em São Paulo, se prepara para receber o espetáculo-rito inédito 'BORI', da companhia Oficina Uzyna-Uzona, com estreia marcada para sexta-feira (22/11). Foto: Carol Kappaun/Divulgação
O Teat(r)o Oficina, localizado na região do Bixiga, em São Paulo, se prepara para receber o espetáculo-rito inédito 'BORI', da companhia Oficina Uzyna-Uzona, com estreia marcada para sexta-feira (22/11). Foto: Carol Kappaun/Divulgação
Como todos os espetáculos da companhia, 'BORI' é marcado por provocações de interação com o público. Durante a encenação, os espectadores são convidados a participar e a se envolver com a dramaturgia. Foto: Guto Muniz/Divulgação
Como todos os espetáculos da companhia, 'BORI' é marcado por provocações de interação com o público. Durante a encenação, os espectadores são convidados a participar e a se envolver com a dramaturgia. Foto: Guto Muniz/Divulgação
Durante o período de retomada das atividades do Oficina, muitos artistas emigrados do sertão de Pernambuco, da Bahia e do Ceará se estabeleceram no teatro e participaram ativamente da criação das diversas linguagens experimentadas pela companhia: musical, plástica, poética, arquitetônica e, principalmente, coral. Foto: Carol Kappaun/Divulgação
Durante o período de retomada das atividades do Oficina, muitos artistas emigrados do sertão de Pernambuco, da Bahia e do Ceará se estabeleceram no teatro e participaram ativamente da criação das diversas linguagens experimentadas pela companhia: musical, plástica, poética, arquitetônica e, principalmente, coral. Foto: Carol Kappaun/Divulgação
José Celso Martinez Corrêa, conhecido como Zé Celso, foi diretor, ator, dramaturgo, encenador e fundador do Teat(r)o Oficina. O ícone das artes cênicas morreu em 2023 após um incêndio em seu apartamento. Foto: Carol Kappaun/Divulgação
José Celso Martinez Corrêa, conhecido como Zé Celso, foi diretor, ator, dramaturgo, encenador e fundador do Teat(r)o Oficina. O ícone das artes cênicas morreu em 2023 após um incêndio em seu apartamento. Foto: Carol Kappaun/Divulgação

Detalhes da montagem

Em 1979, com o decreto da Lei da Anistia, o diretor José Celso Martinez Corrêa, fundador do Teat(r)o Oficina, e os demais integrantes da companhia regressaram do exílio, durante o qual documentaram a revolução e a independência de Moçambique.

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O resultado de suas gravações foi o filme “25”, título que faz alusão às datas de 25 de setembro de 1964, 25 de abril de 1974 e 25 de junho de 1975, nas quais, respectivamente, são celebrados o início da luta armada, a queda do fascismo português e a independência de Moçambique.
 
Neste período, de retomada das atividades do Oficina, muitos artistas emigrados do sertão de Pernambuco, da Bahia e do Ceará se estabeleceram no teatro e participaram ativamente da criação das diversas linguagens experimentadas pela companhia: musical, plástica, poética, arquitetônica e, principalmente, coral.

“Foram os cirandeiros, caboclos em retomada, Ialorixás, povos do circo e compositores do samba paulista, que radicalizaram a decolonialidade da linguagem teatral do Oficina e de tudo que o atravessa”, explica Marília.
 
No espetáculo, a dramaturgia propõe um diálogo entre esse passado histórico e a contemporaneidade da companhia.

“Em 2024, ancestralidade e atualidade se cruzam, acendem a criação de um coro de artistas pretas/os, nordestinas/os, caboclas/o que encarnam e presentificam as caravanas dos anos 1970 e 1980, mas também atualizam a importância das presenças, subjetividades e perspectivas pretas do aqui e agora na companhia mais antiga em atividade no Brasil”, conclui Rodrigo Andreolli.

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Gosta de artes cênicas? Então não deixe de conferir que Zé Ramalho é celebrado em peça inédita que explora seu universo musical e literário.

Serviço 

BORI
Quando?
De 22/11 a 08/12 -  sexta a domingo
Horário: Sexta e sábado, às 20h | domingo, às 18h
Duração: 100 minutos (1h40)
Classificação indicativa: 16 anos (menores de 16 acompanhados pelos responsáveis)
Onde? Teat(r)o Oficina - rua Jaceguai, 520 - Bixiga, São Paulo 
Ingressos: R$ 60 (inteira) | R$ 30 (meia)
* ingressos antecipados aqui ou na bilheteria 1h antes do espetáculo
** para acessar políticas de gratuidade, clique aqui

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