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Compositor encerra ciclo interrompido pela pandemia em show bonito no Sesc Consolação; Douglas Germano promete novo álbum em breve
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Douglas Germano durante a apresentação de Escumalha, no Sesc Consolação | Gabriel Luccas
“Eu nem sei de nada, não / Minha voz é vento / E eu sussurro tempo / Pra você olhar / Quanto de doer / Tanto de calar / Procê se aprumar...” O público do Sesc Consolação acompanhou Douglas Germano nos versos de Tempo Velho nesta sexta-feira (12) como se fosse uma despedida – agora sim de vez – dos tempos duros da pandemia. Era até possível perceber uma ou outra lágrima rolando da plateia. Foi bonito de ver.
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O maior sucesso do álbum Escumalha se tornou para os admiradores do compositor paulistano uma consolação para os tempos da crise sanitária, política e social que caiu sobre o Brasil nos últimos tempos. O disco foi lançado em 2019, teve uma curta temporada de apresentações e logo foi interrompido, justamente pela pandemia da Covid-19.
As suas músicas, então, se tornaram compulsoriamente um prazer (se é que a palavra é prazer) solitário, uma muleta para a solidão, uma esperança em tempos menos ríspidos que um dia viriam. E vieram.
Nesta sexta, o projeto teve sua apresentação de despedida, que serviu também como abertura para o ano que está começando. Douglas promete lançar um novo álbum em breve.
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Um dos melhores discos da música popular nos últimos tempos, Escumalha separa de forma proposital as composições: metade é para ofender os algozes do País, e a outra para exaltar as pequenas belezas do povo. A palavra “escumalha”, mais popular em Portugal do que no Brasil, significa escória, e é traduzida para a realidade nacional de várias formas por Douglas Germano.
Durante a apresentação, constantemente o artista se voltava aos músicos que o acompanhavam, e lembrava que todos – entre outros – estiveram durante a gravação de Escumalha. No palco estavam João Poleto, Henrique Araújo, Renato Enoki, Xeina Barros, Rafael Toledo, Alfredo Castro, Flora Poppovic, Negravat e Tania Viana. Além do conhecido violão rascante do compositor.
A discografia de Douglas Germano é curta para a força da sua obra. Segundo o Dicionário Cravo Albin ele já lançou Retrato do Artista quando Pede (2009), Orí (2011), Golpe de Vista (2016) e Escumalha (2019). Em 2020 também foi convidado para Partido Alto, o disco do grupo Batuqueiros e Sua Gente. Ele viu sua obra se popularizar de vez pela voz de Elza Soares, que gravou, entre outras, Maria da Vila Matide.
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O próximo álbum trará diversas parcerias do artista com outros compositores. Um dos nomes garantidos é o do professor e historiador Luiz Antonio Simas.
Na saída do teatro, um dos músicos que acompanharam Douglas confessou para a reportagem da Gazeta, ao ser questionado se esse seria realmente o último show de Escumalha: “Tomara que não. Você não viu como eu estava feliz de estar no palco?”.
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