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Entretenimento
Gui Cruz passou a gravar vídeos para exaltar nomes históricos do Carnaval paulistano; 'eles sofreram demais para a gente poder estar aqui hoje', destacou
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Gui Cruz durante um desfile do Carnaval de São Paulo | Divulgação
No início deste ano, o cantor e compositor Gui Cruz passou a gravar vídeos sobre os grandes nomes da história do Carnaval paulistano. A repercussão foi quase imediata. O artista passou a receber mensagens de agradecimento, ligações de presidentes de outras agremiações e a ser reconhecido nos barracões. A comunidade do samba parecia sentir falta de reconhecimento, e passou a se ver pelo Instagram.
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Ele próprio, aos 28 anos, já é uma personalidade relevante do cenário artístico. Gui já ganhou 41 sambas-enredos que foram para a avenida tanto no Grupo Especial de São Paulo quando no de acesso da Capital e do Rio. E continua contando.
O conhecimento de Gui veio de berço: é filho de um diretor de harmonia da Nenê de Vila Matilde, e neto de um marceneiro da mesma escola. “Sempre tive contato com a escola de samba, com pessoas mais velhas do que eu, e isso foi importante para me formar no mundo do samba”, explicou ele, à reportagem da Gazeta.
Falar sobre nomes históricos, explicou, é uma forma de evitar o esquecimento de figuras que construíram o Carnaval de São Paulo.
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“Eles sofreram demais para a gente poder estar aqui hoje, com preconceito, com ditaduras, com tanta coisa. Eles fizeram muito para a gente poder viver o amor que a gente vive hoje”, disse.
Formado em Rádio e TV, Gui começou a gravar os vídeos no início de 2024, quando estava desgostoso com algumas pessoas do Carnaval. Foi quando entendeu que o Carnaval em si continuava a empolgá-lo demais.
Parte do público, também, passou a seguir seus vídeos de forma fiel.
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“As pessoas me mandam mensagens por todas as vias, e nas escolas de samba as pessoas me dão parabéns pelo trabalho que estou fazendo. É bom demais quando fura a bolha dos meus amigos. O conteúdo tem chegado a pessoas que não imaginei que poderia chegar”, afirmou.
Mais um samba-enredo de Gui estará no Anhembi em 2025: “Muito além do arco-íris”, da Estrela do Terceiro Milênio, como uma homenagem à comunidade LGBT+.
Ele é compositor há 12 anos, desde adolescente, e desde então já emplacou 41 sambas em escolas como Vai Vai, Mocidade Alegre (entidade na qual foi hexacampeão), Mancha Verde, Império da Casa Verde e Pérola Negra. O número de composições, contudo, é bem maior. “Para cada um que ganhei perdi uns três”, explicou.
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Questionado pela reportagem sobre três nomes fundamentais do Carnaval da cidade, listou Luis Carlos Xuxu (compositor de sucessos gigantescos da música brasileira), Betinho (ex-presidente da Nenê da Vila Matilde) e Xixa (compositor da Leandro de Itaquera).
“Todos são grandes nomes. E Xixa era um malandro de Itaquera. É a referência das minhas referências. Ele era um cara apaixonado que conseguia colocar nas suas letras toda a emoção que ele sentia, seja por Itaquera, seja pela vida. A vida desse cara daria um grande filme”, exaltou.
Já entre os melhores sambas-enredos da história destacou Narainã, de Ideval Santana, para a Camisa Verde e Branco; Narciso Negro, de Betinho e seu Nenê, da Nenê de Vila Matilde, e; Quilombo Catôpes do Milho Verde, de Dom Marcos, do Colorado do Brás.
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A letra dessa última diz: “Não criou raça, Deus apenas criou vida. É bonito demais”.
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