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Entretenimento
Bar comandado por décadas por Eduardo Gudin e que tinha novas donas encerra as atividades neste fim de semana, mas dará lugar a novo espaço
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Eduardo Gudin se apresentou no último fim de semana do Bar do Alemão | Bruno Ribeiro
O Bar do Alemão, na avenida Antártica, zona oeste de São Paulo, vai promover neste domingo (2) sua última roda musical. O espaço vai fechar, e depois reabrir ainda sem data definida sob o comando de Dona Tati, do Boteco da Dona Tati, outro bar de música ao vivo na Barra Funda, também na zona oeste. O novo local se chamará Botequim Canela Preta.
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“Estamos encerrando as atividades, mas a Dona Tati está iniciando ali no espaço a história linda de um novo bar que vai dar o que falar, em São Paulo, o Botequim Canela Preta”, explicou à Gazeta Livia Mannini, que comanda o espaço ao lado da irmã, Adriana Mannini.
O Bar do Alemão é famoso por ser um local de choro, samba e outros gêneros da música popular, e se tornou notório por ter sido comandado por décadas pelo compositor Eduardo Gudin.
Em 2019, o artista havia decidido fechar o bar, mas Livia, que havia sido sua produtora entre 2007 e 2018, apresentou uma proposta para começar a comandar a casa.
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“Ele realmente estava decidido a encerrar a fase dele como responsável pela casa e acabou passando para mim. Eu topei, achei uma honra e realmente estava confiante de que conseguiria dar uma reerguida na casa. Um mês e meio depois, porém, veio a pandemia...”, lamentou ela.
O estabelecimento foi se mantendo com muitas dificuldades desde então, e agora chegará ao fim de vez.
“Lutamos bravamente, mas essa fase dura demorou muito e os pequenos negócios não receberam os subsídios que seriam necessários para segurarem a onda, apenas crédito com Selic a 13%. Isso foi nos enfraquecendo e hoje já não temos mais fôlego nem financeiro, nem físico e nem psicológico para prosseguirmos empreendendo num comércio”, completou a proprietária.
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Despedida com Gudin
Neste sábado (1º), o próprio Eduardo Gudin participou de uma roda de samba ao lado do grupo Baba de Quiabo, que cantou o repertório na íntegra do primeiro álbum do compositor homenageado, lançado em 1973, em que a foto da capa do LP foi tirada no próprio Bar do Alemão.
“Foi uma noite bastante bonita e emocionante ao mesmo tempo. Me lembrei bastante do meu filme preferido, ‘Bar Esperança – O Último que Fecha’, que se passa justamente dentro de um bar que marcou uma geração e que está em seu último dia. O clima era de comemoração, de cantoria, mas havia uma melancolia no ar”, explicou o jornalista Bruno Ribeiro, uma das testemunhas do último fim de semana do Bar do Alemão.
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Agora, com o fechamento, Livia espera que a história cultural do lugar seja mantida por Dona Tati, que já comanda um bar que se tornou referência artística na Barra Funda, o Boteco da Dona Tati.
“Eu e minha irmã decidimos que estava na hora de abrir passagem para outras pessoas que tivessem essa energia e um olhar que ressignificasse o local sem apagar nossa história. E o universo nos trouxe essa surpresa maravilhosa: Dona Tati e sua família. Estamos com a sensação de missão cumprida”, disse ela, esperançosa.
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