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Bailarinas aprovadas foram contratadas temporariamente por seis meses | Reprodução/Theatro Municipal
Após décadas longe da diversidade, a companhia do Theatro Municipal, o Balé da Cidade de São Paulo, terá duas novas bailarinas negras no corpo de baile.
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Até a última apresentação, a única mulher negra da companhia era Grécia Catarina, de 31 anos, que, em entrevista à Folha de São Paulo, disse só ter sido possível, pois o Ismael Ivo, ex-diretor do Balé da Cidade, também era negro.
As bailarinas aprovadas foram contratadas temporariamente por seis meses, em vagas abertas para cobrir licenças e afastamentos. Esse período ainda pode ser prorrogado, dependendo das necessidades da companhia.
Safira Santana Sacramento, de 25 anos, e Cleia Santos de Souza, de 27, foram aprovadas no primeiro edital de seleção da companhia exclusivo para bailarinas negras e indígenas.
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Nascida em Salvador, Safira vem de uma família de artistas. Ela conta que ao saber sobre as inscrições, anunciadas pela Sustenidos, a administradora responsável pelo Theatro Municipal de São Paulo, se animou, pois sonhava em estar no Balé da Cidade desde criança.
Cleia Santos de Souza começou a dançar aos oito anos, na Companhia Ballet da Barra, em Manaus. A bailarina foi aprovada em segundo lugar no processo seletivo.
Ela estava em temporada com o Corpo de Dança do Amazonas e precisou pedir licença para viajar a São Paulo. Cleia precisou deixar uma companhia com maior diversidade racial para se juntar a uma majoritariamente branca.
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O processo teve três fases, pré-seleção, entrevistas e residência artística.
Durante a residência, quatro finalistas passaram uma semana em São Paulo e participaram da montagem da coreografia junto do corpo de baile e do coreógrafo Alejandro Ahmed.
A iniciativa nasceu de uma demanda dos próprios bailarinos, ainda para a Folha, Andrea Caruso Saturnino, superintendente geral do Theatro Municipal de São Paulo e responsável pelo corpo de baile, diz que a falta de diversidade nas companhias públicas precisa ser repensada.Ainda, de acordo com ela, a ausência de mulheres negras no Balé da Cidade é consequência do histórico “embranquecido” da companhia, como menciona em entrevista à Folha de S. Paulo.
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De acordo com um levantamento realizado pelo Balé da Cidade, a companhia contou com seis bailarinas negras ao longo de seus 57 anos de existência, de um total de 238 artistas. O número sobe para 13 considerando os homens negros.
Atualmente, o corpo de balé é formado por 34 participantes, sendo quatro homens negros e uma mulher negra.
O Balé da Cidade de São Paulo foi criado no dia 7 de fevereiro de 1968 como corpo de baile municipal para acompanhar as óperas do Theatro Municipal e se apresentar com obras do repertório clássico. Em 1974, sob a direção de Antônio Carlos Cardoso, assumiu o perfil de dança contemporânea.
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