'Ainda Estou Aqui' virará opinião pública contra Bolsonaro, diz revista americana

Uma das mais conceituadas revistas norte-americanas, The Hollywood Reporter publicou uma reportagem nesta quinta (27/2) em que indicou que a possível vitória do filme “Ainda Estou Aqui” e da atriz Fernanda Torres no Oscar pode salvar vidas.

Segundo a publicação, que cobre cultura e premiações há mais de 100 anos, uma condecoração (a cerimônia do Oscar ocorre neste domingo) poderia fazer com que a opinião pública nacional se virasse contra a extrema-direita. A reportagem citou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A atenção que ela atrai pode virar a opinião pública contra Bolsonaro. É por isso que Torres, muitos acreditam, tem o poder de fazer mais do que se tornar a primeira brasileira a ganhar um grande Oscar”, escreveu.

A revista indicou que prêmios sempre ajudaram a mudar a visão da sociedade sobre diferentes temas, como em relação à população LGBT+ e ao Holocausto.

“Ainda Estou Aqui”, disse a revista, teria turbinado a conversa política no Brasil.

"Se ganhasse um Oscar, poderia impulsionar mais a conversa e até mesmo ser propício para que a Suprema Corte tomasse decisões contra a extrema direita”, afirmou Rafael Ioris, especialista em América Latina da Universidade de Denver, para a publicação.

Nova visão sobre a ditadura

Já a diretora do instituto Brasil no The Wilson Center de Washington DC e ex-presidente da Escola Nacional de Administração Pública do Brasil, Bruna Santos, disse que a história ajuda a dar vida às abstrações que muitos jovens têm do período da Ditadura Militar Brasileira de livros didáticos.

Em entrevista ao veículo, Walter Salles, o diretor do filme, refletiu: "Achávamos que era um filme de época. Então, quando o zeitgeist mudou, percebemos que não se trata apenas do nosso passado, mas do nosso presente".