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Entretenimento
Lançado pela Netflix, filme é representante da Espanha para o Oscar 2024
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Enredo mostra acidente aéreo ocorrido na Cordilheira dos Andes, em 1972 | Netlfix/Divulgação
O cineasta espanhol J.A. Bayona chamou atenção do mundo com o excelente drama “O Impossível”, lançado em 2012 e mostrava a história real de uma família separada por conta de um tsunami, ocorrido na Tailândia, em 2004. O projeto não só alavancou a sua carreira, como fez a atriz Naomi Watts receber uma indicação ao Oscar e trouxe a Hollywood ninguém menos que o ator Tom Holland (atual intérprete do Homem-Aranha/Peter Parker).
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Nada mais justo que o próprio Bayona para comandar o filme “A Sociedade da Neve”, que mostra uma das mais populares histórias de um acidente aéreo. O voo levava uma equipe de rugby do Uruguai para uma partida de um campeonato no Chile, em 1972. Mas após uma tempestade, o avião que os levava acabou caindo na Cordilheira dos Andes. Dos 45 passageiros, apenas 27 sobreviveram. Então passamos a acompanhar a rotina deles e como ficaram em condições sub-humanas à espera de um resgate.
Tendo como base o livro “La Sociedad de la Nieve”, escrito por Pablo Vierci e se tratando de uma espécie de reboot do clássico “Vivos!”, dirigido por Frank Marshall, temos uma história que procura retratar os medos, angústias e aflições que todos os sobreviventes vivenciaram naqueles dias tenebrosos e no meio do nada.
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A começar que não existe apenas um protagonista, e sim um conjunto de personagens que fazem a própria situação ter esta função. Por intermédio deste cenário, Bayona (que também assinou o roteiro com Bernat Vilaplana, Jaime Marques e Nicolás Casariego) começa a focar em pequenos detalhes para transparecer as sensações mais conflituosas que podem ser exercidas, como por exemplo, a claustrofobia em excesso, feridas profundas sendo expostas e a enorme sensação de vazio.
O espanhol tem consciência que não precisa apelar para uma trilha sonora gritante, flashbacks constantes e frases de efeito para tirar do espectador algum sentimento de angústia ou tristeza. Por isso, ele começa totalmente a trabalhar com o material que está disponível naquela situação.
Há momentos pelos quais o cineasta também nos coloca dentro de um contexto familiar, por intermédio do jovem Nando (Agustín Pardella). Não entrarei no mérito de spoilers (embora seja uma história verídica), mas é um dos mais delicados do enredo.
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Outro mérito é a fotografia de Pedro Luque (“Besouro Azul”), que usufrui não apenas de uma pastilha acinzentada, como também transparece, durante boa parte do primeiro ato (antes do acidente) como se estivéssemos vendo um filme rodado nos anos 70, em câmeras Panavision 70mm (muito usada em faroestes, inclusive).
“A Sociedade da Neve” é um retrato impactante, de uma história que realmente mexeu com o mundo e até hoje vem sendo referenciada.
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