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Política

Veja análise do uso das redes sociais pelos pré-candidatos de SP

A Gazeta conversou com especialista da GoBuzz Marketing de Performance para analisar o uso da internet por 4 dos principais pré-candidatos na Capital

Bruno Hoffmann

08/07/2024 às 16:05  atualizado em 09/07/2024 às 14:02

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Especialista analisou as redes de 4 pré-candidatos à Prefeitura de SP

Especialista analisou as redes de 4 pré-candidatos à Prefeitura de SP | Wilson Dias/AB; Zeca Camargo/Câmara; Reprodução; YouTube

As redes sociais há pelo menos uma década são fundamentais para os políticos em campanha eleitoral. Por isso, a Gazeta conversou com Rafael Bergamo, da GoBuzz – Marketing de Performance, para analisar o uso da internet por quatro dos principais pré-candidatos para a Prefeitura de São Paulo em 2024.

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O nome de José Luiz Datena (PSDB) não entrou na análise pelas publicações do apresentador ainda estarem tímidas em relação a temas políticos-eleitorais.

Entre tom agressivo e 'paz e amor'

O estudo, feito com exclusividade para a Gazeta pela empresa especialista em redes sociais para campanhas políticas, mostra Pablo Marçal (PRTB) com um estilo mais agressivo entre todos, por vezes passando do ponto, mas com “grande habilidade de conectar narrativas com o público”.

O empresário é, também, e com folga, o nome com mais seguidores e engajamento entre os pré-candidatos da Capital.

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Desempenho de 4 dos pré-candidatos nas redes sociaisDesempenho de 4 dos pré-candidatos nas redes sociais/GoBuzz

Por outro lado, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) por enquanto parece ser o mais fraco na internet, com menos seguidores em relação aos rivais. “Os conteúdos em geral são padronizados, sem brilhar o eleitor”, analisou o especialista.

Já Guilherme Boulos (PSOL) tenta usar uma roupagem “paz e amor”, mas, segundo Bergamo “a embalagem está velha em uma rede que exige inovação e trends”. Tabata Amaral (PSB), segundo o especialista, peca por não deixar claro se é um nome de esquerda ou de direita.

Veja a análise dos 4 principais pré-candidatos nas redes

Ricardo Nunes

Segundo Bergamo, Ricardo Nunes tem a rede mais fraca entre os quatro principia pré-candidatos. “Os conteúdos em geral são padronizados, sem brilhar o eleitor. Não à toa, tem as redes sociais em número de seguidores e engajamento, mais baixa dos quatro pré-candidatos que lideram a intenção de voto”, analisou.

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O lado positivo é que Nunes tem explorado bem seu contato com o povo, com imagens e vídeos em uma relação próxima com os eleitores.

O jogo da rede, porém, explicou, exige mais inovação e formatos atuais. Se quer crescer no engajamento vai precisar de muito mais ousadia nos conteúdos para conectar as pessoas.

“Os principais assuntos e temas de gestão polêmicos são deixados de lado. O internauta quer transparência e liderança, mais do mesmo é coisa da vovó. Sua voz fica fraca e sem potência, perdendo a oportunidade de movimentar milhões na rede”, disse.

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Ainda conforme o especialista, a aproximação do atual prefeito com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) garantiu musculatura nas intenções de voto, mas pode ficar comprometida com a entrada de Pablo Marçal nas eleições, porque será impactada com a “comunicação avassaladora” de Marçal nas redes.

Após a publicação desta matéria, o emedebista entrou em contato para destacar que já ganhou eleições com redes menos fortes que a de adversários e que não usa a internet para "polêmicas". Veja aqui.

Ricardo Nunes nas redes sociaisO desempenho de Ricardo Nunes pelas redes sociais/GoBuzz

Guilherme Boulos

Rafael Bergamo disse que historicamente a esquerda dominou as redes, mas que atualmente está enfraquecida e sofre com as lideranças da direita. Um ponto negativo é que a ideia de que o psolista é “um invasor de casas” está consolidada em parte do eleitorado, apesar das explicações que o parlamentar tenta fazer de sua atuação no MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

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Isso daria munição aos adversários, que atacam Boulos por meio desse caminho.

O parlamentar tenta vender uma versão mais equilibrada do que em outros tempos, mas isso pode não ser suficiente. “Ele segue uma linha calma hoje, inspirado no Lula paz e amor. Entretanto, seu caráter rebelde e sua militância muito mais à esquerda que a do PT podem gerar problemas”, disse o analista.

Um outro problema nas redes é que Boulos segue o conteúdo na cartilha de propostas de forma técnica e sem novidades. “A embalagem está velha em uma rede que exige inovação e trends. O conteúdo pode ser bom, mas sem a embalagem certa, poucos compram”, afirmou.

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Apesar de ter maior número de seguidores do que Tabata, quase o dobro, Boulos fica atrás da adversária no engajamento por postagem.

O seu discurso fortemente focado nos direitos humanos pode comprometer a identificação com a maioria dos eleitores em alguns temas, como a segurança pública.

Guilherme Boulos nas redesO desempenho de Guilherme Boulos pelas redes sociais/GoBuzz

Pablo Marçal

Para o especialista, Pablo Marçal “é o próprio marqueteiro, com grande habilidade de conectar narrativas com o público".

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“Desenvolveu uma técnica de convencer muito dos seus milhões de seguidores a trabalharem de graça para ele. Deixa claro que prefere ser atacado do que elogiado, pois o negativo tem maior repercussão”, explicou Bergamo.

Ainda conforme o analista, o empresário entrou na corrida eleitoral para o tudo ou nada. O formato dos conteúdos é extremamente atual, com roteiros diretos, concisos e com bom jogo de câmeras.

“Alguns posicionamentos acabam escorregando a mão, mas sem dúvida o jogo agressivo vai ser decisivo para ganhar espaço”, analisou.

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Marçal também sabe explorar bem conteúdos orgânicos que o público se identifica. Tem a maior presença na rede de todos com uma abrangência nacional. A força da sua comunicação gera grande ameaça aos outros candidatos, que não alcançam nem 10% dos seus resultados no conteúdo.

Com uma rede múltipla precisa cada vez mais focar na Capital, explicou Bergamo, para mostrar conhecimento dos problemas e suas soluções. Segue um estilo Bolsonaro aprimorado. Ataca o chamado politicamente correto para conquistar uma significativa parcela da população.

Pablo Marçal nas redes sociaisO desempenho de Pablo Marçal pelas redes sociais/GoBuzz

Tabata Amaral

O especialista em comunicação política diz que Tabata Amaral gosta de jogar de maneira morna, mantendo a possibilidade de se unir à esquerda ou à direita. “Com um país polarizado e um centro enfraquecido, esse jogo não leva a nada. O eleitor hoje exige posicionamentos claros de direita e esquerda. Quem não toma partido fica sem identificação e o eleitor descarta”, analisou.

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A história de superação da deputada federal, explicou, é interessante, mas narrativas repetitivas da desigualdade social “se desgastam ao longo do tempo”.

Para ele, os conteúdos de Tabata têm praticamente o mesmo formato e pouca explora a presença de outras pessoas nas postagens. Quase todo o conteúdo são dela sozinha.

Algo que mudou o jogo positivamente para Tabata foi a resposta firme contra Marçal, que falou sobre a morte do pai da parlamentar. “Ali, o jogo começou a mudar para ela. Marçal no tudo ou nada ataca a Tabata, que reage fortemente de imediato. A guerra de narrativas ficou quente", analisou.

Tabata Amaral nas redes sociaisO desempenho deTabata Amaral pelas redes sociais/GoBuzz

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