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Economia

O que é circuit breaker e como funciona na bolsa de valores

Um guia sobre o mecanismo de proteção contra volatilidade extrema no mercado

Da Reportagem

14/04/2025 às 12:30

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Circuit breaker é acionado quando a Bolsa cai 10% e os negócios são interrompidos por 30 minutos

Circuit breaker é acionado quando a Bolsa cai 10% e os negócios são interrompidos por 30 minutos | Burak K/Pexels

O circuit breaker é um mecanismo fundamental de segurança adotado pelas bolsas de valores, como a B3 no Brasil, para interromper temporariamente as negociações em momentos de volatilidade excessiva e quedas muito abruptas nos preços dos ativos.

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Sua principal função é proteger o mercado financeiro e os investidores de movimentos de pânico generalizado, que podem levar a distorções severas de preços e a perdas financeiras descontroladas.

Entender o que é circuit breaker, como ele é acionado e quais suas consequências é crucial para qualquer participante do mercado de ações.

A seguir a Gazeta detalha seu funcionamento, os gatilhos para sua ativação e seus impactos no ambiente de negociação.

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Definição e funcionamento do circuit breaker na B3

O circuit breaker é uma regra operacional automática que provoca a paralisação de todas as negociações de ativos na bolsa de valores quando o principal índice do mercado atinge determinados níveis percentuais de queda em relação ao fechamento do dia anterior.

No Brasil, o índice de referência para o acionamento do circuit breaker é o Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações mais negociadas na B3.

O mecanismo opera em estágios, com níveis de interrupção progressivos:

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Nível 1: se o Ibovespa registrar uma queda de 10% em relação ao índice de fechamento do pregão anterior, as negociações são interrompidas por 30 minutos.
Nível 2: após a reabertura, se a desvalorização do Ibovespa atingir 15% em relação ao fechamento anterior, as negociações são novamente suspensas, desta vez por 1 hora.
Nível 3: caso, após a segunda reabertura, o índice atinja uma queda de 20% em relação ao fechamento do dia anterior, a B3 tem a prerrogativa de suspender as negociações por um período indeterminado, a ser definido e comunicado ao mercado.

Essas interrupções programadas visam proporcionar um “respiro" ao mercado, permitindo que os investidores reavaliem suas posições e as informações disponíveis com mais calma, buscando conter movimentos de venda em massa puramente emocionais e restabelecer um mínimo de racionalidade na formação de preços.

Existem regras específicas sobre o acionamento nos minutos finais do pregão, impedindo geralmente a ativação muito próxima ao fechamento.

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Fatores desencadeantes e impactos do acionamento

O acionamento do circuit breaker está diretamente ligado a eventos que geram forte aversão ao risco e incerteza nos mercados financeiros. As causas mais comuns para quedas tão acentuadas incluem:

Crises financeiras globais ou locais: eventos como a crise do subprime em 2008 ou choques econômicos inesperados.
Instabilidade política grave: situações de grande incerteza política interna ou externa que afetam a confiança dos investidores.
Desastres naturais ou pandemias: eventos de grande escala com impacto econômico severo, como a pandemia de COVID-19 em 2020.
Notícias macroeconômicas muito negativas e inesperadas: divulgação de dados econômicos extremamente ruins ou decisões de política econômica surpreendentes.

Quando o circuit breaker é ativado, os principais impactos observados são:

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Paralisação total das negociações: nenhum ativo pode ser comprado ou vendido durante o período de interrupção.
Redução (temporária) da liquidez: investidores ficam impossibilitados de ajustar suas carteiras ou sair de posições.
Tentativa de contenção do pânico: o objetivo é frear a espiral negativa de vendas motivadas pelo medo.
Tempo para análise: o período de pausa permite que informações sejam digeridas e estratégias reconsideradas.
Sinalização de estresse extremo: a própria ativação do mecanismo é um forte sinalizador da gravidade da situação do mercado.

Embora o objetivo seja estabilizar o mercado, não há garantia de que a queda será revertida após a reabertura. O circuit breaker funciona como uma ferramenta de gerenciamento de crises agudas, mas não soluciona os problemas fundamentais que causaram a instabilidade.

Histórico de acionamentos e perspectiva internacional

O mecanismo de circuit breaker não é exclusivo do Brasil; é uma prática adotada por diversas bolsas de valores ao redor do mundo, como a Bolsa de Nova York (NYSE), embora as regras específicas (percentuais de queda, duração das pausas, índice de referência) possam variar. Sua implementação global se intensificou após o crash de 1987 (“Black Monday”) nos Estados Unidos.

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No Brasil, o circuit breaker já foi acionado várias vezes ao longo da história da B3, especialmente em períodos de grande turbulência.

Momentos notórios incluem a crise asiática (1997), a crise russa (1998), a crise financeira global (2008) e, mais recentemente, durante os picos de incerteza causados pela pandemia de COVID-19 (2020), quando foi acionado múltiplas vezes em um curto intervalo de dias.

A existência e o acionamento do circuit breaker são temas de debate entre especialistas. Críticos argumentam que ele pode interferir na livre formação de preços ou retardar ajustes necessários, além de potencialmente prender investidores em posições desfavoráveis.

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Defensores ressaltam seu papel crucial na prevenção de colapsos desordenados e na manutenção da integridade do mercado em momentos de pânico extremo, agindo como uma válvula de escape necessária para a estabilidade sistêmica.

A análise de seu histórico sugere que ele tem sido um componente relevante na gestão de volatilidade extrema nos mercados modernos.

O circuit breaker representa, portanto, uma ferramenta essencial de gestão de risco implementada pela B3, projetada para mitigar os efeitos de movimentos de mercado excepcionalmente negativos e abruptos.

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Acionado automaticamente com base em quedas percentuais predefinidas do Ibovespa, ele força pausas nas negociações para tentar conter o pânico e permitir uma reavaliação do cenário pelos investidores.

Embora não elimine as causas da volatilidade, sua existência é um reconhecimento da necessidade de mecanismos de controle em mercados financeiros complexos e interconectados, sendo fundamental compreender seu funcionamento para navegar em períodos de alta turbulência.

Acompanhar as regras da B3 e o contexto macroeconômico global continua sendo vital para os participantes do mercado.
 

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