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Economia
Gustavo Dourado: Enquanto a renda fixa recebe cada vez mais aportes, a renda variável vai ficando de lado; movimento abre espaço para boas oportunidades
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Com juros nas alturas, os investimentos de renda fixa têm dominado o mercado e feito os investidores deixarem a renda variável de lado | Pixabay/Unsplash
Com juros nas alturas, os investimentos de renda fixa têm dominado o mercado e feito os investidores deixarem a renda variável de lado. Entretanto, o movimento requer cuidados.
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Parece que ainda não temos expectativas para um movimento consistente de baixa da Taxa Selic. Na última reunião do COPOM (Comitê de Políticas Monetárias), o Presidente do Banco Central manteve pela quarta vez seguida a meta da Selic em 13,75%.
Isso vem estimulando os investidores aportarem em produtos atrelados a Selic na renda fixa. Em um estudo publicado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) essa predominância é clara e nada mais reflete o ciclo de alta dos juros e a perspectiva de manutenção da Selic por mais tempo do que o previsto inicialmente.
Os títulos isentos (CRI, CRA, LCI e LCA) apresentaram taxas de crescimento anual relevante - 74,2%, 38,1%, 67,6% e 76,0%, respectivamente. No total, o movimento destes títulos representou um aumento de R$ 263,2 bilhões em relação ao ano anterior.
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Contudo, é importante questionar se direcionar grande parte dos recursos para uma só classe de ativos, apenas por que está se destacando mais naquele momento faz sentido para uma estratégia de longo prazo.
Enquanto a renda fixa recebe cada vez mais aportes, a renda variável vai ficando de lado. Esse movimento abre espaço para boas oportunidades.
O índice Bovespa que é o principal índice que representa o mercado acionário brasileiro está nos seus patamares mais baixos dos últimos cinco anos. E não é difícil encontrar empresas que estejam negociando abaixo do seu valor patrimonial como o Banco Bradesco (0,80), Grupo NeoEnergia (0,65) e Eletrobrás (0,66).
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Isso quer dizer que, em termos gerais, que se algum grande investidor fosse comprar todo o Bradesco, por exemplo, ele estaria tendo 20% de desconto pela estrutura completa do banco.
A alta taxa de juros também pressiona para baixo o mercado de Fundos Imobiliários. Da mesma forma que acontece com o mercado de ações, é possível encontrar bons fundos que tem bons gestores negociando abaixo do seu valor patrimonial.
Tentar comprar na baixa e vender na alta é uma estratégia acertada e até popular para quem já está mais ambientado no tema finanças e investimentos, mas pouco provável de executar. Porque se fosse assim seria muito fácil ficar rico de forma rápida na Bolsa de Valores. Além disso, a insistência nessa estratégia de prever os movimentos do mercado pode levar o pequeno investidor a perdas significativas.
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Fazendo uma associação bastante simples, é muito mais caro viajar para o Nordeste no verão, comprar guarda-chuva quando está chovendo e mais difícil ir na academia às 18h. Isso porque todas as pessoas fazem esse mesmo movimento quase que orquestradamente.
É confortável, ainda que mais custoso, seguir a maioria das pessoas. Assim, acontece também no mundo dos investimentos, é o que chamamos de efeito manada.
Uma coisa é certa, quando fazemos movimentos contrários, com responsabilidade, é possível colher bons resultados. Seja na vida ou nos investimentos.
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Isso não quer dizer que você vai pegar todo o seu recurso e investir em renda variável porque está “barato”. Pois, a melhor estratégia para o investidor de longo prazo é a diversificação. Mas só não espere a Bolsa voltar ao topo para começar a fazer algum aporte.
Por fim, compre renda fixa, mas não esqueça de olhar as muitas possibilidades que estão dentro e fora do país na renda variável. Claro que se esse tipo de investimento for condizente com o seu perfil e com seus objetivos.
Gustavo Dourado é Especialista em Investimentos e colabora na gestão de 2,5 bilhões em recursos previdenciários. Publica semanalmente conteúdos de investimentos de forma descomplicada no Me Ajuda! Finanças.
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