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O que é pesca fantasma e como ela está devastando oceanos e a vida marinha

Entenda como redes e equipamentos de pesca abandonados ameaçam espécies e poluem os oceanos

Raphael Miras

05/11/2024 às 17:02  atualizado em 06/11/2024 às 18:22

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A pesca fantasma, chamada de ghost fishing em inglês, é o que acontece quando os equipamentos desenvolvidos para capturar animais marinhos são abandonados no mar.

A pesca fantasma, chamada de ghost fishing em inglês, é o que acontece quando os equipamentos desenvolvidos para capturar animais marinhos são abandonados no mar. | Divulgação/Facebook

A pesca fantasma é um dos problemas ambientais mais invisíveis e devastadores para os oceanos e para a vida marinha. 

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Refere-se ao impacto de objetos de pesca perdidos, abandonados ou descartados de forma inadequada no oceano, que continuam a capturar, mutilar e matar animais por longos períodos. 

Esses materiais, geralmente feitos de plásticos e outros materiais resistentes, podem permanecer no fundo do mar por centenas de anos, criando um ciclo de destruição para espécies marinhas.

Nesta matéria, a Gazeta explica como a pesca fantasma prejudica a vida marinha no nosso planeta.

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Um problema global e local

De acordo com o site World Animal Protection, estima-se que, a cada ano, cerca de 640 milhões de toneladas de petrechos de pesca sejam perdidas ou descartadas nos oceanos ao redor do mundo. 

Esse número alarmante representa cerca de 10% de todo o lixo marinho, com implicações diretas para a fauna marinha. 

No Brasil, o impacto é igualmente significativo, com aproximadamente 580 kg de redes de pesca abandonadas diariamente ao longo da costa nacional. 

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Esses materiais não apenas apreenderam e mataram uma quantidade impressionante de animais, mas também são importantes para o controle de microplásticos, que entram na cadeia alimentar e afetam tanto os oceanos quanto os seres humanos.

A realidade da pesca fantasma no Brasil

O impacto da pesca fantasma não se limita apenas ao mar. Em regiões como a Amazônia, a intensificação do uso de redes de emalhe tem sido apontada como uma das principais causas da redução drástica das populações de botos, como o boto-cor-de-rosa e o tucuxi. 

Além de afetar a vida marinha, a pesca fantasma pode impactar no nosso bolso. Ela pode afetar os estoques pesqueiros, muitas vezes já esgotados e permanece como uma isca viva. 

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A ação de voluntários e instituições

No Brasil, diversas iniciativas foram adotadas para diminuir os danos causados pela pesca fantasma. 

Desde 2009, o Instituto de Pesca, em parceria com organizações locais, vem realizando mutirões de limpeza no mar, retirando toneladas de petrechos do fundo do oceano. 

Em Santos, no estado de São Paulo, mergulhadores voluntários e pescadores locais colaboram em ações conjuntas para retirar essas armadilhas e entre outros objetos. 

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A recuperação dos materiais retirados tem sido um passo importante nesse processo: alguns itens recuperados são revendidos para empresas que realizam a fabricação reversa, ajudando a reduzir a quantidade de resíduos plásticos nos oceanos.

O ciclo vicioso: como a pesca fantasma afeta a vida marinha

O que torna a pesca fantasma tão perigosa é o ciclo vicioso que ela criou. As redes de pesca abandonadas e outros petrechos começam a capturar animais marinhos indefinidamente. 

Quando um peixe ou outro animal marinho fica preso nessas armadilhas, ele acaba atraindo outros animais, que também ficam enredados. 

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Isso faz com que o número de vítimas aumente de forma exponencial, muitas vezes sem que os pescadores ou as autoridades tenham consciência da situação.

Em muitos casos, a captura acidental de espécies em risco de extinção, como a toninha e a tartaruga marinha, agrava ainda mais a natureza marítima e principalmente o meio ambiente.

Soluções e responsabilidades: o que está sendo feito?

Embora as iniciativas de limpeza e resgate continuem a crescer, também há uma pressão crescente sobre governos e indústrias para adotarem políticas mais rigorosas no combate à pesca fantasma. 

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Em 2015, foi criada a Iniciativa Global de Combate à Pesca Fantasma (GGGI), que reúne países, organizações não governamentais (ONGs) e empresas para desenvolver soluções eficazes para o problema. 

No entanto, ainda há uma forte necessidade de políticas mais rigorosas e de maior responsabilidade por parte das indústrias pesqueiras, que frequentemente deixam de adotar práticas para evitar o descarte de equipamentos no mar. 

Medidas como a redução do consumo de produtos de origem animal, a conscientização dos pescadores e a criação de políticas públicas para o descarte adequado podem contribuir para diminuir o impacto da pesca fantasma e proteger os ecossistemas marinhos.

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