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Brasil enfrenta secas e chuvas intensas em diferentes regiões

Nordeste mais seco, Sul mais úmido e incêndios no Norte evidenciam a urgência de políticas climáticas adaptativa

Leonardo Sandre

01/08/2024 às 10:30

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Nordeste mais seco, Sul mais úmido, ondas de calor no Sudeste e incêndios no Norte são alguns dos efeitos climáticos observados em diferentes partes do país

Nordeste mais seco, Sul mais úmido, ondas de calor no Sudeste e incêndios no Norte são alguns dos efeitos climáticos observados em diferentes partes do país | Foto: IA/ChatGPT - DALL-E (OpenAI)

Em julho de 2024, o Brasil foi colocado no centro das discussões sobre mudanças climáticas após um estudo de Colin Raymond, publicado em 2020 na revista Science Advances, ser destacado em um post do blog da NASA.

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A postagem trouxe para a discussão a possibilidade de eventos de calor extremo tornarem certas regiões inabitáveis, citando especificamente o Brasil como uma das áreas vulneráveis.

Esse destaque gerou uma cobertura mediática alarmista, apesar de o estudo original não focar especificamente no País.

Esclarecimento do especialista 

Carlos Nobre, um dos principais climatologistas do Brasil, foi rápido em esclarecer que as previsões de áreas potencialmente inabitáveis devido ao calor extremo são conhecidas há algum tempo na comunidade científica.

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1- região sul sofre com enchentes/Divulgação/MST-RS
1- região sul sofre com enchentes/Divulgação/MST-RS
2 - Região sudeste está sofrendo com climas cada vez mais quentes/Paulo Pinto/Agência Brasil
2 - Região sudeste está sofrendo com climas cada vez mais quentes/Paulo Pinto/Agência Brasil
São Paulo também sofre com o calor/Rovena Rosa/Agência Brasil
São Paulo também sofre com o calor/Rovena Rosa/Agência Brasil
3 - região norte sofre com secas, especialmente na região da Bacia Amazônica/Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
3 - região norte sofre com secas, especialmente na região da Bacia Amazônica/Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
4 - região nordeste sofre com as secas no local/Marcello Casal Jr/Agência Brasil
4 - região nordeste sofre com as secas no local/Marcello Casal Jr/Agência Brasil
5 - região centro-oeste é outra parte do Brasil a sofrer com secas, especialmente na região do Cerrado/Arquivo/Agência Brasil
5 - região centro-oeste é outra parte do Brasil a sofrer com secas, especialmente na região do Cerrado/Arquivo/Agência Brasil

"Com o avanço das pesquisas, esses eventos extremos de calor, que antes eram considerados distantes, agora são vistos como uma possibilidade mais imediata, especialmente se as temperaturas globais subirem 4°C acima dos níveis pré-industriais", afirmou o cientista em entrevista à TV Brasil. 

Como estudos globais se conectam com a realidade

A discussão sobre o estudo de Raymond conecta os alertas globais com as consequências que observamos localmente.

Segundo um estudo da Agência Nacional das Águas, Mapbiomas e institutos internacionais de meteorologia, o Brasil ficou mais seco em 42% do seu território, área que abrange parte das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

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Por outro lado, 25% do território brasileiro está mais úmido, com chuvas mais intensas e frequentes no Norte da Amazônia e na região Sul.

Veja abaixo mais sobre os problemas enfrentados nas regiões sul, sudeste, norte, nordeste e centro-oeste do Brasil.

Problemas gerados pela mudança climática em cada região

1- Região Sul - temporais e enchentes 

Em 2024, o estado do Rio Grande do Sul enfrentou um dos seus maiores desafios climáticos com inundações devastadoras que afetaram mais de 300 cidades.

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As chuvas torrenciais começaram no final de abril e se estenderam por todo o mês de maio, impactando significativamente várias regiões, incluindo o Vale do Taquari. Arroio do Meio, uma das cidades mais afetadas, viu grande parte de sua estrutura ser destruída pelos alagamentos.

Saldo trágico

Cerca de 180 pessoas morreram, e as consequências das enchentes foram duradouras, com muitos moradores ficando desalojados por semanas.

O sistema de proteção contra enchentes, que já apresentava manutenção deficiente, falhou em diversas áreas, aumentando a severidade da situação. Além disso, mais de 500.000 pessoas ficaram sem acesso à energia elétrica e água potável.

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Esses eventos não só ressaltam a vulnerabilidade da região a extremos climáticos, mas também sublinham a necessidade de reforçar as medidas de infraestrutura e preparação para futuros eventos.

2- Região sudeste - ondas de calor frequentes e intensas

Na região Sudeste do Brasil, as ondas de calor têm se tornado mais frequentes e intensas, causando efeitos significativos na saúde da população e aumentando a demanda por energia elétrica, especialmente para sistemas de refrigeração.

Esses eventos também estão agravando a poluição do ar, impactando negativamente a saúde pública. Além disso, mudanças nos padrões de precipitação levam a períodos alternados de secas severas e chuvas intensas, resultando em problemas no abastecimento de água e enchentes urbanas.

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São Paulo - calor, inundações e deslizamentos

Em São Paulo, as mudanças climáticas estão causando mais ondas de calor, enchentes e deslizamentos de terra. A cidade enfrenta calor extremo no verão, aumentando a necessidade de energia para refrigeração e piorando a qualidade do ar.

As chuvas fortes alternam com períodos de seca, causando inundações rápidas que danificam ruas e construções. O sistema de drenagem muitas vezes não dá conta, deixando áreas urbanas alagadas.

Esses problemas são mais sérios em bairros menos preparados, mostrando a importância de melhorar a infraestrutura e criar sistemas de alerta para proteger a população.

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3 - Região norte - incêndios florestais e degradação ambiental

Na região Norte, particularmente na Bacia Amazônica, os efeitos das mudanças climáticas são profundos. Incêndios florestais estão se tornando mais comuns e intensos devido ao aumento das temperaturas e à redução significativa das chuvas. A degradação ambiental é agravada pelo desmatamento contínuo, afetando a biodiversidade e aumentando as emissões de gases de efeito estufa.

Até o final de 2023, a região registrou os menores níveis de precipitação em mais de quatro décadas, agravando a situação de seca. Dados de 2022 do Índice de Impacto nas Águas da Amazônia mostram que, das 11.216 microbacias estudadas, 27% estão sofrendo impactos moderados, enquanto 20% enfrentam impactos altos a extremos.

Esses números destacam a severidade das mudanças climáticas na maior bacia hidrográfica do mundo, com implicações diretas não só para a biodiversidade, mas também para as comunidades locais que dependem desses recursos naturais.

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4 - Região nordeste - seca mais intensa

No Nordeste, as mudanças climáticas estão intensificando as secas, que agora duram mais tempo e são mais severas. Essas condições afetam diretamente a agricultura, especialmente as culturas de milho e soja, que são essenciais para a economia da região.

O solo, cada vez mais seco e empobrecido, dificulta ainda mais o cultivo. A região viveu a maior seca de sua história entre 2012 e 2017, o que resultou na morte de animais e causou diversos problemas para os agricultores. É preciso desenvolver estratégias para gerenciar melhor os recursos hídricos e o solo, para proteger as comunidades e manter a produção agrícola.

5 - Região centro-oeste - secas intensas e incêndios

A região Centro-Oeste do Brasil, especialmente no Cerrado, a situação é alarmante devido às secas intensas e frequentes. Nos últimos 40 anos, esta região se tornou uma das mais secas do mundo. As secas, que são agora seis vezes mais comuns do que eram nos anos 1980, têm causado impactos significativos na agricultura e no meio ambiente.

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Essa região central do Brasil, incluindo os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e parte de Minas Gerais, sofre com a falta de chuvas e o aumento das temperaturas. Isso não só prejudica a produção agrícola, vital para a economia local, mas também aumenta a ocorrência de incêndios florestais que devastam grandes áreas de vegetação e liberam grandes quantidades de dióxido de carbono, agravando o aquecimento global.

Além disso, a tendência é que essas condições climáticas extremas continuem a piorar. O desmatamento, que reduz a capacidade do solo de reter água, intensifica esses problemas, aumentando a frequência e a gravidade dos incêndios.

Essas condições destacam a necessidade urgente de implementar políticas de gestão sustentável de terras e recursos hídricos para mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger tanto o meio ambiente quanto a economia local.

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