Zona sul concentra mais de 90% das famílias que passam fome em SP

Dentre as famílias que procuram por ajuda em postos de saúde por não terem o que comer, mais de 90% residem na zona sul da cidade de São Paulo. O resultado foi apurado com base em dados da Prefeitura e mostra também que 8% destas famílias moram na zona oeste e 1%, no centro.

De acordo com o documento elaborado pelo jornal "SP2", as zonas norte e leste não apontam registros de famílias buscando por alimento nas unidades de saúde regionais.

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Uma das famílias que conta com a ajuda do poder público é a de Jéssica. Os quatro filhos dela fazem apenas uma refeição por dia que é a merenda recebida na escola. Ela mora com o marido, que está desempregado, e com as crianças, na ocupação Nova Esperança, no Jardim Casablanca, zona sul da cidade.

As lideranças comunitárias que atuam na ocupação afirmam que, das 300 famílias que residem ali, 170 dependem de cestas básicas e que elas não contam com alimentação mínima adequada.

Um projeto que cria um fundo de combate à fome em São Paulo foi sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), mas para se concretizar em ações práticas, depende da doação de empresas e da regulamentação. O texto poderia viabilizar a criação de novos restaurantes do Bom Prato na cidade, que atendem a popuação de baixa renda.

“Devemos estar nos finalmente para regulamentar. É algo simples, não requer muita coisa, mas creio que até o final do mês esteja tudo certo”, disse o prefeito.

Sobre o levantamento, a Prefeitura disse em nota que fornece cestas básicas como "benefício eventual" para as famílias cadastradas nos centros de referência da assistência social e também na coordenação de pronto atendimento social. A plataforma "Sampa mais solidária" apoia a distribuição de refeições, segundo a administração, e os doze núcleos de convivências da capital, oferecem três refeições por dia aos residentes.