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Cotidiano
Em quatro dias, ao menos duas pessoas foram mortas em latrocínios na zona sul da cidade recentemente
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Lucas do Valle, neto do falecido narrador esportivo Luciano do Valle, foi morto no dia 15 de setembro | Reprodução/Instagram
Das 35 pessoas mortas durante assaltos na cidade de São Paulo, entre janeiro e julho deste ano, 18 foram assassinadas na zona sul da Capital, segundo dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública), representando 51% do total.
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A capital paulista, de forma geral, registrou aumento de 25% no número de pessoas mortas durante assaltos, quando se compara com os 28 casos de janeiro a julho do ano passado aos 35 latrocínios do mesmo período de 2021.
Em quatro dias, ao menos duas pessoas foram mortas em latrocínios na zona sul da cidade. O caso mais recente é o de um porteiro de 38 anos, morto após dois ladrões em uma moto roubarem seu celular, domingo (19), na região de Pedreira. Nenhum criminoso havia sido preso até a publicação desta reportagem.
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Na semana passada, o neto do narrador esportivo Luciano do Valle (1947-2014) Lucas do Valle Oliveira, 29, morreu após ser abordado na quarta-feira (15) da semana passada também por dois criminosos em uma moto, no Ipiranga. Ele ficou internado até a noite de sexta-feira (17), no hospital São Paulo, quando morreu. Um suspeito pelo crime já foi preso.
Ainda de acordo com os dados da SSP, o número de latrocínios na zona sul aumentou de 10, entre janeiro e julho do ano passado, para 18 casos nos primeiros sete meses deste ano, representando alta de 80%.
A segunda região com mais roubos seguidos de morte, ainda entre janeiro e julho desde ano, segundo a SSP, foi a zona leste, com nove casos, seguida da zona norte, com três.
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Além dos dois latrocínios ocorridos em um intervalo de quatro dias na zona sul, a polícia também investiga a morte do empresário Leonardo Iwamura, 42 anos, morto em um assalto, no último dia 10, na região da rua Oscar Freire (zona oeste), via conhecida pelas lojas de luxo. Até o momento, ninguém foi preso. Ele foi assassinado durante arrastão para roubo de celular.
O analista criminal Guaracy Minguardi, do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) disse acreditar que dois fatores podem contribuir para o aumento dos latrocínios na capital paulista: a facilidade para se realizar transferências bancárias, por meio do Pix e a ação de criminosos que acabam se atrapalhando na ação e matam a vítima.
"De qualquer forma, este tipo de crime aumentou. Acredito que isso tenha relação com o Pix e a inexperiência de bandidos mais jovens. O ladrão, digamos que experiente, assim categorizado, evita matar a vítima, para não chamar atenção da polícia e virar prioridade em investigações", afirmou.
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Já no estado de São Paulo, 98 pessoas morreram em assaltos, entre janeiro e julho de 2021. Comparadas às 110 vítimas do mesmo período do ano passado, houve queda de 10,9%.
"O latrocínio não tem nenhuma lógica, pois ocorre em um contexto de roubo", afirmou o José Vicente da Silva, coronel da reserva da PM de São Paulo, acrescentando que no estado de São Paulo, em maio deste ano, por exemplo, foram registrados 17 casos e, no mesmo mês do ano passado, 10, segundo dados da SSP.
"Simplesmente alguns malucos apareceram mais, no contexto de assaltos, e atacam durante o roubo e acabam matando as vítimas", disse o coronel, que também é integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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Ele acrescentou que a prática de roubos, principalmente de veículos, pode ser um indicativo da dinâmica da ação de criminosos na cidade de São Paulo.
Segundo a SSP, os furtos de veículos aumentaram na capital paulista 20,3%, quando comparados os 19.176 crimes do tipo entre janeiro e julho deste ano, com os 15.935 do mesmo período de 2020.
O total de veículos levados, sem violência por criminosos, corresponde a 19,8% de todos os furtos registrados na cidade no período (96.804). Já os roubos de veículos caíram de 8.287 para 7.368, representando 11%.
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Resposta
A Secretaria da Segurança Pública afirmou em nota que 90 criminosos, suspeitos de envolvimento em latrocínios foram presos no estado de São Paulo neste ano, sem especificar dados da Capital.
A pasta acrescentou que, na cidade de São Paulo, o registro de roubos com morte caiu 70% nos últimos 20 anos. "A variação de casos apontada pela reportagem nos sete primeiros meses deste ano ante 2020 resultou no reforço das ações de policiamento preventivo, ostensivo e investigativo", diz trecho de nota.
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Sobre os casos mencionados nesta reportagem, a SSP afirmou que todos são investigados e que a polícia realiza a análise de câmeras de monitoramento para identificar criminosos ainda soltos.
Pix e sequestro relâmpago
De acordo com dados de inteligência do governo paulista, desde o fim do ano passado até julho foram registrados 202 sequestros-relâmpagos e roubos com retenção da vítima no estado de São Paulo em que as vítimas relataram o uso do Pix durante o roubo.
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Nos primeiros meses desde a implantação do sistema de pagamentos e transferências feitos pelo celular, (entre dezembro de 2020 e março de 2021), foram registrados 51 boletins em todo o estado. De abril a julho, os registros pularam para 151 casos.
Delegados ouvidos pelo Agora, no início do mês, alertaram sobre a possibilidade de sacar dinheiro por meio do Pix, a partir do próximo dia 29, como publicado pelo BC (Banco Central) no último dia 2. Isso, segundo os agentes da Polícia Civil, pode ser mais um motivo de atenção para a polícia.
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