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Cotidiano
A suspensão impede que a casa legislativa publique vídeos ou faça transmissões ao vivo
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Fachada da Alesp, em São Paulo | Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo
O YouTube suspendeu por sete dias o canal oficial da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) pela divulgação de "informações médicas incorretas", que julgou contrárias à política de uso da plataforma em relação à Covid-19.
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A suspensão impede que a casa legislativa publique vídeos ou faça transmissões ao vivo. A notificação ocorreu na segunda-feira (27) após uma audiência promovida pelo deputado bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos) que exibiu o documentário "Lockdown, uma história de desinformação e poder".
O filme, do diretor Ian Maldonado, lançado em setembro de 2021, foi derrubado da plataforma após o lançamento, por infringir a política de saúde da plataforma. O trailer do filme critica o uso da máscara e relaciona à pandemia ao desejo da indústria farmacêutica em lucrar.
O vídeo da audiência de Garcia também foi derrubado. A Alesp já havia recebido uma advertência, no ano passado, quando o mesmo deputado, contrário a medidas de segurança sanitária, organizou um ato solene sobre vacinação compulsória.
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A Alesp apresentou uma argumentação para a liberação do canal e aguarda uma posição do YouTube. A plataforma, que pertence ao Google, ainda não respondeu. Procurada, não se manifestou até a publicação deste texto.
Em um perfil de rede social, o parlamentar criticou a medida do YouTube, acusando-a a de censura "feita de maneira ditatorial e nojenta".
"O documentário que foi reproduzido aqui na Assembleia Legislativa do estado nem sequer cita a palavra vacina ou antivacina", afirmou em uma sessão. "O 'Lockdown' nada tem a ver com antivacina, tem a ver com direito à liberdade."
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Na terça (29), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender remédios sem eficácia para a Covid-19 em um canal chamado Hipócritas, no YouTube.
Ele não citou os nomes cloroquina ou ivermectina, mas relatou ter ameaçado transferir um médico militar caso o profissional não prescrevesse os remédios na época que ele apresentou sintomas.
Na entrevista, Bolsonaro disse que quando sentiu que estava com sintomas do coronavírus, chamou um médico do Exército para lhe atender, e o profissional lhe recomendou o teste de Covid.
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No entanto, o mandatário contou que pediu o medicamento para fazer uso, sem especificar qual deles, ou, "democraticamente", iria transferir o médico "para a fronteira".
Bolsonaro afirmou que o profissional de saúde, de modo geral, "perdeu a autonomia" durante a pandemia e que, dada aquela situação, em que "você pegou algo que ninguém sabe o que é, [o médico] tem que tentar uma alternativa em comum acordo contigo, [mas] acabaram a autonomia do médico no Brasil".
A entrevista com o presidente está no ar, dividida em dois vídeos, que somam 250 mil visualizações.
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O YouTube diz que não permite "envio de conteúdo que dissemine informações médicas incorretas que contrariem as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) ou das autoridades locais de saúde sobre a Covid-19".
Desde o início da pandemia, deletou dezenas de vídeos do presidente, mas mantém uma live de maio do ano passado em que Bolsonaro se gaba pelo exemplo que dá ao tomar cloroquina sem consultar um médico.
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