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Cotidiano
O voo partiu do estado do Arizona e chegou ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, no início da tarde desta quarta
26/01/2022 às 20:42
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O voo tinha 90 menores de idade a bordo | Ethan McArthur/Unsplash
O Brasil recebeu nesta quarta-feira (26) um voo com 211 brasileiros deportados dos Estados Unidos, sendo 90 deles menores de idade –incluindo crianças de até 10 anos. A cifra de menores enviados de volta ao país é inédita.
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O voo partiu do estado do Arizona e chegou ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins (MG), no início da tarde. É o segundo grupo de deportados a desembarcar no país neste ano.
Em nota, a Polícia Federal informou que apura as circunstâncias em que as crianças deixaram o território brasileiro e as condições a que foram submetidas no processo de entrada nos EUA.
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Além de policiais federais, representantes dos juizados da Infância e da Juventude de Belo Horizonte e de Pedro Leopoldo (cidade na região metropolitana da capital mineira) acompanharam o desembarque.
Segundo interlocutores que acompanham o caso, o que se sabe até aqui é que as crianças vieram acompanhadas dos pais. Ainda se investiga, porém, se há nesse grupo pessoas que se passam por pais para tentar entrar pelo esquema chamado de "cai cai".
Esse método tem se tornado mais popular porque, ao pisar em solo americano acompanhado de um parente menor de primeiro grau e se entregar às autoridades americanas, o migrante responde ao processo em liberdade –já que uma criança não pode permanecer sozinha durante procedimentos de repatriação ao Brasil ou aceitação pelo governo americano. Contrabandistas e coiotes viram a regra como uma oportunidade de negócio.
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Autoridades da PF e do Itamaraty inteiradas do assunto disseram que, desde a segunda quinzena de dezembro do ano passado, crianças têm sido incluídas nos grupos de deportados. Elas acreditam que seja uma estratégia dos americanos para que a prática do "cai cai" seja inibida.
Como o jornal Folha de S.Paulo mostrou em uma série de reportagens em dezembro, contrabandistas que atuam para promover a migração irregular do México para os EUA têm lucrado com o aluguel de crianças brasileiras. Por US$ 3.000, eles entregam um menor de idade a clientes para garantir que cruzem a fronteira por meio do método.
Para isso, essas pessoas precisam se passar pelos pais das crianças e conseguem, por meio de esquemas criminosos, emitir documentos falsos. Interlocutores disseram ainda que em alguns casos os próprios migrantes se entregaram para as autoridades americanas cansados da jornada com os filhos nos EUA.
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