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Cotidiano
Mulher chegou a vender carro, casa e fazer três transferências para conta de um brasileiro
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Depp durante julgamento | Reprodução Youtube
A Justiça considerou improcedente a ação de uma aposentada contra um banco depois de perder mais de R$ 200 mil ao transferir o dinheiro para um golpista que se passava pelo ator norte-americano Johnny Depp e prometia um relacionamento com a brasileira. Cabe recurso.
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Segundo a decisão da juíza Clarissa Rodrigues Alves, no processo de indenização, a vítima afirmou que teve o primeiro contato com o criminoso em 21 de setembro de 2020 pelo Instagram.
As transferências foram feitas para uma conta em nome de Antônio, que foi identificado pelo falso Johnny Depp como um “amigo brasileiro de seu advogado”. Os valores pedidos durante o golpe de romance foram referentes a falsas condenações em processos que supostamente envolviam a figura do ator.
Na Justiça, ela pediu a condenação do banco que recebeu as transferências em nome do brasileiro com indenização e danos materiais e morais em R$ 208,4 mil.
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O banco alegou à Justiça que a moradora de Osasco, na Grande São Paulo, foi quem transferiu o dinheiro por “livre e espontânea vontade”, sem interferência da agência.
“Embora a autora afirme ter sido vítima de um golpista, nada nos autos comprova toda a sua narrativa. Note-se que a autora anexou aos autos apenas e tão somente os comprovantes de transferência bancária, que por livre e espontânea vontade efetuou, mas não junta o tal perfil do Instagram que a enganou”, escreveu a juíza em decisão foi publicada em 28 de setembro.
O golpe
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Segundo apurado pelo g1, no início as conversas eram apenas sobre o cotidiano, mas, com o passar do tempo, a pessoa que afirmava ser o próprio ator contava a história de que precisava de dinheiro para o pagamento de condenações em processos que estava envolvido.
Ao mesmo tempo em que ocorria o embate na vida real entre Depp e sua ex-mulher Amber Heard, o golpista enganava a vítima na Grande São Paulo. Ainda segundo apurado, havia nas conversas promessas do golpista em levar a vítima para morar com ele, que estaria nos Estados Unidos.
“A pandemia contribuiu para que a Autora acreditasse em toda mentira contada pelo golpista, haja vista o abalo emocional vivenciado, a mesma só procurava uma ‘saída ou mudança de vida’, realizando até uma cirurgia plástica acreditando ir morar em Los Angeles”, defendeu a advogada no processo contra o banco.
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A aposentada vendeu carro e casa para “ajudar” o falso ator. A pedido dele foram feitos depósitos na conta de um brasileiro de R$ 15 mil, R$ 40.400 e R$ 153 mil.
Após a venda da casa, do veículo e de ter tido alguns cheques bloqueados, o filho da vítima desconfiou da fraude e perguntou à mãe sobre as transações bancárias. No celular dela, ele viu as conversas.
A defesa da vítima chegou a encontrar o nome do dono da conta bancária em sites mantidos por “caçadoras de golpistas” que apontam suspeitos em transações criminosas envolvendo golpes de romance.
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