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Cotidiano
'Vim aqui pra comprar e me chamam de ladrão'; Advogada fala em racismo e critica conduta dos seguranças
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Homem negro somente de cueca durante abordagem em supermercado de Limeira | Reprodução
Um vídeo divulgado nas redes sociais nesta segunda-feira mostra o momento em que um homem de 56 anos foi obrigado a tirar a roupa em um supermercado na cidade de Limeira (SP). O caso aconteceu na sexta-feira (6) e, após a abordagem, a vítima registrou um boletim de ocorrência por constrangimento na Polícia Civil.
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De acordo com o registro, o homem negro foi abordado por dois seguranças que suspeitaram que ele havia furtado produtos da loja na última sexta-feira. O caso foi na rede atacadista Assaí, no centro da cidade.
Ele disse que foi obrigado a tirar a roupa na frente de outras pessoas que estavam no local para provar que não tinha roubado nada.
Segundo presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Robson de Oliveira, o caso caracteriza crime de racismo e deve haver punições aos responsáveis.
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As imagens mostram o homem em um canto da loja, somente de cueca, muito nervoso. Ele começou a chorar e precisou ser acalmado pelos próprios funcionários. Em um momento, ele começa a gritar, desesperado com os funcionários: "eu vim aqui pra comprar alguma coisa e me chamam de ladrão."
Em seguida, ele começa a apontar para os objetos dele, deixados no chão durante a abordagem, questionando se teria algo da loja que foi levado. Após vestir a roupa, ainda chorando, ele começa a recolher os objetos no chão.
Várias pessoas que estavam em volta acompanhando a cena criticaram a atitude dos seguranças. A esposa do homem disse à EPTV, afiliada da TV Globo, que o marido tinha ido ao supermercado para pesquisar preços e acabou optando por não comprar nada. Na saída, foi abordado pelos funcionários do local, que o fizeram tirar parte da roupa para provar que não havia levado produtos sem pagar.
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O advogado da vítima, Diego Souza, disse que os seguranças chegaram a pedir que ele tirasse a camisa. "Nesse momento, ele tirou a camiseta e ficou só de calça. Ele já estava nervoso, chorando, completamente transtornado por conta da situação. Nesse momento ele tirou a calça, ficou só de cueca. Não pediram para retirar toda a roupa [...] Mas, diante da situação, até para defesa dele, para ele provar que não estava com nada, porque até o momento que ele tinha tirado a parte de cima da roupa e ficou com a calça os seguranças ainda desconfiavam dele, nesse momento ele tirou a roupa", explicou o defensor.
A rede Assaí informou através de uma nota que a abordagem foi feita por um funcionário e um segurança terceirizado. Como decisão imediata, ainda no final de semana, foi aberto um processo interno de apuração, realizado o afastamento do empregado responsável pela abordagem e, nesta segunda-feira (9), formalizada sua demissão.
Já o segurança da empresa terceirizada foi afastado da operação. A rede disse, ainda, que não adota e nem orienta abordagens constrangedoras a clientes.
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