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Cotidiano
A gravação com cenas fortes mostra um homem, que teria feito manobras perigosas com a moto, levando uma surra de um suposto integrante da facção
16/12/2021 às 17:56 atualizado em 16/12/2021 às 17:59
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Vídeo divulgado pelo PCC | Reprodução
As cenas são fortes. Um vídeo cuja a autoria é atribuída à facção criminosa paulista PCC mostra um homem sendo surrado e recebendo vários golpes violentos após, supostamente, ter realizado manobras perigosas com moto.
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Em um vídeo de 48 segundos postado nas redes sociais, um motociclista de Osasco, cidade da Grande São Paulo, orienta os colegas motorizados sobre a importância do respeito às faixas de trânsito que vêm sendo implantadas pelo PCC nas comunidades da capital e Grande de São Paulo nos últimos dias com os seguintes dizeres: "Proibido tirar de giro e chamar no grau. Sujeito a cacete. Não aceitamos isso na nossa comunidade". Assista abaixo:
"Tirar de giro" é, na "quebrada", a manobra realizada por motociclista que provoca a explosão do escapamento, barulho que se assemelha a disparos de arma de fogo. "Chamar no grau", por sua vez, é empinar a roda da frente da moto para se exibir.
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"Quero dizer que essas faixas são, sim, para serem respeitadas, entendeu, mano? Quem está colocando é a comunidade, é o crime, em prol da população", diz o rapaz, fazendo, segundo ele mesmo, uma retratação de uma postagem anterior em que aparece "tirando de giro" e desrespeitando uma dessas faixas.
A gravação é acompanhada por homens desconhecidos e, diante deles, o motociclista explica a ordem do crime: "devido à molecada tirando giro, tirando um barato do pessoal, empinando, [isso] coloca em risco a criançada e idosos" e incomoda "trabalhador que não consegue dormir".
Sob ameaça de criminosos, ele finaliza dizendo que está postando o vídeo para dar exemplo.
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"Porque quem vier a fazer isso daí vai ser pego para exemplo, como eu estou sendo", diz ele. Em seguida, é espancado por um homem com chutes, socos e cotoveladas.
A reportagem apurou que em praticamente todas as regiões de São Paulo essas faixas foram vistas, inclusive em vias importantes de acesso a grandes favelas, como Heliópolis, na zona sul da capital.
Também foram identificadas pela reportagem as mesmas faixas em Parelheiros, na zona sul, e em Jaçanã, na zona norte. Em todas essas regiões o crime é monopolizado pelo PCC, maior facção criminosa do país.
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Assim como na Grande São Paulo, os moradores desses bairros informam que elas foram colocadas nessas vias para aviso aos infratores, que são punidos em eventual desobediência. As punições geralmente ganham publicidade para conseguir o efeito dissuasório.
Não está claro nesse código do PCC qual a punição para os reincidentes.
O caso vem sendo investigado pela Polícia Civil, que quer descobrir quem colocou as faixas. Em alguns pontos, esses avisos visuais foram removidos por ordem da polícia. Os policiais também identificaram o rapaz espancado em Osasco, que não tinha feito boletim de ocorrência para reclamar do crime.
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No inquérito, a polícia também realiza diligências para esclarecer todas as circunstâncias do fato.
A polícia também diz, em nota, que "a Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) do município investiga outros locais na cidade em que possam existir faixas, no intuito de apurar eventuais crimes existentes por trás de tal comportamento".
E finaliza: "Com relação às faixas colocadas nas demais regiões, as delegacias das áreas mencionadas iniciaram apuração para verificar se há ligação entre a instalação dessas faixas e criminosos".
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