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Cotidiano

Victor Godoy, que também esteve com pastores, é oficializado no MEC

O presidente Bolsonaro já chegou a dizer que colocaria a cara no fogo por ele

Folhapress

18/04/2022 às 09:15  atualizado em 18/04/2022 às 16:09

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Victor Godoy Veiga, ministro da Educação

Victor Godoy Veiga, ministro da Educação | Reprodução/Youtube

O presidente Jair Bolsonaro (PL) oficializou, nesta segunda-feira (18), Victor Godoy Veiga como ministro da Educação.

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Ele já estava no comando da pasta desde o final de março, quando assumiu após Milton Ribeiro deixar o cargo em meio às denúncias de propina e tráfico de influência envolvendo pastores no MEC.


A permanência de Godoy na pasta era esperada e segue padrão das trocas em outros ministérios no começo do mês, quando seus titulares deixaram os cargos para disputar eleições. Bolsonaro tem optado por alçar ao cargo de ministro secretários-executivos.


Godoy era o nº 2 de Milton Ribeiro, que pediu demissão em março, mas continua contando com a simpatia do Planalto. O presidente já chegou a dizer que colocaria a cara no fogo por ele.

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Já o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse não ver problemas num eventual retorno de Ribeiro ao cargo, após a conclusão das investigações.


Milton Ribeiro deixou o cargo em 28 de março sob acusações de privilegiar pastores suspeitos de negociar liberações de verbas da pasta em troca de vantagem indevida.


A queda do ministro ocorreu uma semana após a Folha revelar áudio em que o próprio Ribeiro fala em priorizar os amigos de um dos pastores e que isso seria um pedido de Bolsonaro.

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Pessoa de confiança de Ribeiro, Victor Godoy já esteve com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura em eventos no MEC. Isso ocorreu em 13 de janeiro de 2021, quando o ex-ministro recebeu prefeitos e os pastores em agenda classificada como "alinhamento político".


Em fevereiro de 2021, sentou-se ao lado do ministro e de Bolsonaro em encontro com os religiosos e 23 prefeitos. Também compôs a mesa lado a lado com Arilton e Gilmar em outro evento com prefeitos e os pastores em 15 abril do ano passado.


Há relatos de negociação de liberações neste dia 15 de abril em um hotel usado pelos pastores e também um restaurante de Brasília.

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Victor Godoy foi ainda o responsável por preparar e encaminhar à CGU (Controladoria-Geral da União) ofício com denúncia da atuação dos pastores que Milton Ribeiro diz ter recebido e despachado em agosto passado. Mas o ministro manteve forte interlocução com os pastores depois disso.


Na semana passada, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) recuou e apresentou registros de visitas dos dois pastores ao Palácio do Planalto. A dupla pivô do escândalo do balcão de negócios do Ministério da Educação esteve ao menos 35 no local, desde o começo do governo até 16 de fevereiro deste ano.


O documento divulgado pelo GSI mostra ainda duas idas dos pastores ao gabinete do presidente da República.
A dupla frequentou mais o Palácio do Planalto no primeiro ano de governo de Bolsonaro, quando foram 27 vezes lá. Em 2020, há apenas um registro no documento divulgado pelo GSI.

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No ano passado, estiveram cinco vezes lá. Neste ano, Arilton foi duas vezes à Casa Civil de Ciro Nogueira, sendo uma delas acompanhado de Gilmar.

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