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Cotidiano
Escola de samba se prepara para o Carnaval 2025 em diferentes locais de São Paulo
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Vai-Vai reunida na Fábrica do Samba, na zona norte de São Paulo | Lucas Souza/Gazeta de S.Paulo
Uma das escolas de samba mais tradicionais de São Paulo, a Vai-Vai, atravessa uma crise organizacional desde 2021, quando perdeu sua quadra de ensaio no Bixiga, no centro da capital paulista.
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Em sua história, a escola soma nove títulos como Cordão, 15 do Grupo Especial, 10 vice-campeonatos, dois títulos do Grupo de Acesso e é considerada a maior campeã do Carnaval de São Paulo.
Após 50 anos no bairro do Bixiga, a Vai-Vai teve de deixar sua quadra, onde será construída a estação 14-Bis, da Linha 6-Laranja do metrô, que ligará a Brasilândia, na zona norte, à Estação São Joaquim, no centro. Veja o progresso das obras.
Miriam Barros, integrante da bateria desde 1999, compartilha a frustração diante da falta do espaço tradicional. “Fazer nossa história no bairro do Bixiga... a gente perdeu o lugar de onde sempre saíamos”, conta.
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Ela reconhece que a crise enfrentada pela escola impacta diretamente nos ensaios e na qualidade dos trabalhos apresentados durante o desfile, mas acredita que a diretoria está empenhada em resolver a situação.
Segundo o prometido, a Linha Uni, responsável pela construção da Linha 6-Laranja, compraria um terreno onde a escola de samba pudesse ensaiar; entretanto, o local não correspondeu às expectativas.
O lugar cedido fica na rua Rocha, na Bela Vista, mas a Vai-Vai é proibida por lei de ensaiar no local. Isso porque se trata de uma região residencial e a escola só poderia usar o espaço como sede social devido ao barulho dos ensaios.
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A ausência da quadra teve um impacto significativo na rotina de ensaios e na preparação para o carnaval. Luana Assunção, ritmista de chocalho da Vai-Vai, observa que a mudança afetou 100% a dinâmica da escola, que sempre foi conhecida por seus ensaios ao ar livre. “Senti e tenho certeza que perdemos componentes por conta disso”, lamenta.
Com isso, a Vai-Vai passa por um cenário de incertezas desde 2021, tendo que ensaiar em diferentes lugares, não necessariamente próximos à antiga quadra de ensaios.
Entre as opções, a escola utiliza o Sindicato dos Bancários, na rua Tabatinguera, próximo ao Metrô Sé, e a Fábrica do Samba, na Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.
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“Lá (Fábrica do Samba) é péssimo, a acústica é horrível, e é longe de tudo. Se não tem, vai tu mesmo”, desabafa Luana, que ainda espera por uma nova sede que respeite a história e a essência da Vai-Vai.
A diretoria da Vai-Vai não se pronunciou sobre a questão do local de ensaio, mas afirma estar empenhada na busca de um novo espaço, o que possivelmente ocorrerá em 2025.
Desde o início da crise, a maior campeã do Carnaval de São Paulo não tem tido bons desempenhos nos desfiles. Veja o retrospecto da Vai-Vai:
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Mesmo vivendo em tempos difíceis, os integrantes ainda acreditam no potencial transformador da escola de samba.
“Depois da queda, muita gente esmoreceu, mas a força espiritual da escola é muito forte”, destaca Daniel Sebastião, ex-baterista e atualmente envolvido no apoio à porta-bandeira.
“A Vai-Vai é uma raiz do Carnaval. Se você for em todas as escolas de samba, todas têm alguém que passou pela Vai-Vai, desde um componente de ala até uma porta-bandeira. Então, a Vai-Vai é o berço de um sambista e tem muito a ensinar e muito a aprender também com o Carnaval 2025”, complementa Miriam.
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