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Cotidiano
O condutor conta que foi agarrado pelo pescoço e teve celular e documentos levados
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No início da tarde, um grupo de usuários de drogas também ao menos seis ônibus, segundo a SPTrans | Reprodução
Vítimas dos ataques de usuários de drogas na região da cracolândia que prestam depoimento nesta terça (11) no 77º DP (Santa Cecília), no centro de São Paulo, relataram à reportagem como foi a abordagem e os prejuízos.
Uma delas é o motorista de um caminhão de coleta de lixo. Segundo ele, o grupo o obrigou a sair do veículo na Vitória, em Campos Elíseos. Fora dele, o condutor conta que foi agarrado pelo pescoço e teve celular e documentos levados.
Um dos vidros do caminhão foi quebrado durante a ação. Abalados, os funcionários da empresa coletora pediram para não serem identificados.
Dois funcionários de uma distribuidora de bebidas foram atacados na avenida Duque de Caxias. Cerca de 25 caixas de cerveja em lata foram levadas pelos dependentes químicos, segundo um dos funcionários contou para a reportagem.
No início da tarde, um grupo de usuários de drogas também ao menos seis ônibus, segundo a SPTrans, que gere o transporte coletivo municipal. Vídeos gravados por moradores mostram o momento em que o grupo cerca um dos coletivos e arremessa objetos para quebrar os vidros.
Em outra sequência, usuários correm após atacarem o caminhão de bebidas, que iria abastecer um mercado na alameda Barão de Limeira, na esquina da rua Vitória.
A confusão começou quando usuários de drogas depredaram uma viatura da Polícia Militar na praça Júlio de Mesquita. Em seguida, o ônibus foi apedrejado e um caminhão de bebidas, saqueado.
Houve confronto entre usuários e policiais na altura da rua General Osório esquina com a avenida Rio Branco. Usuários confrontaram os policiais, que reagiram com bombas de efeito moral.
De acordo com o capitão da PM que coordena a operação, equipes de Rocam, Força Tática e Iope seguem em patrulhas pela área entre a avenida Rio Branco e as ruas de Santa Ifigênia.
As cenas ocorrem após uma tentativa de remoção da cracolândia, no último fim de semana.
Na noite de sábado (8), um pelotão formado por guardas-civis e policiais civis e militares escoltou o fluxo -como é conhecida a concentração de usuários- da cracolândia da rua dos Protestantes até a parte de baixo da ponte Governador Orestes Quércia, conhecida como Estaiadinha, na marginal Tietê, perto da avenida do Estado.
Poucas horas depois os usuários voltaram a ocupar a rua Conselheiro Nébias, bloqueando o trecho entre as ruas Aurora e Timbiras. Também era possível encontrar usuários de drogas pelo largo General Osório. Alguns pareciam estar exaustos e deitavam nas calçadas molhadas.
A prefeitura foi procurada pela reportagem, mas ainda não retornou até a publicação.
Nesta segunda (10), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) voltou a afirmar que a concentração de usuários de drogas da cracolândia tem dinâmica própria e negou a informação de que a prefeitura tenha tentado removê-los da região da Santa Ifigênia.
"Apesar de vocês insistirem em falar que a GCM conduz aquele grupo de pessoas para algum local, a gente só faz o acompanhamento. Eles têm uma dinâmica própria. Se não fosse assim, eles não teriam ido para outro local, né?", disse Nunes.
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