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Cotidiano
Presidente do país fez um apelo após assinar documento em que pede a entrada da Ucrânia na UE
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Presidente ucraniano Volodimir Zelenski em pronunciamento em Kiev em que condena invasão russa | DIVULGAÇÃO/PRESIDÊNCIA DA UCRÂNIA
Um dia depois de assinar um documento pedindo oficialmente a entrada da Ucrânia na União Europeia (UE), o presidente do país, Volodimir Zelenski, fez nesta terça-feira (1º) um apelo aos líderes do bloco.
"Provem que estão conosco. Provem que não vão nos deixar. Provem que são realmente europeus, e então a vida vencerá a morte, e a luz vencerá as trevas", disse Zelenski ao Parlamento Europeu, por meio de videoconferência, num pronunciamento traduzido para o inglês por um intérprete em lágrimas.
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"A União Europeia será muito mais forte conosco, com certeza. Sem vocês, a Ucrânia ficará solitária", acrescentou, ciente de que um eventual processo de adesão ao bloco europeu será longo e difícil.
Os parlamentares da UE, muitos com camisetas com a bandeira ucraniana ou lenços e fitas nas cores azul e amarela, aplaudiram o presidente de pé. A invasão russa chega nesta terça ao sexto dia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou em seguida que "este é um momento de verdade para a Europa" e que a maneira como o bloco responder aos atos da Rússia vai "determinar o futuro do sistema internacional". Ela anunciou o envio de 500 milhões de euros (R$ 2,8 bilhões) para comprar e entregar armas para a Ucrânia, além outros 500 milhões de euros destinados a ajuda humanitária, auxiliando, assim, por exemplo, a recepção de refugiados que chegam a países do bloco.
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A fala de Zelenski aconteceu horas depois de um bombardeio russo atingir a segunda maior cidade do país, Kharkiv. Segundo o serviço de emergência ucraniano, o ataque matou sete pessoas e feriu outras 24.
O presidente ucraniano classificou de "crime de guerra" e "terrorismo de Estado" a ofensiva russa à Kharkiv, num vídeo divulgado em seu canal no aplicativo Telegram, ocasião na qual também falou que a prioridade é defender Kiev. Imagens de satélite captadas durante a noite de segunda exibem um comboio de mais de 60 quilômetros de comprimento formado por veículos e artilharia em direção à capital. A parte mais avançada do comboio já estava perto do aeroporto Antonov, a cerca de 25 quilômetros da cidade.
No domingo (27), Von der Leyen já havia dito que a Ucrânia pertence à UE e que o bloco quer o país como membro. Em uma entrevista ao canal Euronews, afirmou que há um processo para integrar o mercado ucraniano ao mercado comum do bloco. Nesta terça, ela outra vez se colocou ao lado da Ucrânia. "Se [o presidente russo Vladimir] Putin estava tentando dividir a UE, enfraquecer a Otan [a aliança militar ocidental] e quebrar a comunidade internacional, ele conseguiu exatamente o oposto."
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O líder ucraniano solicitou ao bloco que avalie a entrada da Ucrânia em caráter de urgência e submeta o pedido a um novo procedimento especial. Oito nações das regiões central e oriental da UE pediram que a Ucrânia passe a ter status de país candidato -Bulgária, República Tcheca, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Eslováquia e Eslovênia. Mas a Ucrânia está ciente de que qualquer processo de adesão será longo e difícil, mesmo que o país consiga, depois da guerra, não cair sob o domínio de Moscou.
Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, disse ao Parlamento após o discurso de Zelenski que o bloco teria que analisar seriamente o pedido "legítimo" da Ucrânia, mas acrescentou: "Vai ser difícil, sabemos que há opiniões diferentes na Europa [sobre a expansão do bloco]".
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