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Cotidiano

Um em cada cinco empregos criados no ABC é temporário ou intermitente

Dados do Caged revelam que das 294,1 mil admissões com carteira assinada feitas nos sete municípios nos 12 meses encerrados em maio, 14,8% (43,5 mil) usaram contratos intermitentes ou temporários

Matheus Herbert

12/07/2021 às 11:43

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Um em cada cinco empregos criados no ABC é temporário ou intermitente

Um em cada cinco empregos criados no ABC é temporário ou intermitente | /Divulgação

As incertezas em relação à retomada da atividade econômica em meio a indicadores ainda preocupantes da pandemia de Covid-19 e ao avanço lento da vacinação tem levado parte dos empresários do ABC Paulista a optar por contratações temporárias ou intermitentes para aumentar a mão de obra.

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Levantamento realizado pelo Diário Regional com base em dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e DesempreGados (Caged), do Ministério da Economia, revela que, das 294,1 mil admissões com carteira assinada feitas nos sete municípios nos 12 meses encerrados em maio, 14,8% (43,5 mil) usaram contratos intermitentes ou temporários.

Quando se considera o saldo líquido (admissões menos demissões) do período, que é positivo em 32,5 mil vagas criadas, a participação das duas modalidades de contratação sobe para 21,3% do total, ou 6,9 mil.

Assim, de cada cinco postos de trabalho gerados nos sete municípios desde junho do ano passado, um é temporário ou intermitente. O ABC é formado pelas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

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O trabalhador temporário é aquele contratado por meio de agência para atender necessidades pontuais, como substituição de pessoal ou demanda extraordinária. O emprego intermitente, por sua vez, foi criado na reforma trabalhista em vigor desde novembro de 2017 e permite às empresas chamar o trabalhador somente quando for necessário e pagar apenas pelas horas cumpridas.

Para muitos executivos, as duas modalidades se adequam a esse momento em que é preciso muita cautela nas decisões devido à pandemia.

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“A criação de empregos sem carteira assinada ou empregos com carteira, mas intermitentes ou com prazo determinado, sinaliza pouca crença no futuro. As pesquisas (de confiança) mostram isso: que os empresários acreditam que o futuro será melhor, mas não sentem muita firmeza no presente”, afirmou o economista Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

Em 2020, a demanda por vagas temporárias no País cresceu 34,8%, segundo balanço da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem). Para este ano, a projeção da entidade é de nova alta, de 25%.

Essa modalidade tem sido frequentemente adotada no setor automotivo. A Mercedes-Benz, por exemplo, preencheu mil vagas temporárias (com contratos de seis a 12 meses) no início deste ano na fábrica de São Bernardo com o objetivo de reforçar a produção de caminhões.

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PROVA DOS NOVE

Balistiero discorda da avaliação segundo a qual as duas modalidades são formas de precarização do trabalho. “A existência de contratos intermitentes ou temporários não é ruim, porque pessoas contratadas nessas modalidades provavelmente estariam na informalidade sem elas”, ponderou. “Porém, a ‘prova dos nove’ (da recuperação da atividade econômica) só vem quando a gente cria empregos com carteira assinada de prazo indeterminado”, prosseguiu o economista, embora reconheça que as duas modalidades são uma tendência do mercado de trabalho.

Para o coordenador do curso de Administração do IMT, a perspectiva é de continuidade da geração de empregos neste semestre, “mas nada alvissareiro”, citando como focos de incerteza o risco de uma terceira onda da pandemia provocada pela variante Delta, a crise hídrica e a instabilidade política, que “podem colocar a recuperação econômica contra a parede”.

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