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Cotidiano

Ultimato de Lula e batida de pé de Kassab sacramentaram aliança eleitoral em MG

Fim do embate entre PT e PSD garante ao ex-presidente um palanque robusto no segundo maior colégio eleitoral do país na disputa pelo Palácio do Planalto

Maria Eduarda Guimarães

20/05/2022 às 14:18  atualizado em 20/05/2022 às 14:25

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Lula

Lula | Guilherme Gandolfi/Facebook

A construção de um palanque único entre PT e PSD para as eleições 2022 em Minas Gerais teve um basta a correligionários do estado por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e uma batida de pé do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.

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Houve ainda uma saída honrosa para o deputado federal Reginaldo Lopes (PT), um dos pivôs de impasse entre as duas legendas para o fechamento da aliança.

O fim do embate entre PT e PSD em Minas Gerais garante a Lula palanque robusto no segundo maior colégio eleitoral do país na disputa pelo Palácio do Planalto. Ele terá em seu palanque o ex-prefeito Alexandre Kalil, do PSD, pré-candidato ao governo do estado.

O pré-candidato do PSD ao governo do estado é bem avaliado por pesquisas na capital e região metropolitana, apesar de ser menos conhecido no interior. Para tentar mudar o quadro, Kalil já iniciou viagens de pré-campanha, e esteve em cidades como Juiz de Fora (Zona da Mata) e Passos (Sul).

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Assim como Lula deverá polarizar com o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), Kalil em Minas terá como principal adversário o governador Romeu Zema (Novo), líder nas pesquisas em busca da reeleição.

O bate o pé de Kassab foi em relação à decisão do partido de não abrir mão de ter o senador Alexandre Silveira (PSD) como candidato à reeleição na chapa.

O posicionamento foi transmitido diretamente a Lula, pré-candidato à Presidência da República, em reunião em São Paulo na sexta-feira (13), da qual participaram também Kalil e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

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Por sua vez, a legenda de Lula pediu no encontro o posto de vice na chapa, que até aquele momento estava com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus (PSD).

Dois dias antes da reunião em São Paulo, Kalil havia dito em sabatina da Folha que queria uma aliança formal com Lula no estado.

O grupo deixou o encontro com a definição de que cada partido acertaria internamente os seus ponteiros no fim de semana. O PSD, então, abriu mão de Agostinho Patrus como vice na chapa.

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Na terça-feira (17), Lopes foi chamado a São Paulo por Lula. Gleisi também estava presente. O ex-presidente afirmou então que chegava o momento de uma definição e que o acordo seria fechado com o PT na vice e o PSD na vaga para o Senado.

Lopes tinha o apoio do PT estadual para sua pré-candidatura na chapa. O deputado foi o segundo mais votado para vaga na Câmara Federal em Minas Gerais nas eleições 2018.

Passou-se então a buscar uma espécie de saída honrosa para o parlamentar, e ficou definido que Lopes será o coordenador local da campanha de Lula à Presidência da República.

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O cargo, na prática, fica mais para a linha de "rainha da Inglaterra", já que Lula tem como seu principal articulador em Minas Gerais o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. Lopes não atendeu ligação feita pela reportagem.

Lula já tinha deixado claro que não havia definição sobre a vaga ao Senado na chapa, em sua viagem a Minas Gerais há cerca de 10 dias.

Em ato com militantes na capital, e com a participação de Lopes, Lula em momento algum durante seu discurso se referiu ao parlamentar como pré-candidato da chapa ao Senado. Disse ainda que "alianças" ainda seriam fechadas no estado.

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O impasse entre os dois partidos em relação à formação de chapa para as eleições 2022 fez com que Kalil não participasse da agenda de Lula na viagem a Minas. Além de Belo Horizonte, o ex-presidente esteve em Contagem e Juiz de Fora.

O cabo de guerra pela vaga da chapa pelo Senado acabou reduzindo as chances de Lopes ser indicado pelo PT como vice na chapa.

Dentro do PSD, a intenção é ter alguém considerado menos radical no posto. Um dos nomes cogitados é o do deputado estadual André Quintão (PT). O parlamentar não atendeu ligação feita pela reportagem.

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Fora da chapa, Agostinho Patrus deverá tentar reeleição como deputado estadual e, em um eventual governo Kalil, ter força suficiente para indicar secretários de estado.

Apesar de as decisões sobre a chapa terem sido tomadas antes, o anúncio da aliança ocorreu via divulgação, por parte de Kalil, de um vídeo na noite desta quinta-feira (19), em que aparecem imagens de Lula e do pré-candidato do PSD em Minas.

No vídeo, um jingle faz rimas tendo como refrão "Lula e Kalil".

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A assessoria do senador Alexandre Silveira informou que o parlamentar não vai comentar o fechamento da aliança com o PT em Minas.

O presidente estadual do partido em Minas Gerais, deputado estadual Cristiano Silveira, um dos principais incentivadores de Lopes como candidato ao Senado na chapa com o PSD, não retornou contato feito pela reportagem. O mesmo ocorreu com as assessorias de Kalil e Agostinho Patrus.

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