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Cotidiano

Após braço de ferro, Uber anuncia fim do Uber Moto em São Paulo

Uber havia anunciado o serviço em SP sem avisar o poder público; vereadora considerou empresa 'desrespeitosa' e prefeito falou em 'guerra'

Bruno Hoffmann

30/01/2023 às 19:01  atualizado em 30/01/2023 às 19:22

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Serviço de Uber Moto

Serviço de Uber Moto | Divulgação/Uber

A Uber anunciou nesta segunda-feira a suspensão imediata de transporte de passageiros por moto em São Paulo. A decisão se deu após pressão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e de outras lideranças políticas da Capital, que não gostaram da empresa lançar o Uber Moto sem consultar a gestão municipal, e temiam pelo aumento de acidentes automobilísticos na cidade.

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A Uber havia iniciado o serviço na capital paulista e no Rio em 5 de janeiro. A atitude pegou de surpresa a prefeitura e a Câmara Municipal de São Paulo. Por falta de regulamentação, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) pediu a suspensão imediata do serviço.

Menos de um mês antes havia chegado ao fim a CPI dos Aplicativos na Câmara paulistana, para investigar e por limites claros na ação das empresas do setor de transporte por aplicativo na Capital. Por isso, a ação da companhia foi vista como desrespeitosa.

A vereadora Luana Alves (PSOL), que havia sido membro da CPI dos Apps, por exemplo, disse que todos foram pegos de surpresa com a novidade.

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“Surpresa enorme, porque o poder público não foi informado, o que é bastante desrespeitoso”, disse ela, lembrando que durante a CPI houve uma série de diálogos e acordos entre as empresas do setor e a Câmara Municipal.

A psolista também analisou que o serviço de mototáxi representa um risco para a população. “Existem estatísticas amedrontadoras sobre acidentes de motos na cidade, e a maioria é de jovens de até 29 anos que usam a moto a trabalho. Com passageiro a situação fica muito mais perigosa. Não tem nenhuma condição de seguir com esse tipo de serviço”, afirmou a vereadora.

Em 2018, a Câmara também havia aprovado uma lei para proibir o serviço de mototáxi na Capital, depois sancionada pela prefeitura, de autoria dos vereadores Adilson Amadeu (hoje no União Brasil) e Antonio Donato (PT). A Uber, porém, usou uma brecha da lei para tentar iniciar o serviço na cidade.

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De acordo com a prefeitura, a segurança dos motociclistas, a redução no número de sinistro fatais no trânsito e o impacto no sistema público de saúde “são preocupações do prefeito Ricardo Nunes”, por isso a gestão municipal se colocou contra o serviço.

Nunes afirmou, em 26 de janeiro, que a Uber seria responsabilizada e iria "sofrer as consequências de desacatar um decreto da Prefeitura de São Paulo" caso continue a oferecer a modalidade Uber Moto na Capital.

“Eu não quero guerra com eles, mas se eles querem guerra com a cidade de São Paulo, vão ter, não tem problema nenhum", Nunes.

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Já a 99 prometeu na semana passada oferecer o serviço de mototáxi a partir desta terça (31). A prefeitura informou que o Comitê Municipal de Uso Viário (CMUV) já notificou a empresa  sobre a suspensão das viagens feitas por motocicletas.

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