Uber e 99 ignoram Nunes um mês após pesquisa sobre 'mototáxi' em São Paulo

A 99 e a Uber lançaram serviços de mototáxi na cidade de São Paulo um mês depois de uma pesquisa encomendada pela Uber revelar que a maioria dos paulistanos e dos moradores da região metropolitana concorda com a atividade na capital paulista.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), por outro lado, disse nesta quarta-feira (22/1) que vai entrar com queixa-crime contra as empresas.

Contratado pela Uber, o instituto entrevistou 1,8 mil pessoas na Capital e na Grande São Paulo entre 16 e 23 de dezembro do ano passado, que mostrou que a grande maioria é a favor do transporte por moto de aplicativo na cidade.

Uber anunciou atividade

Nesta quarta, a empresa usou a pesquisa como uma das justificativas para iniciar o serviço fora do centro expandido da Capital. Uma semana antes, a 99 já tinha iniciado a atividade, o que gerou uma série de atritos e apreensões com a gestão.

A Gazeta questionou os aplicativos de transporte individual se havia ação coordenada entre as empresas para lançar o serviço em São Paulo, já que a 99 lançou o serviço depois da pesquisa da Datafolha, e a Uber uma semana depois da 99.

A Uber respondeu apenas com uma nota vaga, sem esclarecimentos sobre o tema. A 99 foi por um caminho semelhante, sem responder diretamente a questão de ter havido uma ação coordenada.

"A entrada de outros serviços no mercado seguindo o pioneirismo da 99Moto reforça o entendimento jurídico e o benefício do serviço que estamos oferecendo há mais de uma semana na cidade de São Paulo, e que já beneficiou milhares de pessoas em mais de 200 mil corridas feitas pelo nosso aplicativo", afirmou a companhia.

Procuradoria

A Procuradoria Geral do Município de São Paulo negou nesta quarta-feira a afirmação de que a Justiça liberou no dia anterior o serviço de transporte remunerado de pessoas por moto com uso de aplicativo na cidade.

“A decisão do juiz, no âmbito da ação civil pública movida pela Municipalidade, foi no sentido de indeferir, por ora, o pedido da Prefeitura para aplicação de multa diária de R$ 1 milhão”, informou a Procuradoria, em nota.

Segundo o órgão, o serviço permanece irregular na cidade e a fiscalização da Prefeitura continuará, já que não há nenhuma decisão judicial que tenha afastado a aplicação do decreto que suspendeu a atividade na cidade.

Nunes também afirmou nesta quarta-feira que vai entrar com uma queixa-crime contra a Uber e a 99. “Essa empresa só está visando o lucro, não está preocupada com ninguém”, disse, se referindo especificamente à 99.

O prefeito já havia chamado a companhia de “assassina e irresponsável” por descumprir o decreto municipal sobre o tema.