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Cotidiano
Uber e 99 prometem o serviço de mototáxi na Capital, mas voltam atrás após pressão da Prefeitura de SP, que teme por aumento de acidentes
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Avenida na cidade de São Paulo | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo
A 99 desistiu de iniciar o serviço de mototáxi na cidade de São Paulo nesta semana. A informação foi divulgada pela prefeitura da Capital na noite desta segunda-feira.
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Na semana passada, a empresa havia prometido começar a oferecer o serviço de mototáxi a partir desta terça (31).
“A Prefeitura de São Paulo informa que a empresa 99 entrou em contato nesta segunda-feira para comunicar a não ativação do serviço de transporte de passageiros por moto via aplicativo na cidade. A decisão foi tomada após disposição de diálogo explicitada por parte do prefeito Ricardo Nunes”, informou a gestão municipal, em nota.
Mais cedo, a Uber havia anunciado a suspensão imediata de transporte de passageiros por moto na cidade A decisão se deu após pressão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e de outras lideranças políticas da Capital, que não gostaram da empresa lançar o Uber Moto sem consultar a gestão municipal, e temiam pelo aumento de acidentes automobilísticos.
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A gestão municipal é contrária ao serviço na cidade – principalmente o organizado por aplicativos. Há uma lei municipal de 2018 que não permite a atividade, mas as companhias usavam uma brecha federal para tentar oferecer a modalidade.
“A atitude da 99, assim como da Uber corrobora com a preocupação pela segurança e a saúde da população de São Paulo no viário urbano, baseada em dados técnicos da Secretaria Municipal de Saúde. Reduzir acidentes de trânsito e evitar óbitos é prioridade dessa gestão, na qual cada vida importa”, informou ainda a prefeitura.
Entenda
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A Uber havia iniciado o serviço na capital paulista e no Rio em 5 de janeiro. A atitude pegou de surpresa a prefeitura e a Câmara Municipal de São Paulo. Por falta de regulamentação, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) pediu a suspensão imediata do serviço.
Menos de um mês antes havia chegado ao fim a CPI dos Aplicativos na Câmara paulistana, para investigar e por limites claros na ação das empresas do setor de transporte por aplicativo na Capital. Por isso, a ação da companhia foi vista como desrespeitosa.
A vereadora Luana Alves (PSOL), que havia sido membro da CPI dos Apps, por exemplo, disse que todos foram pegos de surpresa com a novidade.
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“Surpresa enorme, porque o poder público não foi informado, o que é bastante desrespeitoso”, disse ela, lembrando que durante a CPI houve uma série de diálogos e acordos entre as empresas do setor e a Câmara Municipal.
A psolista também analisou que o serviço de mototáxi representa um risco para a população. “Existem estatísticas amedrontadoras sobre acidentes de motos na cidade, e a maioria é de jovens de até 29 anos que usam a moto a trabalho. Com passageiro a situação fica muito mais perigosa. Não tem nenhuma condição de seguir com esse tipo de serviço”, afirmou a vereadora.
Em 2018, a Câmara também havia aprovado uma lei para proibir o serviço de mototáxi na Capital, depois sancionada pela prefeitura, de autoria dos vereadores Adilson Amadeu (hoje no União Brasil) e Antonio Donato (PT). A Uber, porém, usou uma brecha da lei para tentar iniciar o serviço na cidade.
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De acordo com a prefeitura, a segurança dos motociclistas, a redução no número de sinistro fatais no trânsito e o impacto no sistema público de saúde “são preocupações do prefeito Ricardo Nunes”, por isso a gestão municipal se colocou contra o serviço.
Nunes afirmou, em 26 de janeiro, que a Uber seria responsabilizada e iria "sofrer as consequências de desacatar um decreto da Prefeitura de São Paulo" caso continue a oferecer a modalidade Uber Moto na Capital.
“Eu não quero guerra com eles, mas se eles querem guerra com a cidade de São Paulo, vão ter, não tem problema nenhum", Nunes.
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Já a 99 prometeu na semana passada oferecer o serviço de mototáxi a partir desta terça (31). A prefeitura informou que o Comitê Municipal de Uso Viário (CMUV) já notificou a empresa sobre a suspensão das viagens feitas por motocicletas.
De acordo com a Uber, a possibilidade de pedir uma moto para passageiros já está disponível em 170 cidades brasileiras.
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