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Cotidiano

'Total coerência', diz Rodrigo Garcia sobre apoio a Bolsonaro e Tarcísio

Declarações do atual governador de SP foram concedidas durante inauguração de uma unidade do Bom Prato na cidade de Santo André, nesta quinta

Maria Eduarda Guimarães

06/10/2022 às 13:31  atualizado em 06/10/2022 às 13:38

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Rodrigo Garcia assumiu o governo de São Paulo em abril, após João Doria (PSDB) deixar o cargo para tentar ser candidato do partido à Presidência da República

Rodrigo Garcia assumiu o governo de São Paulo em abril, após João Doria (PSDB) deixar o cargo para tentar ser candidato do partido à Presidência da República | Divulgação/Governo de São Paulo

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), defendeu o seu apoio ao candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno da eleição estadual como uma decisão coerente e contrária ao PT. Tarcísio e Fernando Haddad (PT) concorrem ao Palácio dos Bandeirantes no próximo dia 30.

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"Nesse segundo turno, temos dois lados. O lado do PT e esse lado. Esse é o meu lado, em que sempre estive. Total coerência na minha decisão", disse Rodrigo, nesta quinta-feira (6).

"A decisão é coerente com a minha história e com aquilo que eu defendi na campanha. São Paulo vai bem porque o PT nunca governou São Paulo, e quero que continue bem. [...] Tem dois lados no Brasil, quem quiser o PT vota no Lula, quem não quiser o PT vota no Bolsonaro. Por isso, eu voto no Bolsonaro", completou o tucano.

As declarações foram concedidas durante inauguração de uma unidade do Bom Prato na cidade de Santo André, nesta quinta. Desde a derrota no domingo (2), Rodrigo só vinha despachando do Palácio dos Bandeirantes e não atendeu aos pedidos de entrevistas.

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Em sua única aparição pública nesta semana, o tucano foi até o aeroporto de Congonhas declarar "apoio incondicional" a Bolsonaro e Tarcísio na disputa federal e estadual de segundo turno, respectivamente.

"O incondicional significa sem nenhum pedido em troca", afirmou o tucano.

O tucano minimizou o fato de Tarcísio ter dito que não queria dividir o palanque com o PSDB.

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"Bolsonaro agradeceu meu apoio, disse que ele é muito importante. Tarcísio agradeceu meu apoio, disse que é muito importante", disse.

Ao longo da campanha de reeleição, a candidatura de Rodrigo, porém, fez ataques ao papel de Tarcísio como ministro de Infraestrutura e a gestão de Bolsonaro. O tucano insistiu que o governo federal entregou poucas obras em São Paulo.

Questionado sobre o que levou apoiar Tarcísio e Bolsonaro, Rodrigo voltou a atacar a sigla de Haddad e Luiz Inácio Lula da Silva. "Incoerência é apoiar o PT, que acabou com este país. Deixou uma conta altíssima, aumentou a pobreza, e fora a corrupção", disse o governador.

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O alinhamento de Rodrigo ao bolsonarismo agravou a crise do PSDB e levou quatro integrantes a deixarem o Palácio dos Bandeirantes.

Pediram demissão Rodrigo Maia (Projetos e Ações Estratégicas), que será substituído por Tarcila Reis Jordão; Laura Muller (Desenvolvimento Social), que passa o bastão a Célia Leão; e a economista Zeina Latif, que sai da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, herdada por Bruno Caetano.

Sergio Suchodolski, presidente da Desenvolve SP, banco de fomento do governo, também saiu do governo.

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"Os secretários tomaram uma decisão individual. Sempre trabalhei com quem pensa diferente, nunca cobrei seguidores, cobrei coerência", afirmou.

Com 18,4% dos votos e em terceiro lugar, o governador teve a pior derrota do PSDB no estado em que administra desde 1995 - com breves interrupções. Tarcísio e Haddad avançaram para o segundo turno.

Ao comentar a derrota histórica, Rodrigo afirmou que respeita a democracia e a decisão das urnas.

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A respeito de deixar o PSDB após ficar isolado no partido e receber críticas pelo apoio a Bolsonaro, Rodrigo afirmou que isso é especulação. "Não há nenhum tipo de decisão, isso é só especulação política. O PSDB é um partido plural, no primeiro turno o Aloysio Nunes apoiou o Lula e a nossa candidata era [Simone] Tebet, ninguém questionou isso", afirmou o governador.

Ele se filiou ao PSDB em 2021 após militar no DEM por quase 27 anos. A ida de Rodrigo para a União Brasil (fusão do DEM e PSL) já vinha sendo costurada antes do clima ruim com o PSDB pelo apoio a Bolsonaro.

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