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Cotidiano

Tenho relação boa com Lula e Bolsonaro, diz Putin

Segundo o líder russo, sua prioridade na América Latina é continuar assim

28/10/2022 às 09:44  atualizado em 28/10/2022 às 09:50

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Declaração foi dada durante evento

Declaração foi dada durante evento | Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse à Folha de S.Paulo que mantém boas relações tanto com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto com Jair Bolsonaro (PL), os dois candidatos no segundo turno da eleição presidencial brasileira. 

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Segundo ele, sua prioridade na América Latina é continuar assim, seja quem for o vencedor no segundo turno neste domingo (30). 

As afirmações foram dadas na sessão de encerramento da 19ª reunião anual do Clube Valdai, um grupo de discussão ligado ao Kremlin, que promove encontro entre acadêmicos, empresários e políticos russos com analistas internacionais -o Brasil estava representado pelo jornal Folha de S.Paulo. 

"Sabemos que eles [os rivais] têm consenso na relação com a Rússia, apesar de situações difíceis dentro do país. Não interferimos em processos políticos internos", disse Putin. "É nosso parceiro mais importante na região, e assim continuará. Faremos tudo para que essas relações se desenvolvam mais." 

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A Folha de S.Paulo havia perguntado sobre a expectativa de relação dele com Lula e Bolsonaro, no contexto de quem venceria a eleição e considerando a alegada posição de neutralidade brasileira na Guerra da Ucrânia sob Bolsonaro. 

Durante conversas com membros da elite russa ao longo de cinco dias no evento em Rogozinino (50 km de Moscou) e na capital russa, a reportagem pôde captar uma avaliação acerca da real posição do Kremlin sobre a eleição brasileira. Bolsonaro é o predileto por lá. 

Não que a boa relação do Brasil com a Rússia nos anos do PT no poder (2003-16) não seja lembrada, mas é que o atual presidente é avaliado como mais manobrável e influenciável. Lula, com sua maior experiência internacional e o notório pragmatismo, tenderia a agir de forma mais independente. 

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Essa imagem substitui a desconfiança de alguém que se dizia alinhado aos interesses americanos e contra a China no começo de seu mandato, ainda que a ligação fosse com Donald Trump -o republicano era mais próximo do Kremlin do que antecessores e o sucessor democrata. 

Tudo mudou na viagem feita por Bolsonaro na semana anterior à invasão da Ucrânia, em fevereiro. Ali foram desenhados os acordos para manter o fluxo de fertilizantes (quase 30% do mercado brasileiro é russo) para o país e iniciada uma negociação delicada de certificação de combustível nuclear para futuro submarino movido com um reator do tipo do Brasil. 

A "solidariedade" prestada por Bolsonaro a Putin, num momento de grande isolamento internacional, também é lembrada nas conversas. A postura na sequência, com um neutralidade crítica que comportou tanto voto contra a invasão na ONU quanto críticas ao regime de sanções ocidentais a Moscou, já foi elogiada por autoridades russas. 

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Seja como for, uma eventual vitória de Lula não desagrada: o petista já fez críticas ao ucraniano Volodimir Zelenski e sugeriu que dará continuidade à posição equidistante, apesar da pressão dos Estados Unidos -de resto, é da tradição diplomática brasileira a defesa de negociações para solução de conflitos.

Notícia originalmente publicada na Folha de S. Paulo.

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